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Crise econômica, falta de liberdade e pandemia explicam protestos em Cuba

Foto: Yamil Lage/AFP/Getty Images

Milhares de pessoas saíram às ruas de Cuba no domingo (11) para se manifestar devido à situação econômica e à falta de liberdade, uma situação incomum para o país governado pelo Partido Comunista de Cuba, o único legal, desde a Revolução de 1959 e que faz lembrar da onda de protestos no início dos anos 1990.

As manifestações ocorreram em Havana e San Antonio de los Baños, segundo a CNN, e em outras partes de Cuba, segundo vídeos veiculados em redes sociais, que pareciam mostrar outros protestos em várias de cidades e vilas da ilha.

Um morador que não quis ser identificado, por sua vez, disse à CNN que os moradores de San Antonio de los Baños vinham passando por cortes de energia durante a semana e que isso havia “gerado” descontentamento na cidade.

Esses protestos são muito inusitados, pois o governo não permite qualquer tipo de manifestação e, caso ocorram, são imediatamente contidos. Desta forma, inúmeras prisões foram feitas e a polícia disparou gás lacrimogêneo para desmantelar algumas concentrações.

O que está acontecendo então em Cuba?

Condições econômicas preocupantes

Nesta ocasião, as pessoas reclamaram principalmente de cortes de energia, escassez de alimentos e o manejo do governo na pandemia de Covid-19, prejudicando uma economia já fortemente afetada por sanções durante o governo Trump e que depende do turismo, que praticamente desapareceu durante os bloqueios de 2020 para conter o vírus.

A queda do turismo, principal fonte de divisas do país, também provocou queda nas importações de bens essenciais, gerando escassez.

Consequentemente, o número de migrantes cubanos que tentam chegar aos Estados Unidos é o maior desde 2017.

De acordo com a Guarda Costeira dos Estados Unidos, em todo o ano de 2021 cerca de 500 cubanos foram interceptados no mar tentando chegar à costa da Flórida. Em 2019, eram 313 e, em 2018, apenas 259.

Os números são ainda menores do que os registrados durante o “Período Especial” no início de 1990 em Cuba, quando milhares de cubanos, em meio a uma onda de protestos, pularam ao mar, escapando das severas condições econômicas da ilha após a queda do regime da União Soviética, em 1991, principal aliado e parceiro comercial de Cuba.

Mesmo assim, eles mostram que cada vez mais cubanos estão dispostos a cruzar os perigosos 144 quilômetros de mar que separam a ilha da Flórida.

O papel da pandemia de Covid-19

Segundo a Universidade Johns Hopkins, Cuba relatou 238.491 casos e 1.537 mortes por Covid-19. Mas os números preocupantes são os mais recentes: 6.923 infecções e 47 mortes foram registradas no domingo, um recorde para o país desde o início da pandemia. Também os casos acumulados na última semana são recorde.

“Nas últimas duas ou três semanas o aumento de casos foi mais intenso. As autoridades confirmaram a variante delta no interior de Cuba”, disse à CNN José Geraldo Moya Medina, representante da Organização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde em Cuba no início de julho.

Moya Medina disse que a situação é pior nas cidades do interior de Cuba e não tanto em Havana, onde começou a ser aplicada a vacina de desenvolvimento local Abdala, que teria uma eficácia de 92%, segundo autoridades cubanas. Uma segunda vacina cubana, a Soberana 02, teria eficácia de 62%.

Reivindicações por mais liberdade

Muitos manifestantes gritaram por “liberdade” e pediram a renúncia de Díaz-Canel. A polícia prendeu vários manifestantes e usou gás lacrimogêneo para interromper algumas manifestações. Os confrontos violentos com os manifestantes também foram relatados, jogando pedras e derrubando um carro da polícia.

Desde a Revolução Cubana de 1959, que derrubou o ditador Fulgencio Batista, Cuba é governada pelo Partido Comunista de Cuba e sob um regime comunista liderado por Fidel Castro, que mais tarde entregou o poder em 2006 a seu irmão Raúl Castro.

Alinhado com a União Soviética em tempos de Guerra Fria, elo pelo qual o país recebia subsídios no valor de US$ 4.000 a US$ 6.000 milhões anuais, Cuba viveu dificuldades econômicas nas últimas décadas, em meio a demandas crescentes por reforma e abertura de sua população.

A dura resposta do governo

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, disse na segunda-feira (12) que as sanções comerciais dos EUA criaram miséria econômica na ilha e foram responsáveis ??pelos protestos.

