Por Josias de Souza
Dias antes de ser deslocado por Dilma Rousseff do comando dos Transportes para a pasta dos Portos, no mês passado, o ministro César Borges recebeu em seu gabinete Djalma Diniz, dono da Pavotec Pavimentação e Terraplenagem, sediada em Minas Gerais. O empreiteiro informou ao ministro que estava sofrendo um “achaque” do Partido da República. A legenda exigia que ele repassasse a deputados parte da receita obtida em contratos firmados nos Transportes.
Em conversas gravadas, o repórter Rodrigo Rangel reconstituiu o episódio. Relatou-o em notícia veiculada na última edição de Veja. Ele conta que, no total, a Pavotec mantém com o Ministério dos Transportes negócios de cerca de R$ 2 bilhões. A pressão do PR referia-se a dois contratos celebrados no início do ano com a estatal ferroviária Valec —um de R$ 514 milhões. Outro de R$ 719 milhões.
De acordo com o relato do empreiteiro Djalma Diniz, quem o procurou para exigir o pagamento de propina foi o deputado federal baiano João Carlos Bacelar Filho. Em conversa com pessoas de sua confiança, César Borges contou o que ouviu: “O dono da Pavotec me procurou no ministério para dizer que o deputado João Bacelar está cobrando dele uma participação nos contratos com a Valec.”
João Bacelar se apresentava como emissário do PR. E o empreiteiro quis saber do ministro se o deputado estava mesmo autorizado a falar em nome da legenda. Filiado ao PR, o ministro disse que não. Djalma Diniz se recusou a realizar os pagamentos. E o deputado Bacelar passou a desqualificar o empreiteiro e a conspirar contra o ministro.
Em privado, João Bacelar dizia que a Pavotec obtivera contratos com a Valec graças à interferência do PR. E teria se comprometido a repassar à legenda parte de seus ganhos. Mencionava cifras: “Era coisa de 90 a 100 milhões de reais”. Nessa versão, ao recusar-se a realizar os pagamentos, o empreiteiro rompia um acordo. Segundo o repórter, Djalma Diniz realmente reuniu-se com parlamentares em Brasília. O deputado baiano era um de seus interlocutores.
Ouvido, João Bacelar desancou o dono da Pavotec: “Esse Djalma é um chantagista”. No dia seguinte, procurou o repórter para se reposicionar em cena: “Não posso dizer que o considero chantagista. Apenas o qualifiquei conforme ouvi em muitos boatos.” Por meio de um advogado, Bacelar ameaçou processar Veja caso a reportagem fosse publicada.
Procurado, Djalma Diniz demorou uma semana para se pronunciar. Tentou negar que tivesse procurado o ministro. Informado sobre os detalhes colecionados pelo repórter, recorreu à desconversa: “Eu ando muito esquecido. Estou até com medo de estar com Alzheimer.” Instado a explicar seus encontros com o deputado Bacelar, o empreiteiro soou assim: “Ele estava me propondo um negócio numa pedreira que ele tem numa fazenda na Bahia.”
Cesar Borges mandou dizer, por meio de assessores, que não comentaria o assunto. Em privado, deu a entender que informara o Palácio do Planalto sobre o ocorrido. Dilma também serviu-se de auxiliares para falar sobre o tema. Ela negou ter tomado conhecimento da encrenca. Mandou dizer que, se um ministro lhe relatasse algo parecido, mandaria encaminhar o caso à Polícia Federal, ao Ministério Público e aos órgãos de controle. Ainda está em tempo.
Hoje, César Borges é ministro-chefe da Secretaria de Portos. Foi desalojado dos Transportes por exigência do PR. Seguindo orientação do mensaleiro preso Valdemar Costa Neto, seu maior cacique, a tribo do PR condicionou o ingresso da legenda na coligação reeleitoral de Dilma à saída de Borges do ministério. Em troca de 1min15s de tempo de propaganda no rádio e na tevê, a presidente da República cedeu. Com isso, Dilma ressuscitou o grupo político que havia sido varrido dos Transportes na pseudofaxina de 2011.
DO BLOG: Sempre o PR envolvido em escândalos de propina relacionados ao Ministério do Transportes e em obras do Governo Federal, sempre os mesmos personagens e nada é feito, continua disputado por forças políticas e mandando na pasta.
Só relembrando: o deputado federal e ex-presidente do PL (atual PR) Valdemar Costa Neto (PR-SP) foi condenado no processo do mensalão do PT, conforme foi noticiado pela imprensa.
A imprensa também publicou que mesmo preso no Complexo da Papuda desde 5 de dezembro, o ex-deputado Valdemar Costa Neto continua dando as ordens no Partido da República (PR).
A legenda é aliada do governo Dilma Rousseff (PT) e comanda o Ministério dos Transportes.
Essa turma do PT não tem jeito mesmo.
Isso é um vicio, difícil de acabar.O PT protege essa gente. mas tem solução pelo menos para melhorar, em outubro tem eleição.
Diga-me quem nomeias e eu te direis quem és! Renan, Sarney, Maluf, todos esses companheiros do PT ficaram pequenos frente a falta de ética pública e corrupção do PT nas mãos de Lula e Dilma. FORA PT.
Pior de tudo é o PT e a presidente Dilma mesmo sabendo disso tudo permitir a volta desses corruptos ao comando do ministério. Grupo inclusive que ela havia demitido para fazer uma "limpeza". Época que ela ainda parecia nos enganar dizendo-se contra a corrupção e sendo uma grande gerente. Grande vergonha! N engana a ninguém