Por IG
A melhor universidade federal do país ainda não se recuperou da sua pior greve e agora se vê às voltas com os cofres vazios. Depois de mais de 100 dias parada, a UFRJ precisa de R$ 120 milhões para garantir o fim do semestre que será estendido até março.
Longe de superar graves problemas de infraestrutura e falta de pessoal, essa ‘senhora’, que já formou alunos ilustres como o médico Carlos Chagas, o arquiteto Oscar Niemeyer e o escritor Jorge Amado, chega aos 95 anos em pleno vigor. Por trás de muros pichados e construções deterioradas pela falta de investimentos, há uma ilha de excelência, responsável por uma das mais prestigiadas produções acadêmicas do mundo.
No ranking divulgado este ano pela Quacquarelli Symonds (QS), a UFRJ foi avaliada como a quinta melhor universidade da América Latina, atrás da USP, Unicamp, PUC do Chile e Universidade do Chile. Para conquistar uma vaga na elite do ensino internacional, a federal do Rio dá lições diárias de sobrevivência. A começar pelo investimento por aluno. Na UFRJ, a primeira instituição oficial de ensino superior do Brasil, o gasto por estudante é de R$ 23 mil por ano (R$ 1.916 ao mês).
Do orçamento de R$ 2,7 bilhões_ a maior parte comprometida com pagamento de funcionários e aposentados_ restam R$ 438 milhões para manter uma população de 80 mil pessoas, entre alunos, professores e funcionários, espalhados nos 5,2 milhões de metros quadrados da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, e em unidades instaladas em mais 10 municípios fluminenses.
O orçamento da instituição ganha uma ajuda extra, no valor de R$ 58 milhões, com aluguéis de seus espaços, entre eles: o edifício Ventura Tower, no Centro do Rio, o Parque Tecnológico e o Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras, este último considerado a ‘Nasa do Petróleo’, pela descoberta estratégica para o país do recurso na camada pré-sal.
A redução de 50% nas verbas para investimento impactou os programas de pesquisas. Na pós-graduação de Antropologia Social, do Museu Nacional, referência mundial na questão indígena, o trabalho dos cientistas em aldeias na Amazônia está ameaçado. “O pesquisador não tem como custear do próprio bolso. Só de passagens são em torno de R$ 10 mil”, diz a professora Adriana Facina. O programa recebeu R$ 130 mil para o ano _só 25% do previsto.
Na graduação, a falta de verba prejudica a formação. Por falta de estrutura, o estudante de Ciências da Computação, Frederico Souza, de 24 anos, não conseguiu testar na prática o que aprende. “Os computadores não têm uma placa de vídeo necessária para a aula. Então a professora não tem como mostrar funcionando. Fica só na teoria”, lamenta.
Alunas do curso de Letras, Márcia Matos, 25 anos, Larissa Sousa Costa, 20, e Ana Beatriz Castro, de 21 anos, se queixam da falta de livros e ar condicionado na biblioteca. “Os professores são muito bons. Mas me decepcionei com a infraestrutura. Falta tudo”, diz Larissa. Para Márcia, que também estuda à noite, a violência no campus preocupa. Na segunda-feira, um estudante foi assaltado e baleado no pé. “Não têm vigilância e o campus é mal iluminado. Andamos em grupo e saímos mais cedo para não perder o último ônibus, às 22h”, diz.
Verba menor: queda de 52 posições
No QS World University Ranking, publicação inglesa que avalia todos os anos as melhores universidades do mundo, a UFRJ ficou este ano em 323º lugar, atrás da USP. Em relação a 2014, a federal perdeu 52 posições, após corte de R$ 70 milhões no orçamento — quase uma posição para cada um milhão de reais.
Mesmo com menos recursos, a UFRJ está à frente de instituições bem mais ricas. A Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, por exemplo, possui metade dos alunos e quase o dobro de investimentos da federal carioca. Mas ficou na 393ª posição, 70 abaixo da federal do Rio.
No primeiro lugar está o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT na sigla em inglês). Entretanto, a realidade financeira desta universidade é um sonho distante para as instituições brasileiras, mesmo as de ponta como a UFRJ. Ela tem US$ 13,5 bilhões (R$54 bilhões) para 11 mil estudantes. O MIT é reconhecido pela excelência na pesquisa e em tecnologia.