As palavras de Díaz-Canel, que sucedeu Raúl Castro como presidente em 2018, pareciam se referir ao governo de Donald Trump, que promulgou algumas das medidas econômicas mais duras contra Cuba em décadas, incluindo sanções econômicas e restrições a viagens. Até agora, o governo Biden ainda não os suspendeu.

Ao final do mesmo discurso, garantiu que “a ordem de lutar foi dada, (…) os revolucionários precisam estar nas ruas”.

Enquanto o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, criticou o assessor de segurança da Casa Branca, Jake Sullivan, na segunda-feira, por fazer uma declaração em apoio aos incomuns protestos cubanos.

“O Assessor de Segurança Nacional da Casa Branca carece de autoridade política e moral para falar de Cuba. Seu governo destinou centenas de milhões de dólares para a subversão em nosso país e impõe um bloqueio genocida, que é o principal responsável pelas deficiências econômicas”, afirmou. Rodríguez em um tuíte.

Biden pede a Díaz-Canel que “ouça seu povo”

No tuíte que provocou a reação de Rodríguez, Sullivan expressou seu apoio ao povo cubano: “Os Estados Unidos apóiam a liberdade de expressão e reunião em Cuba e condenariam veementemente qualquer violência ou ataque contra manifestantes pacíficos que exerçam seus direitos universais”.

Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na segunda-feira deu seu apoio ao povo cubano em meio aos protestos e pediu ao regime de Díaz-Canel que “ouça seu povo e atenda suas necessidades”.

“Apoiamos o povo cubano e seu clamor por liberdade e alívio do trágico controle da pandemia e das décadas de repressão e sofrimento econômico a que tem sido submetido pelo regime autoritário de Cuba”, disse Biden em um comunicado.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Segundo uma refugiada cubana morando no Brasil, lá você tem direito a comprar uma coxa de frango e cinco ovos por mês. É isso que a esquerda esconde.

  2. “A queda do turismo, principal fonte de divisas do país, também provocou queda nas importações de bens essenciais, gerando escassez.”

    Mentira. A principal fonte de renda era o parasitismo junto à Venezuela e a corrupção petista que drenava recursos brasileiros ao regime opressor, seja via mais médicos (trabalho escravo), Puerto Mariel, OffrShores etc.

  3. O paraíso dos esquerdopatas Brasileiros, que não querem nem visitar Kkkķ.
    Acabou a ajuda do Governo Brasileiro e a escravidão dos médicos cubanos. Aí o paraíso ruiu de vez.
    #SOSCUBA

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Economia

“Se você não atrapalhar, o Brasil vai decolar e conseguir sair da crise. Saia do palanque”, diz Bolsonaro a Doria

Foto: Reprodução/Twitter

Em videoconferência, Jair Bolsonaro disse a João Doria que o governador não tem autoridade moral para criticá-lo porque foi eleito governador de SP às custas do presidente, informa a Folha.

“Se você não atrapalhar, o Brasil vai decolar e conseguir sair da crise. Saia do palanque.”

A declaração foi uma resposta a Doria, que havia criticado o pronunciamento de Bolsonaro na noite de terça-feira (24) e disse que o presidente precisa “dar o exemplo”.

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. Esse país é um cabaré, se tivesse homem já tinha tirado esse infeliz da costa oca, filho do satanás na tapa.
    Essa desgraça até no nome de Jesus Cristo fala.
    Xô Satanaro

    1. É verdade. Dória é um comunista perigoso. Agente da Venezuela…

  2. Esse canalha do Dória,foi eleito governador de SP na carona do Pte Bolsonaro,sozinho nao tem voto, imagina pra Presidente,não ganha mais nem pra Governador de SP…….

  3. Ser Bolsominion é um vírus com o surto maior de que o covid 19,meu Deus do céu, enquanto pessoas que defende essas regras voltar tudo ao normal do Brasil tiver alguém próximo infectado de forma grave, não vai mudar esse posicionamento, pensei num virus que ataca covid19x Bolsominion, a diferença é que um já a OMS registrou como Pandemia e ou outro ainda não.

