Apesar de ter ficado com sete ministérios na nova configuração da Esplanada, contra seis anteriormente, o PMDB ajudou nesta terça-feira (6) a esvaziar a sessão do Congresso em que o governo tentaria manter os vetos da presidente Dilma Rousseff a projetos da chamada pauta-bomba.
Apesar de ter sido aberta, a sessão caiu por falta de quórum. Era necessária a presença de pelo menos metade dos deputados federais e senadores para que houvesse votação.
O Palácio do Planalto considerava essa a primeira prova da fidelidade da base após a última reforma ministerial que cedeu sete ministérios ao maior partido da base aliada.
Compareceram 54 dois 81 senadores, mas apenas 196 dos 513 deputados. O PMDB tem uma bancada de 65 deputados (excetuando o presidente da Casa, Eduardo Cunha), mas só 34 marcaram presença (52% do total).
No Senado, terreno mais seguro para o governo, 14 dos 18 peemedebistas estavam no plenário para a sessão de vetos.
Durante o intervalo de 30 minutos, durante o qual o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), esperou poder contornar a falta de quórum, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), minimizou as ausências da bancada de seu partido.
“Da parte do PMDB não tem problemas. A maioria da bancada deu quórum sim”.
Nos bastidores, a falta de quórum foi atribuída à pressão para que o Senado aprove a emenda à Constituição que permite o financiamento privado das campanhas políticas. A prática foi proibida pelo Supremo Tribunal Federal, mas o Congresso tenta modificar essa decisão.
Entre os vetos da pauta-bomba que o governo tenta manter está o que barrou o reajuste médio de 59,5%, nos próximos quatro anos, para os servidores do Judiciário, com impacto de R$ 36 bilhões até 2019.
Para o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), o cancelamento da sessão por falta de quórum não é, necessariamente, uma derrota para o Planalto. O senador, porém, admite que, após a conclusão da reforma ministerial, esperava-se um resultado melhor.
“[A falta de quórum] é ruim, evidente. Houve todo um trabalho, uma ação intensa no sentido de se ter uma base fiel para votar matérias importantes. E o sinal que se dá não é bom”, disse.
Desde a semana passada, quando impasses entre Renan e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), inviabilizaram a sessão do Congresso, o deputado peemedebista tem atuado para esvaziar a sessão desta terça.
Folha Press
Aos que são contra o PT: Vocês perceberam a importância política da Sessão do Congresso Nacional que aconteceu hoje, mas que frustrou as expectativas do governo. Defenderam, inclusive, a não formação do quorum necessário à apreciação dos vetos da presidente da República. Se os vetos fossem mantidos, a interpretação imediata seria que o governo estaria recuperando sua frágil base parlamentar e, então, teríamos mesmo que suportar mais alguns meses de agonia. Vocês não querem a manutenção dos vetos, porque sabem que o governo não pode passar a impressão de recuperação de forças. Enfim, os vetos ainda não foram mantidos e a mídia se rendeu às evidências: a mercancia abjeta de ministérios não surtiu o resultado pretendido. Entretanto, faltou afirmar com todas as letras que a espinha na garganta da senhora Dilma Rousseff tem nome e sobrenome: Servidores do Poder Judiciário da União. Eles são a única força efetivamente mobilizada capaz de afrontar o governo. Eles são a única oposição, eles são a Resistência Brasileira. Sim, sei que vocês são liberais e parecem ter ojeriza a qualquer reivindicação de servidores públicos. Mas eles não são privilegiados, eles são cidadãos. Eles sustentam a Lava Jato, eles fortalecem o juiz Sérgio Moro, a quem vocês tecem merecidas loas. E eles não têm seu apoio. Ponderem a respeito das possibilidades que estão postas: vitória de Dilma ou vitória dos servidores? Eles não vão quebrar a país. Ao contrário, vão fortalecê-lo. E mostrar a toda sociedade brasileira que a República tem instituições e que estas não estão a serviço de um projeto de poder cleptocrata.
O cancer da política nacional chama- se PMDB