Por Folha de SP
“Marcela é discreta, inteligente e companheira”, disse o vice-presidente Michel Temer, em 2011, referindo-se à mulher com quem se casou em 2003, Marcela Tedeschi. “Marcela é discreta e muito feliz”, disse seu pai, Carlos Araújo, em 2012. “Marcela é discreta. Não fala de assuntos de casa quando saímos”, disse uma das suas melhores amigas, no último sábado, à Folha.
A discrição e o recato tanto atribuídos a Marcela Tedeschi Temer, 32, vêm se intensificando. Desde que a crise política chegou a uma fase aguda e desembocou no processo de impeachment, a vice-primeira-dama da República mal sai de casa. A Folha acompanhou por dias a rotina da residência dos Temer, numa praça do bairro nobre de Alto de Pinheiros.
Com exceção dos cerca de 40 manifestantes do Levante Popular da Juventude, que fizeram ato na quinta (21), o movimento da casa é raro. Nenhuma janela voltada para a rua se abriu em cinco dias.
Enquanto Michel Temer, 75, ia e vinha de Brasília, Marcela estava lá dentro. Quando Temer recebe caciques de partidos para discutir um eventual governo, ela recepciona as visitas, fica o tempo de tomar um café e se retira, narra um assessor parlamentar.
A maior parte do seu tempo é dedicada a cuidar do filho dos dois. Bacharel pela Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo em 2010, ela declarou após a formatura que sua prioridade era fazer o exame da OAB. Ficou só na intenção. A maternidade a fez mudar de ideia, segundo amigos.
Michelzinho, 7, é aficionado por skate. Já sabe fazer truques como pular da prancha, enquanto ela roda no ar, e aterrissar com os dois pés em cima do skate. Gosta de nadar na piscina de seu quintal e de jogos de computador como “Minecraft”.
A mãe tem ajuda de uma babá, uma cozinheira e duas empregadas para tomar conta do menino, além do suporte da família.
A irmã mais nova, Fernanda Tedeschi, 30, se mudou com a mãe, Norma (não diz a idade), para uma casa vizinha à dos Temer. Um imóvel de 377 m² na mesma rua, com cinco quartos (três deles suítes), custa R$ 4,2 milhões. O aluguel de outro, com quatro quartos, sai a R$ 22 mil ao mês.
Nos primeiros meses, as três saíam juntas com frequência. Não mais. O salão de manicure aonde Marcela chegou a ir semanalmente, no subsolo do shopping Villa-Lobos, não vê a vice-primeira-dama há seis meses.
Profissionais da clínica dermatológica Ligia Kogos, no Jardim Paulista, afirmam que suas visitas bimestrais se tornaram esporádicas e erráticas. Do salão de Marco Antonio de Biaggi ela sumiu de vez, gerando rumores de que tenha contratado uma nova equipe para atendê-la em casa.
Pessoas que frequentam a residência afirmaram que Temer, que se definiu como um “vice decorativo” em carta a Dilma Rousseff, assume uma posição muito mais executiva na vida do casal. Segundo amigos, ele é conservador quanto à estética da cônjuge: sugere que ela mantenha a cor (“blonde glam”, uma mistura de vários tons de loiro) e o comprimento do cabelo, no meio das costas, além de elogiar as roupas que considera adequadas.
Marcela não sai mais pelas manhãs para andar com o golden retriever Thor.
“Ela costumava levar o filho a pé na escola. Nunca mais vi”, diz a professora de inglês Marita Adams, 70, que mora a duas casas de distância dos Temer. É geralmente a avó quem o leva para o colégio, eventualmente no seu veículo utilitário.
Ao contrário de Marcela, sua mãe e irmã não abandonaram os compromissos públicos. Vão a shoppings com frequência e mantêm vida ativa em redes sociais. No último ano, Norma mostrou na internet uma plástica que fez na região dos olhos.
Marcela está nas redes sociais, garantem pessoas próximas, mas com pseudônimos. No Instagram, segue blogueiras de moda, atrizes e estilistas. No Facebook, tem menos de cem amigos.
Desde que um exame de gravidez teve resultado positivo, em dezembro de 2015, ela também cessou a rotina diária de exercícios. A gravidez não se confirmou, mas Marcela ainda não voltou à academia de bairro que frequentava. “Eu não sabia quem ela era até ver a tatuagem [ela gravou Michel Temer na nuca]. É uma pessoa simpática”, diz o administrador André Dias.
É com simpatia similar que garçons do Antiquarius, nos Jardins, e do Shigueru, no Itaim Bibi, têm na memória a visita da vice-primeira-dama, sempre com o vice-presidente, nas últimas semanas.
GUARDA
As saídas de Marcela foram minguando conforme crescia a escolta em frente à sua casa. De três a cinco seguranças, que se apresentam como sendo do Gabinete de Segurança Institucional, órgão da Presidência da República, se revezam na praça onde fica a residência. A escolta era de duas pessoas em 2015.
Apenas em viagens, como quando foi para Nova York, em agosto último, ou a ida a Miami no Dia das Crianças de 2015, ela se permite fazer atividades rotineiras. Vai ao supermercado e à farmácia –um dos seus programas prediletos quando está nos EUA, dizem as amigas.
Antes de conhecer Temer, Marcela jamais havia viajado para o exterior. O casal se conheceu em 2002 num evento do PMDB em Paulínia, cidade do interior onde ela cresceu.
Apresentada ao então deputado federal pelo tio, mandou seu número de telefone por e-mail para o gabinete de Temer. A missiva foi impressa e enviada por fax ao político, mais desenvolto com correspondência em papel.
Casaram-se em 2003. Após chamar a atenção por sua elegância na posse de Dilma em 2011 e experimentar a vida no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice, ela optou por morar em São Paulo.
A reportagem tocou a campainha da casa da vice-primeira-família e também pediu entrevista para a Vice-Presidência.
Em nenhuma das tentativas obteve resposta.
Essa está só esperando temer morrer pra começar a viver a vida com bastante dinheiro. Por enquanto vai sofrendo com esse velho caquético….
Verdade, mais vale uma mulher do lar, recatada, do que uma piriguete que envergonhou o País com aquelas postagens dentro do gabinete do MInistério do Turismo. Uma vergonha aquilo, se autodenominando de 1ª dama.
Até com isso ganha o Brasil é desse tipo de comportamento que precisamos, Já estou com saudades de Henrique no Turismo, viram seu sucessor e mulher, tenha santa compostura.