Itamaraty suspende concessão de passaportes diplomáticos a líderes religiosos – Pedro Kirilos
Sob o argumento de que o Brasil é um Estado laico, o Itamaraty decidiu suspender a concessão de passaportes diplomáticos a líderes religiosos. Com isso, o Ministério das Relações Exteriores derruba uma tradição que vem da época do Império, época em que a religião oficial do país era o catolicismo.
A decisão foi tomada após uma consulta feita pelo Itamaraty à Advocacia Geral da União (AGU). Pela legislação em vigor, o governo brasileiro dá passaporte diplomático em casos excepcionais, sendo um deles interesses de Estado.
A AGU disse que o Estado é laico e, portanto, não tem interesses religiosos – disse uma fonte da área diplomática.
Embora a tradição na concessão de passaportes diplomáticos beneficiasse integrantes da Igreja Católica, houve flexibilização desse paradigma para pastores evangélicos, “em obediência ao princípio da isonomia”. Mas essa prática começou a ser questionada por setores da sociedade civil.
O passaporte diplomático é um documento de viagem concedido gratuitamente a diplomatas e aos cidadãos que se encaixem no que determina o artigo 6º do anexo ao Decreto 5.978, de 2006. A posse do documento não confere qualquer imunidade dentro do Brasil e tampouco quando este está sendo usado pelo portador em viagem de férias.
Quem tem passaporte diplomático recebe privilégio nos aeroportos em filas e até no despacho de bagagens. Em alguns casos e dependendo do país, até o visto é dispensado.
Há cerca de 15 dias, mesmo com pareceres técnicos contrários, o Itamaraty renovou a concessão de passaporte diplomático ao pastor Samuel Cássio Ferreira e à mulher do religioso, Keila Campos Ferreira, segundo informou O GLOBO, com exclusividade. Uma semana antes, a Justiça Federal em São Paulo determinou liminarmente a suspensão dos passaportes diplomáticos concedidos ao pastor R. R. Soares e a sua mulher Maria Magdalena Ribeiro Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, também concedidos pelo Ministério das Relações Exteriores. O próprio juiz usou o argumentou do Estado laico.
“Na Ordem Constitucional vigente o Estado é laico, há separação plena entre Igreja e Estado, de forma que é efetivamente incompatível com a Constituição que líder religioso, nesta condição e no interesse de sua instituição religiosa, seja representante dos interesses estatais brasileiros no exterior”, destacou o magistrado.
Outro caso ocorreu com o filho do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Seu filho, Felipe, também teve seu passaporte suspenso pela Justiça de São Paulo.
O Globo
graças a deus, não vejo a hora de acabarem de vez com as religiões no mundo e o homem acordar para a vida em realidade… é pra glorificar de pé… mais uma vitória da democracia.
Muito bem!!
Líderes religiosos não são melhores que ninguem.
Pelo contrário, eles que deveriam ser exemplos, e não prioritários e muito menos favorecidos ou beneficiados pela posição de líder do que quer que seja.
Certíssima a decisão, o Brasil precisa acabar com privilégios sem sentido.
Nunca deveria ter passaporte diplomático a líderes religiosos, coisa sem sentido, sem razão.
Da mesma forma, filho de político, não foi eleito, não tem razão para esse benefício, e olhe, olhe, as esposas. Precisamos rever muitas situações desnecessárias e sem sentido nessa terra de Cabraaaalllll