Foto:Fernando Donasci / Agência O Globo
Depois de uma semana de apreensão, o governo demonstrou tranquilidade com o saldo dos protestos de domingo. Apesar da dimensão das manifestações contra a presidente Dilma Rousseff em todo o país, o Palácio do Planalto não se surpreendeu com o número de pessoas nas ruas e procurou tratar os protestos como algo natural e retrato de um país democrático. Durante a conversa no Alvorada, os governistas reconheceram que há insatisfação das pessoas com os rumos do governo. A avaliação feita na reunião com a presidente é que o governo não está conseguindo mostrar para a população que está se esforçando para corrigir os rumos da economia. Outra conclusão é que a população vincula os desmandos investigados pela Lava-Jato à presidente Dilma e ao ex-presidente Lula .
No fim da tarde, a presidente Dilma Rousseff reuniu no Palácio da Alvorada os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social), Jaques Wagner (Defesa), Ricardo Berzoini (Comunicações) José Eduardo Cardozo (Justiça), e Giles Azevedo, assessor especial, para uma análise do cenário.
– O governo viu as manifestações dentro da normalidade democrática – afirmou Edinho, em uma nota curta, após a reunião.
O tom do discurso dos auxiliares presidenciais que monitoraram os protestos durante todo o dia de ontem foi de cautela. Internamente, o governo avalia que o caráter pacífico das manifestações garante um ambiente mínimo de estabilidade política. A orientação é evitar qualquer tipo de provocação. Um ministro revelou ao GLOBO que o governo estava preparado até “para algo mais expressivo”.
Os ministros entraram no Palácio da Alvorada pelo portão lateral, evitando a imprensa. A ideia inicial do governo era destacar um ministro para fazer um breve pronunciamento sobre os protestos, mas, após a reunião, a opção foi uma nota curta, para evitar qualquer tipo de provocação. Os governistas preferiram não falar com a imprensa para evitar o risco de serem mal interpretados. Se, de um lado, não queriam provocar os manifestantes; de outro, temiam que uma postura mais conciliadora fosse entendida como apoio aos protestos.
Uma análise mais profunda dos protestos será feita hoje pela manhã, na reunião da coordenação política, que reúne 15 ministros, além de Dilma e do vice-presidente, Michel Temer. E para tentar superar a crise política e econômica, Dilma manterá uma agenda permanente de viagens pelo país e reuniões regulares com os partidos aliados, insistindo que o melhor caminho é o diálogo.
– O governo acolhe com muito respeito e humildade as manifestações do dia de hoje (ontem), independentemente do número de pessoas, pois elas retratam a legítima expressão da consolidada democracia brasileira- afirmou o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), que participa da coordenação política do governo.
Em 15 de março, no primeiro protesto deste ano contra a presidente Dilma, a estratégia de ataque adotada pelo ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) foi considerada internamente um desastre. Ao fazer uma avaliação das manifestações, Rossetto afirmou que os protestos eram, claramente, de pessoas que não votaram em Dilma. Desta vez, o ministro não foi chamado para monitorar os protestos, nem participou da reunião no Palácio da Alvorada.
Um integrante do governo avaliou que a semana menos belicosa no Congresso ajudou a desmobilizar as pessoas.
– A semana passada foi muito boa para a gente. Estávamos preparados para algo mais expressivo, mas um Congresso mais calmo levou naturalmente para uma mobilização menor nas ruas – disse um ministro ao GLOBO. Segundo ele, apesar da baixa popularidade de Dilma, a reaproximação dela com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a decisão do ministro Luiz Roberto Barroso (STF) de desautorizar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a votar as contas presidenciais colaboraram para um ambiente político menos turbulento às vésperas das manifestações.
– Muitos estavam com a expectativa de ir para as ruas e conseguir derrubar a presidente. Mas o movimento do impeachment perdeu força nos últimos dias – afirmou um auxiliar palaciano.
O principal combustível para incendiar as manifestações, segundo avaliação do governo, era a iminência de votação pela Câmara das pedaladas fiscais de Dilma nas contas de 2014. O novo prazo de defesa dado ao governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU), de mais 15 dias, tirou o assunto da pauta. Com isso, disse um auxiliar da presidente, há dificuldade de encontrar algo concreto com potencial de afastar Dilma da Presidência, o que se refletiu nas ruas, ontem.
– O impeachment ficou mais distante – resumiu um integrante do governo.
O governo aposta na reaproximação com Renan Calheiros para garantir oxigênio nas próximas semanas, por meio de uma pauta positiva Hoje, Renan anunciará o calendário de votações da Agenda Brasil, um pacote anticrise com o objetivo de melhorar o ambiente econômico. Por outro lado, busca por meio de Temer e de Renan, uma relação menos conflituosa com Eduardo Cunha. O vice-presidente sugeriu uma reunião entre Renan e Cunha para acertarem pontos convergentes de votação da agenda anticrise. A conversa ainda não foi agendada, mas Temer espera que ocorra nos próximos dias.
O Globo
Foto ridícula, espelho de uma sociedade doente e sem o menor senso crítico, acéfala e dominada pelas próprias vaidades e interesses. Uma dia, terão vergonha de tudo isso, tanto os que saqueiam a nação, há mais de 500 anos…
Se for provado que eles estão envolvidos eu apoio a prisão, mas por enquanto somente existe a investigação. Esse pessoal está condenando sem provas, como faziam os carrascos do regime ditatorial.
Condenar sem provas é, também, e atualmente, um comportamento típico de alienados pela mídia (império rede globo). Nem sequer escutam o que o governo tem a dizer sobre tudo que está acontecendo. Preferem bater panela, quanta sensatez (RISOS).