Como cantado no hit dos Originais do Samba, “assassinaram o camarão”. A presença de um vírus que mata o animal nos criadouros derrubou em 20% a produção do setor de cultivo em cativeiro em 2016. A essa retração foram adicionados temores de que poderia faltar o item no mercado, numa receita que salgou o preço do crustáceo.
O quilo vendido pelos produtores dobrou de preço de junho do ano passado até janeiro, para R$ 30, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC). Com o defeso (período em que a pesca é proibida) do camarão do mar, de março até o fim de maio, a situação se agrava. Nos supermercados, há embalagens com porções dessa — por ora — rara iguaria congelada com preços que beiram R$ 300, o quilo. No Mercado São Pedro, mercado de peixes em Niterói, as vendas para o grande público caíram em 50%. Nos restaurantes, já há problemas de fornecimento e prejuízos. No cardápio do consumidor, o prato rareou ou saiu de cena.
— A mancha branca chegou ao Brasil por Santa Catarina em 2003/2004. Em junho do ano passado, ela chegou ao Ceará, que é o principal produtor de camarão do Brasil. A indústria está solucionando o problema e esperamos que, após a Semana Santa, o preço comece a ceder, podendo voltar a R$ 25 — conta Itamar de Paiva Rocha, presidente da ABCC, destacando que a produção de camarão cultivado é duas vezes maior que a da pesca extrativa.
No varejo, a chegada do camarão no pódio do preço alto foi freada pela turbulência da recessão.
— O preço que pagamos a fornecedores subiu 120%. Mas, com a crise, não dá para repassar isso ao consumidor. Reajustamos em 60% e absorvemos o resto, reduzindo margem, e apostamos em promoções de peixes para estimular as vendas. As de camarão encolheram em 30% — explicou Pietrangelo Leta, vice-presidente comercial dos Supermercados Zona Sul.
DOENÇA NÃO AFETA CONSUMIDOR
Está difícil, porém, convencer o consumidor a não retirar o camarão da empada. O preço do produto subiu 31,29% nos 12 meses terminados em fevereiro, segundo o IBGE. É sete vezes mais que a inflação dos alimentos nesse período, que foi de 4,34%.
O Globo
Gostaria de conhecer essa formulação de ração citada pelo senhor Paulo Martins. Não conheço essa ração a base de antibióticos.
Sou estudante de Eng. de Aquicultura e como tal, até ração aprendo a formular.
É bom entender que essa nota é comprada pela Associação de Bares e Restaurantes que colocam de 05 no máximo 06 camarões num prato e cobram R$ 100,00 num prato. Eis aí senhores os verdadeidos vilões da tal notícias e pasmem, se um camarão em média pesa entre 12 e 15 gramas, com o número anteriormente dado, calculem o valor que os bares e restaurantes cobram pelo quilo do cliente que senta à mesa. Só para ajudar quem não gosta de calcular, eles cobram pelas 60 gramas R$ 100,00 – 600 gramas R$ 1.000,00. Quem é o bicho papão da história inventada?
Poucos dão importância ao fato de que o consumo de camarão criado em cativeiro é causa de sérios danos neurológicos. Alimentado principalmente com ração à base de antibióticos, o crustáceo tem gerado preocupação entre pesquisadores do mundo inteiro, especialmente os alemães.
Aqui mesmo, a um palmo aquém de nosso nariz, a UFERSA já identificou bacterioses que acometem o camarão marinho tradicional cultivado em cativeiro. Conforme o estudo, análises presuntivas e confirmatórias registraram a existência de Hepatopancreatite Necrosante Bacteriana (NHP-B) como agente causador de elevadas taxas de mortalidade em viveiros da região.
Portanto, em que pese o impacto que poderá causar à já debilitada economia norte-rio-grandense, a retração momentânea no consumo de camarão pode ser uma boa notícia. Afinal, saúde é o que interessa a todos, agora e sempre.
* …UFERSA já identificou bacterioses que acometem o camarão marinho tradicional E O cultivado em cativeiro.
A solução é não comprar, a baixa procura faz com que baixem os preços, lembrando que essa alta é um suicídio para os produtores do crustáceo, pois o cidadão comum não costuma comprar camarão para o dia a dia, e sim, para datas festivas, e o preço estando elevado a tendência é a mudança dessa iguaria por outra menos cara.