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A delegação russa, com a ajuda do governo de Vladimir Putin, preparou uma fraude em grande escala para ser colocada em prática na Olimpíada do Rio, falsificando amostras de urina e manipulando testes de doping. É o que revelam e-mails obtidos pelos investigadores da Agência Mundial Anti-Doping (Wada), que estiveram entre os mais de 4 mil documentos usados para concluir que mais de mil atletas do país foram beneficiados por esquemas de manipulação de resultados de doping iniciado em 2011.
A estratégia de Moscou para a Rio-2016 foi minada pela exclusão de mais de uma centena de seus atletas dos Jogos. Mas os dados levantam dúvidas sobre as mais de 50 medalhas que a Rússia obteve no Brasil. As conclusões fazem parte do relatório final preparado pelo investigador Richard McLaren, apresentados ontem. De um esquema inicialmente improvisado, a fraude ganhou contornos institucionais e com alto grau de sofisticação em 2015, na fase final de preparação para o Rio.
Uma das estratégias dos russos para mascarar o uso de alguns produtos ilegais era misturá-los com álcool, café ou sal. Mas, com base em trocas de e-mails entre autoridades de alto escalão do país, os investigadores da Wada que trabalham para desvendar o gigantesco esquema de doping desenvolvido, suspeitam que os cientistas já buscavam outras maneiras de ocultar as substâncias ilegais.
A desconfiança sobre o uso do álcool é sustentada, por exemplo, na troca de correspondências entre o chefe do laboratório russo, Grigory Rodchenkov, e o vice-ministro de Esportes, Alexei Velikodniy, em 10 de julho de 2015.
Estadão
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