Por Interino
Com a proximidade do segundo turno das eleições (acontece no dia 26 de outubro), os policiais militares já começaram a se preocupar com as escalas para o dia do pleito, principalmente pelo que aconteceu com alguns PMs que foram escalados no último dia cinco de outubro (data do primeiro turno). Em Mossoró, PMs chegaram a trabalhar mais de 30 horas ininterruptas.
“Eu mesmo passei por isso. Eu comecei a trabalhar às 5h da manhã do sábado e só fui sair depois das 20h do domingo. Um absurdo isso que aconteceu. Outros policiais também passaram pela mesma situação, mas têm medo de falar o que aconteceu. Eu, como representante da categoria, não posso ficar calado”, argumentou Tony Nascimento, presidente da Associação de Praças da Polícia Militar de Mossoró e Região (Apram).
Segundo Tony, muitos policiais também não receberam as diárias operacionais que foram “garantidas” pelo Governo. “Muitos ainda não receberam e também não existe uma data para que esses policiais recebam o valor das diárias. Como é que o Governo quer que os policiais trabalhem nessas condições? Os PMs foram obrigados a trabalhar durante as eleições, pois muitos não querem trabalhar, já que sabem que dificilmente o Governo irá pagar as diárias operacionais”.
Além das situações já citadas, Tony ainda destacou outro problema que aconteceu durante o processo eleitoral do último dia cinco. “Os policiais ficaram nas zonas eleitorais, fazendo a segurança. Porém, muitos policiais não estavam com rádios comunicadores. Com isso, caso alguma coisa acontecesse no local, os policiais não tinham como se comunicar para pedir reforços. Eu trabalhei em Serra do Mel. Lá, só tinha uma viatura para tomar conta de 22 zonas eleitorais na cidade”.
Por fim, o presidente da Apram disse que irá se reunir com representantes dos direitos humanos e de outras associações policiais e do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte para traçar ações para evitar que os problemas voltem a acontecer no próximo dia 26 e que uma carga horária seja definida para o trabalho dos policiais. “Atualmente não existe uma carga horária definida para os policiais. Isso faz com que o Governo acabe colocando para trabalhar em situações excessivas, como aconteceu na eleição do dia cinco. Vamos nos reunir com esses órgãos para tomar uma posição definitiva sobre isso. Essa situação não pode continuar acontecendo. Se não existe condições para fazer a segurança na eleição, o Governo tem que comunicar e não colocar os policiais nessas situações”.
Cerca de 1200 cidades receberam esse reforço. Já no dia da votação, as urnas ficaram de responsabilidade dos fiscais eleitorais, mas os PMs continuaram na região, ficando a uma distância de 100 metros dos locais onde a votação estava acontecendo. Já em Natal e região metropolitana foram 984 policiais distribuídos nos 492 locais de votação. Além desse efetivo “especial”, todas as cidades continuaram com as rondas ostensivas normais. Para completar o quadro de policiais para trabalharem nas eleições, o comando geral convocou todos os PMs que estavam cedidos a outros órgãos ou que estavam realizando apenas funções administrativas.
Um dia antes das eleições do primeiro turno, o comandante geral da PM no RN, coronel Francisco Araújo, informou que parte do valor das diárias operacionais já tinha sido depositado na conta dos policiais. “Já a questão do vale alimentação, o valor será de responsabilidade das prefeituras que fizeram a solicitação dos policiais”, destacou.
Com informações do Jornal de Hoje
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