Por O Globo
O Brasil não tem representantes entre as 200 melhores universidades do mundo, segundo o novo ranking da consultoria britânica Times Higher Education divulgado ontem. A edição deste ano do World Universities Rankings listou as primeiras 400 instituições segundo critérios de desempenho acadêmico, e a brasileira mais bem posicionada foi a Universidade de São Paulo , que subiu um pouco e pulou da faixa do 226º ao 250º lugares para o intervalo 201-225. Apenas as 200 primeiras têm sua colocação medida precisamente. A Unicamp foi a outra representante nacional no ranking, permanecendo na banda 301-350, a mesma da edição de 2013.
O desempenho do país é inferior aos de outros emergentes , como Turquia (quatro instituições entre as 200 primeiras), China (três) e Cingapura (duas). No topo da tabela, nenhuma surpresa. A melhor universidade do mundo, segundo a THE, continua sendo o Instituto de Tecnologia da Califórnia, seguido pela Universidade de Harvard, ambos nos EUA, e pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Das 10 primeiras, sete são americanas, e três, britânicas.
ENTRE OS BRICS, PAÍS TEM DESTAQUE
Este é apenas mais um dos rankings internacionais divulgados por consultorias mundo afora a cada ano. Em 2014 já foram seis compilações, e o Brasil tem apresentado desempenho variável. Se a análise for feita entre todas as universidades do mundo, as brasileiras aparecem timidamente. Este mês, a QS listou a USP como a única representante do país entre as 200 melhores do mundo. A tendência é a mesma do ranking de Xangai, divulgado em agosto, que colocou a instituição paulista na 144ª posição, e da CWUR, pelo qual ela aparece em 131º lugar . Quando apenas os membros dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são levados em conta , o Brasil tem duas instituições entre as 10 primeiras, segundo o ranking da THE de dezembro passado . Em maio, o ranking para a América Latina da QS mostrou que o país tem 10 das 20 melhores do subcontinente.
A USP caiu do primeiro para o segundo lugar. Especialistas dizem que o desempenho tímido do Brasil se deve principalmente à falta de internacionalização de seus cursos. Para o editor da THE, Phil Baty, é preciso que as universidades brasileiras utilizem mais o inglês em seu cotidiano, desde créditos extras para o idioma até a publicação de artigos científicos. Baty acredita que o programa federal Ciências Sem Fronteiras terá impacto positivo a longo prazo, atraindo acadêmicos renomados. No entanto, ele alerta que burocracia ainda é o grande entrave para a autonomia universitária no Brasil.
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