O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), passou o dia preso em uma sala improvisada como cela, de nove metros quadrados, ao lado da área destinada à carceragem da Superintendência da Polícia Federal no DF.
O senador almoçou a mesma marmita distribuída a todos os presos da superintendência, composta por um tipo de carne, arroz, feijão, legumes e verduras. O petista ficou separado apenas por uma parede dos seispresos da Operação Dubai, realizada nesta terça-feira (25), e que já lotavam as três celas existentes na carceragem.
A Dubai desarticulou um grupo suspeito de combinar preços na distribuição e revenda de combustíveis no Distrito Federal e no Entorno. Um dos encarcerados é o gerente da BR Distribuidora no DF, Adão Pereira. Os presos da Dubai devem ser transferidos em breve para o presídio da Papuda.
Delcídio é acusado de atrapalhar as investigações da Lava Jato. Gravação com 1 hora e 35 minutos obtida pelo Blog revela como o líder do governo no Senado ofereceu R$ 50 mil mensais ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
O áudio resultou na medida cautelar para restrição liberdade enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Delcídio. Ela é considera por integrantes do Ministério Público Federal como uma ação inédita realizada pela instituição, já que é a primeira vez que um senador é preso no exercício do mandato desde a Constituição de 1988.
Ela só foi possível após obtenção do áudio que, na opinião dos investigadores, prova a tentativa do senador de interferir nas investigações. Um outro político que acabou preso nas mesmas circunstâncias — tentativa de atrapalhar as investigações — foi o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, no caso conhecido como mensalão DEM.
Mateus Leitão
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