Como criticar ou ironizar uma declaração tão contundente?
Ao mergulhar de cabeça na apelação emocional, e ressaltar em seu programa eleitoral na TV que viveu uma infância miserável, sentindo no estômago (e na alma) o que é não ter comida na mesa, Marina Silva evaporou o boato de que acabaria com o Bolsa Família e, de quebra, se lançou a um pedestal quase inatingível.
Como Dilma e Aécio podem contra-atacar? Como criticar a representante de uma realidade que foi — e ainda é — conhecida intimamente por milhões de brasileiros?
A petista não poderá repetir que a candidata do PSB se faz de ‘coitadinha’. O tucano pensará duas vezes antes de acusar a ex-senadora de ser vitimista.
Não dá para desqualificar quem assume ter passado fome. Seria uma atitude vista como desumana e cruel. Bombardear Marina por sua declaração dramática poderia ofender milhões de outras pessoas que também já conheceram (ou ainda sentem) a fome.
Em campanha eleitoral sempre se discute os limites da baixaria, da troca de ofensas, do terrorismo psicológico contra o eleitor. Com Marina, a discussão avança para o campo da emoção. Há um limite para a manipulação emocional?
Por ironia da história, ou, se preferir, do destino, essa guerra eleitoral faz Marina Silva se aproximar virtualmente cada vez mais de Lula, seu ex-mentor e agora novo desafeto.
Na ânsia por se eleger, ambos usaram a origem pobre, o preconceito social e a superação pelo próprio esforço como estandarte da campanha à Presidência da República.
Nos dois casos, a pobreza foi vendida quase como uma virtude, como se ela os fizesse mais merecedores da vitória do que, por exemplo, um candidato de classe média que nunca sentiu a barriga vazia.
“Sei o que é passar fome.”
Depois dessa frase-slogan, não há como apelar mais profundamente ao emocional do telespectador-eleitor.
Ou há?
Terra
Marina merece vencer só assim o Brasil tomará novo rumo! Vamos ter esperança de um Brasil sem corupçao!!!!!!
Ganhou o meu voto. Vão ficar calados pq não sabem o que e passar fome. Só sabem se aproveitar da fraqueza do pobre para enriquecer cada vez mais.
Foi um dos depoimentos mais emocionantes e verdadeiro já visto em uma campanha eleitoral É uma mulher de fibra.
Lembrei agora de Rosalba confrontada em entrevista no RNTV com um parente que estava desesperado com um paciente que não conseguia atendimento e morreu à míngua em um hospital de Mossoró e questionou a governadora o que ela iria lhe dizer, porque se desculpar não traria seu parente de volta. Rosalba chorou e disse que também era humana. Sinceramente não me comoveu. Eu achei ridículo que um chefe de governo estivesse chorando quando a resposta esperada pelo povo seria uma reação de resolver os problemas de saúde da população. Então, vejo em Marina o mesmo quadro: Ela se vitimiza demais. Foi vítima da fome e do analfabetismo que só se resolveu na juventude. Foi vítima da morte de Chico Mendes quando e escorou nesse fato para se eleger no Acre. Foi vítima na morte de Eduardo Campos e foi elevada a uma posição que não é dela, mas da situação que a levou. E esse é o principal problema. Será que um chefe de estado que se vitimiza o tempo inteiro desse jeito vai ter pulso para governar sem o apoio dos corruptos??? Com pressão das assembleias religiosas exigindo mais ortodoxia e menos modernidade nos direcionamentos das questões raciais, homofóbicas e etc, etc, etc???
O PROBLEMA DO CHORO!
"O problema não é chorar, mas usar o choro como fuga". Eleição é uma guerra, na qual não se pode perder sem lutar. As vezes na política a vitória ou a derrota são decididas por um detalhe. Com o passar do tempo, fica evidente que a Candidata do PSB, Marina Silva precisa se equilibrar emocionalmente. O maior sinal veio nas cenas contraditórias protagonizadas pela mesma ao ser fotografada sorrindo no velório de Eduardo Campos e chorando em entrevista quando estava sendo questionada sobre assuntos pertinentes ao seu programa de governo, posicionamentos e suspeita de caixa 2 no caso do jatinho fantasma sem registro algum. O choro é uma reação humana que só pode ser interpretado se soubermos o que o desencadeia. O problema não é chorar, mas usar o choro como justificativa para a fuga do embate. A política contemporânea é uma metáfora da guerra. O candidato vai para a competição para lutar ou morrer. Na guerra da política não há empate nem prisioneiros, por isso o que se espera é a luta. Daí, não importa se ele perde, mas é preciso lutar. Para mim e para o povo de uma forma geral, não importa perder, desde que o faça lutando . Um líder precisa ser forte para guiar e conduzir seu povo.
Sou um sujeito de sorte,
não sei por que sou assim,
não existe homem de sorte
pra ter sorte igual a mim.
No ano que eu nasci
no Nordeste não choveu,
o meu pai olhou prâ eu
disse: — Esse tá lascado.
Num tinha leite de gado,
nem de cabra, nem de lata.
De tanto comer batata
fiquei cum bucho quebrado