Por Veja
O ex-médico Roger Abdelmassih teve mais do que dinheiro, sorte e um perfil discreto para manter seu esconderijo de luxo no Paraguai. Também entraram em cena políticos locais, policiais corruptos e até mesmo um ex-dirigente sul-americano de futebol. Essa é a suspeita do ministro da Secretária Nacional Antidrogas do Paraguai, Luis Rojas, responsável pela prisão do ex-médico condenado a 278 anos de prisão no Brasil.
A ajuda desta rede, que deve ser investigada pelo Ministério Público paraguaio, permitiu a Abdelmassih conseguir documentos falsos, adquirir bens e manter uma mansão em um dos bairros mais exclusivos de Assunção por cerca de três anos, apontam investigações preliminares. “Ele tem contatos influentes, muito influentes. Ele se sentia seguro”, disse Rojas, que não especificou como funcionava exatamente a rede. Segundo o ministro, o papel da sua pasta, que mantém contato frequente com a Polícia Federal brasileira, foi exclusivamente o de vigiar nos últimos dias, capturar e providenciar a deportação do ex-médico – e não de especificamente investigar como ele manteve seu esconderijo, embora várias das suspeitas tenham aparecido durante o processo de acompanhamento do caso.
Em seu esconderijo no Paraguai, Abdelmassih contava com um luxuoso Mercedes E350, empregados, além de uma casa de luxo, cujo aluguel custava 5.000 dólares por mês. Na escola onde seus filhos gêmeos de três anos estudavam, uma das mais exclusivas de Assunção, com mensalidades a partir de 200 dólares (valor alto para os padrões locais), Abdelmassih usava o nome de Ricardo Galeano. Esse também foi o nome usado no contrato de aluguel da mansão. Ainda não está claro como ele obteve documentos para formalizar todas essas iniciativas. Uma possibilidade, segundo as autoridades paraguaias, é que tenha adquirido a papelada com a ajuda da rede de contatos e com o serviço de funcionários corruptos.
Toda esse esforço permitiu que Abdelmassih fosse aos poucos adotando uma rotina mais pública, embora em geral seu perfil fosse discreto. Vizinhos ouvidos por VEJA relataram saber pouco sobre o misterioso morador da rua Guido Spano número 1976, o endereço ocupado por Abdelmassih e sua mulher Larissa Sacco. Em três anos, a maior parte dos vizinhos viu o casal em poucas oportunidades, e manifestou espanto ao descobrir que um fugitivo internacional residia ao lado. Na escola dos filhos, no entanto, o casal adotou uma postura mais pública. Larissa se apresentava com seu verdadeiro nome, e Abdelmassih costumava aparecer com frequência para buscar as crianças, usando sempre o nome Ricardo.
Si Dilma mandar soltar eles obedece tenha certeza disso.
Não acho que Gilmar tenha que se preocupar em soltar ou defender bandidos. O aparelhamento do Supremo por petistas já deixou claro que defender bandido, alterar regime de prisão ou mesmo soltá-los já tem muitos que se prestam a fazê-lo.
Será que o Gilmar Mendes vai soltar o médico estuprador novamente?