Por Josias de Souza
Na noite desta quarta-feira, enquanto Dilma Rousseff discursava para uma plateia companheira em Brasília, Michel Temer acertava num jantar com a cúpula do Congresso uma estratégia para apressar o julgamento do impeachment. Renan Calheiros, presidente do Senado, disse a Temer que considera factível encerrar na madrugada da próxima terça-feira, dia 30 de agosto, a votação que mandará Dilma mais cedo para casa.
Renan também informou que cogita marcar para a tarde do mesmo dia a sessão do Congresso em que Temer será empossado em caráter definitivo no cargo de presidente da República. Pelo cronograma original, o julgamento de Dilma, que se inicia nesta quinta-feira (25), se arrastaria pelo menos até o dia 31 agosto.
Dilma discursou no Teatro dos Bancários. Falou em timbre de carta fora do baralho: “Estão me condenando por algo fantástico, um não-crime.” Temer jantou na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, às margens do Lago Paranoá. Ali, conforme apurou o blog com dois dos presentes, Dilma foi tratada como uma não-presidente.
A hipótese de Dilma retornar ao trono não foi sequer mencionada. Dando a deposição como favas contadas, Temer e Renan combinaram que a cerimônia de posse será simples e rápida. Deve-se a pressa ao desejo de Temer de voar na noite do próprio dia 30 para a reunião do G-20, na China, sem o contrapeso da interinidade. Renan integrará sua comitiva.
Na véspera do início do julgamento, acompanharam Dilma no seu derradeiro ‘golpemício‘ com a militância do PT e de movimentos sociais alguns personagens do governo que chega ao fim. Entre eles os ex-ministros petistas Jaques Wagner (Casa Civil), Miriam Belchior (Planejamento), Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres) e Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência). Havia também na plateia quatro deputados petistas. Nenhum senador deu as caras. Nem sinal de Lula.
Foram à mesa com Temer, além de Rodrigo Maia e Renan Calheiros, os três ministros mais influentes do governo seminovo —Henrique Meirelles (Fazenda), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Coordenação Política— o auxiliar mais chegado ao presidente —Moreira Franco, responsável pelo programa de concessões e privatizações do governo—, e os presidentes dos três principais partidos pró-Temer —Romero Jucá (PMDB), Aécio Neves (PSDB) e Agripino Maia (DEM). Completaram a lista lideranças como os tucanos Aloysio Nunes Ferreira e Antonio Imbassahy.
Em seu discurso, Dilma criticou providências já adotadas ou anunciadas por Temer. Entre elas a emenda constitucional que fixa um teto para os gastos públicos, limitando seu crescimento à inflação do ano anterior. No dizer de Dilma, trata-se de uma medida impopular, adotada “na maior cara de pau”. A plateia amiga aplaudiu Dilma. Mas o som das palmas não ornava com as caretas de cândido desânimo.
Na mesa de jantar da residência de Rodrigo Maia, Temer também falou sobre a emenda do teto. Referiu-se à medida desancada por Dilma como prioridade zero da sua administração. Obteve dos presentes o compromisso de tentar aprovar a mudança na Câmara e no Senado até o final do ano.
Por ironia, o economista Nelson Barbosa, último ministro da Fazenda de Dilma, também incluía o teto de gastos no seu receituário para enfrentar a crise fiscal. Não teve tempo nem condições políticas para converter a intenção em proposta legislativa. A tarefa acabou sendo transferida para Henrique Meirelles, um personagem que Lula tentara, sem sucesso, enfiar na equipe de Dilma e que Temer não hesitou em incorporar ao seu ministério.
No pedaço da conversa em que Temer e seus ministros trataram com os congressistas da agenda pós-impeachment, ficou entendido que o segundo item da lista de prioridades do Planalto é mesmo a reforma da Previdência —uma “reforma impopular” que Dilma também reconhecia ser necessária, mas não se animou a tocar. Temer reafirmou que enviará a proposta ao Congresso em setembro. Não tem a pretensão de aprová-la rapidamente. Mas quer inaugurar o debate antes das eleições municipais.
Em seu discurso, Dilma voltou a evocar as figuras de João Goulart e Getúlio Vargas, cujo suicídio fez aniversário de 62 anos nesta quarta-feira. A oradora não se deu conta. Mas, ao traçar uma analogia entre o seu destino e os pesadelos da dupla, acabou retratando o momento atual como um contraponto de normalidade.
“Hoje, eu não tenho de renunciar”, disse Dilma. “Hoje, eu não tenho de me suicidar [como fez Getúlio há seis décadas]. Não tenho de fugir para o Uruguai [como fez Goulart depois de ser deposto pelo golpe militar de 1964]. É um outro momento histórico que cada um aqui contribuiu para ele.”
O que chamou atenção nesse "discurso de despedida melancólico" foi a não presença dos Senadores do PT….
O povo como sempre inerte, impassível, vendo que a democracia brasileira foi trocada por 45 mil reais e por um bando de urubus que tratam o poder como carniça. Viva o Brasil e abaixo os: golpistas, usupadores, corruptos e corruptores
Farsa,farsa…
O meu voto foi jogado no esgoto junto com essa FAÇA !
Quem lembra do então Ministro do Planejamento, Senador Romero Jucá?
Não foi ele que foi pego naquela célebre gravação onde dizia em claro e bom som, afirmando que estava conversando com "todo mundo" (STF, Militares e Senado) afim de fazerem um PACTO para "ESTANCAR A SANGRIA" representada pela Operação Lava a Jato?
Dilma é o "boi de Piranha", pra boiada toda ser absolvida, precisa que ela seja devorada no Tribunal da hipocrisia, Santa Hipocrisia.
Assim como na idade média, haviam os famosos "BODES EXPIATÓRIOS" que eram sacrificados em praça pública, queimados em uma grande fogueira, INOCENTES!
O PLANO É MUITO SIMPLES:
Tiramos "ela" pelo Impeachment…
Temer vira Presidente, bloqueia as denúncias contra ele e contra os comparsas Cunha, Renan, Sarney, Jucá, Padilha, Gedel, Aécio, Serra, Paulinho da Força Sindical, Cunha Lima, etc, com ajuda de nosso "Ministro" que manda no STF e no TSE.
Travamos a LAVAAJATO, só o PT se fode, nenhum de nós é denunciado, se for será arquivado ou ficará parado numa gaveta empoeirada, os Jornais, revistas e TVs mudaram as manchetes e focarão outros assuntos importantes (como a morte da bezerra), a turma do #FORAPT fica feliz e voltamos aos tempos em que achavam que não havia CORRUPÇÃO no Brasil.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Você disse tudo Sérgio Franco.Será exatamente como você descreveu. Agora cabe a nós, brasileiros, assumir o país, no sentido de ir atrás das ratazanas que estão se safando, mobilizar todos para irmos as ruas, exaustivamente, tentar TIRAR toda essa corja do nosso Brasil. Vamos LIMPAR o país desse povo ladrão, corrupto, desumano, dissimulado e safado. Não tenhamos partido, tenhamos vergonha. O nosso voto será nossa arma. Não existir partido,conchavos, coligações e etc… existir pessoas disponível a cuidar, por nós, da nossa nação.
"Brasil Limpo" a isso chamam utopia.