O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou no fim da tarde deste domingo (28) a Brasília para se reunir com sua sucessora, Dilma Rousseff, e acertar os últimos detalhes do discurso que a petista vai fazer no plenário do Senado, nesta segunda (29), em sua defesa no processo de impeachment.

Lula foi ao Palácio da Alvorada para jantar com Dilma, o presidente do PT, Rui Falcão, os líderes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), João Pedro Stédile.

Os ex-ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) também estarão no jantar.
A presidente afastada passou grande parte do domingo se preparando para o discurso com a ajuda de auxiliares. Sua fala deve ter pouco mais de trinta minutos e contar com um teor mais emotivo e pessoal, deixando de lado aspectos técnicos e jurídicos.
Segundo a reportagem apurou, Dilma quer fazer um “registro histórico” do que chama de “golpe” e apontar os efeitos que o processo de seu impeachment tiveram no âmbito social, político e econômico do país.

Apesar disso, não há, nem mesmo entre os aliados de Dilma e o próprio Lula, expectativa de que o discurso seja capaz de reverter votos. Entre os 81 senadores, é preciso que 54 votem pelo impeachment para que Dilma seja afastada definitivamente -na primeira fase do processo na Casa, ela teve 21 contra 59 votos.
Os senadores aliados à petista marcaram uma reunião para as 19h deste domingo para discutir os detalhes da sessão do impeachment no Senado com a participação da presidente afastada. A ideia é discutir o tom e as estratégias das perguntas que serão feitas a ela.