Em depoimento à Polícia Federal, Felipe Amorim negou que seu casamento num clube na badalada praia Jurerê Internacional tenha sido bancado com recursos da Lei Rouanet. Segundo ele, a festa foi paga pela família da noiva, o que foi confirmado por mais dois depoimentos. A ele coube só pagar o cachê do cantor sertanejo Leo Rodriguez, que se apresentou na festa. O dinheiro teria saído de dívidas que a Bellini Cultural tinha com Felipe.
Ele contou aos investigadores que tinha feito um aporte financeiro à Bellini Cultural em 2014 e que, em vez de lhe devolver o dinheiro, a empresa pagou entre R$ 13 mil e R$ 17 mil ao cantor. Segundo investigadores, a Bellini Cultural pediu que Leo Rodriguez emitisse notas de “prestação de serviços no âmbito de projetos culturais”. Ao portal G1, o empresário do sertanejo disse que estranhou a emissão das notas e que não sabia que o dinheiro tinha vindo da Lei Rouanet.
Felipe e sua mulher moram em um apartamento de 60m² na Vila Sônia, bairro residencial na Zona Oeste de São Paulo, financiado por 30 anos. Na garagem, os policiais federais encontraram um carro popular. No fim do mês passado, Felipe tinha R$ 159,71 no banco.
Investigados pela Operação Boca Livre, da PF, os irmãos Bruno e Felipe Amorim admitiram, em depoimento, que organizaram eventos corporativos utilizando recursos captados com empresas privadas por meio da Lei Rouanet. A PF alega que esse dinheiro deveria ser empregado exclusivamente nos projetos aprovados pelo Ministério da Cultura. Segundo os irmãos, porém, oferecer shows e livros que beneficiam os patrocinadores das iniciativas culturais é “praxe” do mercado, uma espécie de “regra velada”.
O Globo
Esse guardou bem guardo…