  4. O QUE O GOVERNO FEDERAL FEZ CONTRA CORONAVÍRUS:
    O Brasil é o 3° país a ter a maior quantidade de respiradores no mundo, perdendo somente para os EUA e a Alemanha.
    Na Itália milhares de idosos estão morrendo por falta destes aparelhos!!
    Mas por que temos tantos respiradores ? O ministério da saúde vem se preparando se o caos com doentes se instalar!
    Os governos estaduais além de mandar fechar o comércio e locais públicos, tomaram que medidas efetivas contra o coronavírus? Só o isolamento resolve? Criticando eles estão, mas quais medidas eles tomaram?
    Além disto, o governo brasileiro tem tomado providências na saúde e tendo cuidados com a situação social e a economia.
    *QUE MEDIDAS JÁ TOMOU:*
    – Liberação IMEDIATA de R$ 8 bilhões para a saúde;
    – Serão zerados impostos sobre 67 produtos que previnem e combatem o Coronavírus;
    – Presidente sugeriu e a Anvisa liberou que todas as farmácias de manipulação produzam álcool gel;
    – Liberação de R$ 60 bilhões para a manutenção de empregos;
    – Antecipação da primeira parcela do 13° para abril e a segunda para maio para aposentados e pensionistas do INSS;
    – Ministério da Educação libera R$ 450 milhões para ajudar escolas na compra de itens de saúde como álcool gel e sabonete;
    – Suspensão de visitas nos Presídios Federais;
    – Substituição de aulas presenciais por aulas a distância;
    – Restrição à entrada de estrangeiros por fronteiras do país;
    – Projeto de simplificação temporária de regras trabalhistas;
    – Trabalhador e empregador poderão celebrar acordos individuais, respeitados os limites da Constituição;
    – Auxílio emergencial de R$ 15 bilhões p/trabalhadores informais;
    – R$5bi p/pequenas e microempresas;
    – Desburocratização para importação de insumos e matéria-prima;
    – Prorrogação do prazo de pagamento do FGTS, injetando R$ 30 bi na economia;
    – Adiamento do pagamento do Simples Nacional, c/economia de R$ 22,2 bilhões p/pequenas e médias empresas;
    – Redução de 50% nas contribuições p/o Sistema S, beneficiando empregadores;
    – +5 mil médicos p/reforço no combate ao vírus;
    – Instalação de mais 2 mil leitos no Brasil p/atendimento a pacientes;
    – Distribuição de 30 mil kits para diagnóstico do Coronavírus.;
    – R$ 432 milhões para os estados;
    – Repasse de R$ 4,5 bilhões do fundo do DPVAT p/combate ao coronavírus;
    – Suspensão da prova de vida por 120 dias, SEM interrupção dos pagamentos –INSS;
    – Antecipação do abono salarial p/junho, injetando R$12,8 bilhões na economia;
    – Inclusão de mais 1 milhão de pessoas no Bolsa Família, com liberação de R$ 3,1 bilhões;
    – R$ 5 bilhões em crédito para pequenas e microempresas;
    – Criação do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos do Covid-19;
    – Criação do Comitê de Especialistas Rede Vírus, p/promover pesquisas relacionadas ao coronavírus;
    – Liberação de R$ 147 bilhões para reduzir os efeitos do coronavírus da seguinte forma:
    .R$ 83,4 Bi p/a população mais vulnerável;
    .R$ 59,4 Bi p/manutenção de empregos;
    .R$ 5 Bi no combate à pandemia.
    Em governo passado a mídia falaria sobre cada uma dessas medidas exaustivamente, fariam programas sobre elas. Mas hoje, elas estão sem receber os recursos públicos, nem falam nisso, passam o dia criticando a fala do Presidente. País manipulado pela mídia sem compromisso com a verdade.

    1. Rapaz se for verdade a metade disso, não precisa fazer mais nada

    2. O governo do RN tem 54 respiradores quebrados e não sabia, a empresa que conserta estava com o pagamento dos seviços de manutenção atrasados, ai vem falar besteira, ainda faz um contrato de propaganda de 3.000.000,00 , sem licitação, ainda não falar em pagar os salário atrasados dos servidores da saúde.

  5. Esse Doria é um canalha.
    Não tem votos pra ser presidente.
    Tá aí, pra avacalhar, ele a folha de São Paulo e o grupo dos marinhos.

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Política

Marcha dos Municípios protestará contra perdas e pedirá socorro aos governos estadual e federal

A crise financeira, a redução constante de receitas e a incapacidade dos municípios de honrar compromissos constitucionais foram temas de reunião emergencial realizada na manhã de hoje (13) por prefeitos e prefeitas do Rio Grande do Norte, na sede da FEMURN – Federação dos Municípios do RN. É consenso entre gestores a opinião de que os municípios estão sendo prejudicados, nesse sentido, algumas medidas emergenciais necessárias foram sugeridas, entre elas a contratação de um estudo para avaliação da queda das receitas e a realização de uma Marcha de Protesto dos Municípios do RN, no próximo dia 27 de janeiro, para chamar atenção dos governos estadual, federal e bancada federal para o grito de socorro das cidades.

