Economia

Economia brasileira ganhou tração, diz Banco Central

Foto: Daniel Isaia/Agência Brasil

A diretoria do Banco Central concluiu, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que a economia brasileira ganhou tração. O documento foi divulgado nesta terça-feira (17) pela instituição e faz referência à decisão da última quarta-feira (11), quando o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual para 4,5% ao ano.

“Os trimestres seguintes devem apresentar alguma aceleração, que deve ser reforçada pelos estímulos decorrentes da liberação de recursos do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] e PIS-Pasep [programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público] – com impacto mais concentrado no último trimestre de 2019”, acrescentou o Copom.

Desconsiderando esses estímulos temporários (FGTS e PIS/Pasep), a expectativa é por um ritmo gradual de crescimento da economia.

Maior participação do setor privado

O Copom também discutiu a menor participação do estado na economia e as possíveis implicações para a atuação do BC na política monetária (basicamente sobre a definição da taxa Selic). Segundo o BC, há maior participação do crédito livre (em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros) no mercado. Já o crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) tem diminuído, com menor participação dos empréstimos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e maior acesso de empresas ao mercado de capitais.

“Os membros do Copom julgam que as transformações do mercado de crédito e capitais tendem a aumentar a potência da política monetária”, diz o BC.

Na ata, o comitê acrescentou que os últimos dados da atividade econômica e a maior eficiência do mercado de crédito e capitais podem resultar em uma redução da ociosidade do setor produtivo “mais rápida do que antevisto e, com isso, produzir pressão altista na inflação”. Por outro lado, destacou que a ociosidade da atividade produtiva ainda é elevada.

Inflação

Segundo o Copom, as projeções de curto prazo para a inflação feitas pelo mercado financeiro foram particularmente afetadas pelos efeitos do “choque de preço” da carne que, segundo a instituição, ocorreu de forma mais intensa e prematura do que esperada. “As projeções consideram um efeito direto mais concentrado no último bimestre deste ano, constituindo-se o principal fator de elevação das projeções para 2019”, destacou no texto.

Em relação as preços administrados (como energia elétrica, gasolina, gás, transporte público e alimentos), o Copom considerou “a presença de condições benignas para a ocorrência de reajustes menores nas tarifas de energia elétrica, que já vêm se materializando nos últimos meses e devem prosseguir nos trimestres seguintes”.

Próximos passos

Para o comitê monetário, é preciso cautela na condução da política monetária dentro do atual ciclo econômico. “O Comitê enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, acrescentou.

Agência Brasil

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  1. Só quem ganhou foram mercado financeiro, bancos, milicos e agropecuarista exportador. O resto tá levando fumo!

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Economia

Quase 20% da população ainda guarda moedas em casa, diz Banco Central

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Parte da população brasileira ainda tem o hábito de guardar moedas em casa. Estudo divulgado nesta quinta-feira (19) pelo Banco Central (BC) mostra que 19,3% da população guarda moedas por mais de seis meses. Além disso, 56,2% usam o dinheiro guardado no cofrinho para compras e pagamentos, mostra o BC, no estudo “O brasileiro e sua relação com o dinheiro”.

De acordo com o chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, Felipe Frenkel, 8 bilhões de moedas estão guardadas “em algum lugar”. Ele destacou que quanto mais moedas ficarem em circulação, menor será o gasto de recursos públicos com a produção do dinheiro.

O chefe-adjunto do Departamento do Meio Circulante do BC, Fábio Bollmann, disse que o BC considera positivo que a população faça poupança com as moedas. Entretanto, ele orienta a trocar as moedas por cédulas sempre que atingir um valor maior, no comércio ou no banco, para ajudar na circulação de dinheiro.

Segundo o BC, o dinheiro vivo ainda é o meio de pagamento mais utilizado pela população: 96,1% responderam que, além de outros meios, também fazem pagamentos em espécie. Na questão, os entrevistados podiam marcar mais de uma opção – 51,5% mencionaram cartão de débito e 45,5%, cartão de crédito.

Frenkel acrescentou que a pesquisa é importante para saber qual é a demanda atual por dinheiro no país. “O Banco Central faz a pequisa para atender a demanda da população. Ainda é muito necessário o dinheiro no dia a dia”, acrescentou.

Para compras de até R$ 10, 87,9% dos entrevistados preferem utilizar dinheiro. Esse índice diminui com pagamentos de maior valor. Para desembolsos de mais de R$ 500, a maior parte (42,6%) prefere cartão de crédito. No comércio, 75,8% dos estabelecimentos aceitam pagamentos no débito e 74,1% no crédito. Apenas 16,3% aceitam cheques.

Salários

Bollmann destacou que “uma parcela significativa da população ainda recebe o pagamento de salários em espécie. Segundo a pesquisa, esse percentual chegou a 29%, embora a maioria receba por meio de conta corrente ou de pagamento e poupança (48%). Outros 22% disseram que não têm renda, 1% não responderam como recebem o salário e 0,4% por cheque. Em 2013, o percentual dos que recebiam salário em dinheiro era maior: 51%.

