Na última semana o Blog publicou uma denúncia do professor da UFRN, Bosco Araújo, indicando supostas irregularidades no concurso público para o cargo de docente efetivo do departamento de Ciências Sociais da referida Instituição de Ensino. O Blog publica agora a outra versão e os esclarecimentos feitos, através da rede social do docente Gabriel Eduardo Vitullo. Confira.
Carta de repúdio
Diante dos ataques xenófobos de que fora objeto recentemente e diante das graves calúnias proferidas contra os que integramos a banca do concurso público para a escolha de professor do nosso Departamento de Ciências Sociais (Professores José Antonio Spinelli, Eliel Ribeiro Machado e eu, Gabriel E. Vitullo), vindas de um professor do próprio Departamento, venho a público expressar a minha imensa gratidão pelas mostras de solidariedade recebidas nestes dias e aproveitar – atendendo ao pedido de várias pessoas pelas quais nutro um grande apreço – para esclarecer alguns fatos:
1. O autor das graves e infundadas denúncias foi voto vencido nas duas plenárias departamentais em que fora discutida e aprovada, de conformidade à legislação vigente, a composição da banca para o concurso.
2. Revoltado diante deste quadro, ele interpôs pedido de impugnação perante a Comissão de Concursos da UFRN, a qual foi desestimada pela própria Comissão e pela Pro-Reitoria de Gestão de Pessoas, dada a falta de qualquer vício de forma ou conteúdo que pudesse colocar sob suspeição a escolha da banca e a atuação desta.
3. Dentre os infundados motivos alegados pelo autor das denúncias para solicitar a impugnação da banca, foi citada a possível suspeição derivada do fato de um dos candidatos, que já fora professor substituto do nosso departamento, supostamente ter feito parte do mesmo grupo de pesquisa que um dos membros titulares da banca (no caso, eu) o que poderia prejudicar (sic) o citado candidato. Tal alegação mostrou-se completamente falsa.
4. Não havendo prosperado a tentativa de impugnação, o autor das denúncias postou uma série de ataques e difamações nas redes sociais que colocam sob suspeição a idoneidade e honestidade não apenas dos integrantes da banca, mas de todo o Departamento de Ciências Sociais e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
5. Nesses ataques, ainda, aparecem claras manifestações de caráter xenófobo contra a minha pessoa, inaceitáveis sob qualquer ponto de vista.
6. Nas postagens citadas, assim como nas matérias publicadas em blogs que deram maior publicidade e amplificaram as denúncias, aparece mencionado o nome de outro candidato, quem fora discente do Mestrado em Ciências Sociais do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Tal candidato, contrariamente ao que alegam o autor das calúnias e, de modo mais detalhado, as matérias publicadas em diversos blogs da cidade e do Estado, nunca foi meu orientando, assim como também não foi aprovado para entrar no Doutorado do nosso Programa e nem é dele o currículo citado nessas matérias. O mais curioso é que estas informações são conhecidas pelo próprio denunciante, dada a função de coordenador do Programa de Pós-Graduação já citado que este ocupa, o que aumenta ainda mais a gravidade do seu acionar.
7. Ainda vale mencionar o fato de que este último candidato citado pelo denunciante teve, como única relação com minha pessoa, o de ter sido meu aluno numa disciplina do mestrado, que eu ministrei. Fora isso, não houve nem há qualquer tipo de relação. Os dois congressos mencionados nos blogs são eventos com centenas de participantes, do qual ele e tantos outros colegas participaram. Basta acessar ao site desses eventos para perceber o número expressivo de colegas, inclusive vários professores do nosso Departamento, das mais diferentes orientações teóricas, que fazem parte desses eventos.
8. Diferente do “prognóstico” lançado pelo denunciante, o candidato que supostamente seria beneficiado pela banca, em que pese ter sido aprovado na primeira fase do concurso (prova escrita), acabou sendo reprovado na segunda fase (prova didática), dado que não conseguiu a nota mínima que o habilitasse para continuar pleiteando a vaga do concurso.
Diante de todo o exposto, reafirmo a minha gratidão pelas manifestações de apoio recebidas e informo que todas as medidas pertinentes estão sendo adotadas para que tudo seja devidamente esclarecido e para que o autor das infundadas denúncias, que afetam gravemente, como dito acima, o bom nome e imagem dos integrantes da banca, do Departamento de Ciências Sociais e da Universidade como um todo seja punido. A própria universidade, de ofício, por iniciativa da Reitoria, já tomou as primeiras providências e outras várias serão tomadas, na esfera da própria universidade e fora dela.
Gabriel Eduardo Vitullo
Resta saber se esta reprovaçao foi antes ou depois da denuncia de Bosco !