São muitas as perdas e injustiças cometidas contra os municípios, apontaram os gestores associados à FEMURN. A redução sequencial de FPM – Fundo de Participação Municípios, perda nos repasses do Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação, – piso dos professores, parcelamento INSS, precatórios, necessidade de flexibilização da LRF, atrasos nos repasses da farmácia básica e ICMS. Além disso, o já tão cobrado novo pacto federativo com a redistribuição das receitas entre Governos Federal, Estadual e Municipal. De imediato, os prefeitos e prefeitas também vão assinar um documento que será enviado para Brasília ameaçando a desfiliação da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), caso não haja uma reação imediata e emergencial da entidade nacional que representa as cidades brasileiras.

Uma das reclamações dos gestores municipais era de que o Estado estaria atrasando repasses constitucionais de ICMS e Fundeb. Este problema foi prontamente resolvido. O presidente da Femurn, Francisco José Júnior, participou de reunião na Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças (Seplan) e levou aos prefeitos o compromisso assumido pelo governo do RN de não mais atrasar repasses referentes a estas duas rubricas. Francisco José informou ainda aos colegas a justificativa do Estado de que os atrasos ocorreram por conta de algumas orientações dos órgãos de contas seguidas pela Seplan. “Este impasse do ICMS foi justificado e solucionado. Agora vamos avançar nas outras questões importantes que tanto tem angustiado os prefeitos do Estado e do Brasil”, destacou Francisco José.

Os problemas são inúmeros, mas a grande preocupação dos municípios tem sido a constante redução nos repasses de FPM. As últimas quedas de dezembro e a mais recente de janeiro pegaram os prefeitos novamente de surpresa. E as previsões para os próximos repasses não são tão boas. O prefeito Fabiano Teixeira, de Serrinha, sugeriu a indicação de um auditor experiente para avaliar as constantes perdas de FPM e outras receitas. E ainda ressaltou a necessidade de se fazer uma maior pressão junto a CMN, inclusive ameaçando a desfiliação dos municípios do RN, já que a entidade não está colaborando com os municípios apresentando os números de maneira coerente das reduções do FPM.

“Há uma manipulação explícita dos números. Queremos transparência e temos direitos ao FPM. É um absurdo. Diferença na receita de novembro e dezembro de milhões. Falta de respeito com o povo brasileiro. São os municípios que dão assistência à população. Esta é a maior dificuldade da história da nossa cidade. Nunca houve crise semelhante. Assistimos o tesouro nacional manipular o dinheiro dos municípios. Somos contra a manipulação do fundo de participação. Queremos mais transparência”, afirmou José Júlio, prefeito de Antônio Martins.

Como resultado da reunião desta manhã, os prefeitos decidiram formar duas comissões, uma para tratar dos temas da educação e outra para organizar a Marcha dos Municípios. Além disso, ficou agendada reunião na próxima semana com o Sindicato dos Trabalhadores na Educação. Algumas medidas jurídicas estão sendo avaliadas pela assessoria da Femurn, entre as quais, principalmente em relação às complementações de Fundeb, possibilidade suspensão do parcelamento do INSS e flexibilização de precatórios e da LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal quanto aos limites prudenciais.

No âmbito estadual, os prefeitos vão pedir novamente audiência com o Governo do Estado para debater questões como a rede de urgência e emergência, a limpeza açudes estaduais, o Programa do Leite que saiu do controle das Prefeituras para as Associações e os repasses da Farmácia básica. Do Governo Federal, os gestores querem propor a instituição de um auxilio emergencial para compensar as perdas e mostraram-se favoráveis a recriação da CPMF, temas que serão levados à bancada federal.

Opinião dos leitores

  1. VAO CANSAR DE MARCHAR. O MODELO ECONOMICO BRASILEIRO FALIU OS MUNICIPIOS E JA COMEÇA A ATINGIR OS ESTADOS.

  2. Acho é pouco! Administradores incompetentes, que vivem da mamata da máquina estadual e federal, que não estimulam o crescimento dos municípios e na hora que aparece um governador ou presidente, passam o dia bajulando e tirando fotos!

  3. Coisa de brasileiro ,tem município que pra mim não precisava existir ,só pra sustentar sangue suga,cabide de emprego…..