Mais próxima do Brasil, a Universidade do Chile ficou em 206º lugar. Com R$ 2,1 bilhão, mantém 39 mil universitários. Além de dois prêmios Nobel, a universidade formou 20 dos 32 presidentes, inclusive a atual Michelle Bachelet.
Sem dinheiro para fechar o ano letivo, retomado após mais de 100 dias de greve, o novo reitor da UFRJ diz que a situação está insustentável.
1. Diante dos cortes no orçamento, o que será priorizado?
— Tivemos um corte de R$ 70 milhões em 2014. Nós não vamos cortar bolsa de estudante e interromper a alimentação, que custa mais de R$ 13 milhões. Não podemos tirar a segurança da UFRJ. Temos um patrimônio de R$ 1 bilhão em equipamentos. Nem reduzir gastos no hospital universitário.
2. Como estão as contas da UFRJ?
— Temos dívidas no valor de R$ 200 milhões. Desse total, R$ 120 milhões são despesas que não são postergadas de serviços essenciais, como energia, água, esgoto, limpeza e segurança. Algumas são de 2014. Algumas empresas têm capacidade de esperar por pagamento. Não dá para rolar as dívidas indefinadamente. Tem um limite. O fato é que não recebemos nenhuma posição do MEC .
3. Há muita obra parada.
— Nós tivemos corte de 50% em investimentos. Temos equipamentos sofisticados adquiridos por pesquisadors que precisam de energia, só que os prédios foram construídos há 50 anos. É preciso fazer reformas que não sejam puxadinhos.
4. Quais as fontes de renda própria?
—Nossas principais fontes de renda são os aluguéis do edifício Ventura Tower, no Centro do Rio, do Cenpes e do Parque Tecnológico, no campus do Fundão, que rendem R$ 58 milhões. Esse dinheiro vai para reformas emergenciais e assistência estudantil.
5. E o Canecão, quando será reaberto?
— Hoje é inviável reabrir o espaço. O local precisa de reforma na parte elétrica. É um constrangimento para a UFRJ não ter resolvido o uso do espaço que é crucial para os alunos dos cursos de artes.
É desanimador ver o que se passa nesse Brasil do PT, nesse país do embuste, da mentira e da canalhice sem limites. Mais de 100 dias de greve nas universidades federais (não foi só na UFRJ), alunos prejudicados e todo mundo recebendo salário sem trabalhar e sem prestar nenhuma satisfação ao povo que brasileiro, que é quem paga por tudo afinal. Na UERN, ocorre o mesmo com a agravante do ensino de péssima qualidade que é ofertado. Custo financeiro enorme e retorno mínimo para a sociedade, levando à clara percepção de que a felicidade de seu corpo funcional é o único objeto da instituição. Não é possível que as pessoas de bem desse país não se revoltem um dia e não tomem medidas sérias contra tudo o que estamos vendo acontecer por ai. Ou vamos afundar no caos e no atraso sem fim, como vemos mundo afora. Temos de procurar imitar os países que dão e deram certo e não correr atrás de utopias e de exemplos do que não dá certo, como querem nos impor os esquerdistas que nos (des)governam.
Como explicar a UFRJ nesse declínio todo e a UFRN com uma obra começando a cada dia?
Culpa da Dilma?
Essa é a "pátria educadora" dessa corja que está no poder. Tudo está afundando, enquanto a conta bancária desses (as) safados (as) estão cada vez mais gorda. Ou o brasileiro aprende a votar ou estamos fadados ao sofrimento eterno por causa desses bandidos de terno.
Os "analistas" e formadores de opiniao do Rn, vao sugerir que fechem a Ufrj? Vao continuar sugerindo que federalizem a Uern?
sera que os formadores de opiniao que pagam os impostos sao incapazes de perceber que se gasta muito pra manter o cabide de emprego e que o retorno é de pessima qualidadede numa universidade publica? se fosse uma empresa privada seria fiscalizada pela sociedade e pelo poder publico, deixaria de existir pela pessima qualidade. Mas servidor publico so pensa no dinheiro do erario, mas esquece de onde vem a magica.