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Economia

Crise já rebaixou quase 4 milhões às classes D e E

Pelo menos 3,7 milhões de brasileiros deixaram a classe C e voltaram para as classes D e E entre janeiro e novembro do ano passado, apontou estudo da economista Ana Maria Barufi, do Bradesco, publicado pelo jornal Valor Econômico, nesta segunda-feira. A pesquisa foi feita com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No mesmo período, a participação da classe C na pirâmide social do país caiu dois pontos porcentuais, de 56,6% para 54,6%. Uma parcela dessa queda alimentou as classes D e E, cuja participação avançou de 16,1% para 18,9% e de 15,5% para 16,1%, respectivamente. O aumento do desemprego e a queda da renda são alguns dos principais fatores que afetam a mobilidade social no país.

Na classe C, que concentra o maior contingente de brasileiros, estão 103,6 milhões de pessoas , com renda mensal entre 1.646 e 6.585 reais. Na classe D estão famílias com renda de 995 a 1.646 e na E, de até 995 reais.

“O problema é que não se vê reversão dessa tendência [no curto prazo]”, disse ao jornal a economista responsável pelo estudo, tendo em conta o cenário de aprofundamento do desemprego.

Ana Maria acrescenta que as recessões afetaram mais rapidamente e de forma mais intensa as classes mais baixas, já que as vagas que demandam menor qualificação são as primeiras a serem cortadas em períodos de ajuste.

A inflação, que acumulou 10,67% em 2015, é um agravante, pois compromete o orçamento doméstico com gastos básicos dessa parcela da população, como alimentação e transporte.

Com isso, a economista prevê que a desigualdade de renda aumente no país nos próximos meses, o que pode levar a classe C a voltar a responder por menos de 50% do total da população do país.

Fonte: Veja

Opinião dos leitores

  1. Se continuar essa política recessiva do Governo Dilma/PT…o povo vai parar na classe "Z" ou seja,na bst….

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Economia

Protestos contra crise dominam comemorações no Dia do Trabalho no mundo

As comemorações do Dia do Trabalho (1º) estão sendo marcadas por protestos em várias cidades do mundo contra as medidas de combate à crise econômica internacional. Na França, a cinco dias do segundo turno das eleições presidenciais, a campanha política domina as comemorações. Na Grécia, as celebrações do 1° de Maio coincidem com uma paralisação geral que conta com a participação de funcionários públicos e privados de vários setores.

Só na França, as entidades sindicais programaram 280 protestos em várias cidades do país, além de Paris. Os sindicatos franceses prometem que não haverá mensagens políticas durante os protestos.

As comemorações do Dia do Trabalho deste ano ocorrem no momento em que vários governos tentam adotar pacotes de austeridade, que atingem boa parte da população. Os trabalhadores da Espanha, de Portugal, da Grécia e da Irlanda temem o aumento do desemprego e perdas de benefícios sociais.

Há protestos organizados ao longo do dia na Espanha, em Portugal e na Grécia – países que vivem uma grave crise fiscal e que tentam implementar pacotes de austeridade. Os espanhóis prometem manifestações em 60 cidades. Em Atenas, capital grega, o protesto popular foi convocado por entidades sindicais ligadas aos trabalhadores em greve.

Ônibus, trens e metrôs da capital grega não funcionarão hoje, enquanto os trabalhadores de barcas e navios da Grécia, fundamentais para o turismo do país, cruzam os braços por quatro horas. Profissionais da área de saúde pretendem trabalham com o mínimo de suas equipes nos hospitais públicos e privados. Na Grécia, os protestos ocorrem a cinco dias das eleições.

Na Rússia, o presidente eleito, Vladimir Putin, e o atual presidente, Dmitri Medvedev, participaram de um ato público em comemoração ao Dia do Trabalho. Em uma semana, Putin assume o governo em meio a controvérsias envolvendo sua eleição, sob suspeitas de irregularidades.

Em Havana, capital de Cuba, a celebração do Dia do Trabalho é uma das mais importantes do ano para o governo comunista. Em Istambul, na Turquia, manifestantes, representando diferentes tendências políticas, também foram às ruas. Segundo autoridades do país, 20 mil policiais foram mobilizados para garantir a segurança na Praça Taksim, a mais importante da cidade.

Até 2010, protestos na Turquia eram proibidos. Na Praça Taksim, em 1° de maio de 1977, houve mortes e feridos durante um protesto considerado ilegal, que descambou para um confronto entre manifestantes e policiais.

Em Jacarta, na Indonésia, cerca de 9 mil manifestantes foram às ruas reivindicar aumento de salários. A Indonésia é o quarto país mais populoso do mundo, registrando uma das maiores taxas de crescimento econômico do planeta, mas metade da população ainda vive abaixo da linha da pobreza. Passeatas também foram registradas no Timor Leste, nas Filipinas e em Hong Kong.

*Com informações da Agência Brasil e da Rádio RFI

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