Faturamento do comércio

Segundo o comércio, os pagamentos em dinheiro representam 50% do faturamento, contra 55% registrados em pesquisa de 2013. O cartão de débito aumentou de 14% para 20% sua fatia no fluxo de caixa dos estabelecimentos. Já o uso de cheques diminuiu 2 pontos percentuais, passando para apenas 1%. As vendas feitas em cartão de crédito ficaram estáveis no período, com 25%.

Segurança da cédula

Segundo o BC, entre a população, a marca-d’água é o item de segurança mais conhecido, seguido do fio de segurança e da textura da nota. No comércio, a textura ou espessura do papel foi o item mais utilizado para reconhecimento de nota verdadeira, com 48%, seguido pela marca d’água e o fio de segurança.

A pesquisa mostra que 23% dos entrevistados declararam já ter recebido uma cédula falsa, o que representa uma redução de 5 pontos percentuais em relação a 2013, que registrou 28%. Daqueles que receberam notas falsas, apenas 28,3% entregaram para análise do BC.

De acordo com o BC, o hábito de verificar a autenticidade das notas está relacionado ao seu valor. Apenas 8,5% declararam verificar sempre as notas de R$ 2,00. Já para as notas de R$100, o percentual passa para 43,4%. Mesmo para as notas de maior valor, um percentual expressivo não verifica nunca: 39,2% para as de R$50 e 37,7% para as de R$100.

Por ser menos utilizada, a cédula de R$ 100 é considerada a mais bem conservada tanto pelo comércio quanto pela população, diz o BC.

A abrangeu a população de adultos residentes nas capitais e municípios com 100 mil ou mais habitantes e caixas de comércio e serviços. Para cada dos dois públicos-alvos foram realizadas mil entrevistas, em abril deste ano.

Agência Brasil

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Diversos

Economia pode crescer 2% em 2018, diz Banco Central

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira que a economia brasileira ainda está fraca, apesar de em recuperação, com elementos que ainda precisam se fortalecer, como o emprego, e estimou crescimento em 2018 por volta de 2 por cento.

“O que estamos observando é recuperação do crescimento de forma gradual”, afirmou Ilan em entrevista à rádio Jovem Pan. “Portanto, se continuar recuperando, a taxa de crescimento do ano que vem é mais para 2 por cento, até mais alta”, acrescentou.

Segundo Ilan, esse cenário ajuda na condução da atual política monetária.

“À medida que a economia vai se recuperar, a inflação vai subir um pouquinho e isso permite que a gente continue o processo de queda de juros”, disse, destacando ainda que o ritmo dependerá “das condições da economia, da expectativa de quanto vão chegar os juros no final”.

No fim de julho, o BC cortou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, a 9,25 por cento ao ano, mantendo o ritmo de afrouxamento diante do comportamento favorável da inflação e dos fracos sinais de recuperação econômica, e sugeriu que poderá repetir a dose daqui para frente.

A autoridade monetária continuou indicando que a crise política é ainda um fator que merece atenção, mas abrandou sua avaliação sobre a interferência exercida na condução da atual política monetária, ao afirmar que o impacto da recente queda da confiança na atividade tem sido limitado.

Na entrevista à Jovem Pan, ao ser questionado sobre eventual mudança da meta fiscal para este ano, o presidente do BC disse que não comentaria questões “de curtíssimo prazo”, ressaltando que as reformas, como a da Previdência, serão importantes para o país conviver com juros mais baixos de forma sustentável.

“Mesmo que tenhamos algumas subidas ou descidas ao longo do tempo”, acrescentou.

Ilan disse também que a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituirá a TJLP nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ajudará a reduzir os juros “para todo mundo”.

Reuters

 

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Diversos

Economia do Brasil cresce 1,3% em fevereiro, diz Banco Central

TANTO O IBC-BR QUANTO O PIB SÃO INDICADORES QUE MEDEM A ATIVIDADE ECONÔMICA (FOTO: THINKSTOCK)

A economia brasileira voltou a crescer. Nas contas do Banco Central, a expansão foi de 1,3% em fevereiro. A previsão dos analistas para o Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br), divulgado na manhã desta segunda-feira pela autarquia era uma alta de 0,6%.

ICB-Br

O IBC-Br foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia.

O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).

Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo.

Época Negócios

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Diversos

Quatro bancos concentram 79% do crédito no Brasil, diz Banco Central

A concentração bancária no país cresceu em 2016, depois de um ligeiro recuo verificado no ano anterior. Os quatro maiores bancos do país —Caixa, Banco do Brasil, Bradesco e Itaú— concentram 79% do mercado de crédito no Brasil, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central divulgado nesta terça (3).

Essa participação havia recuado de 76,1% em 2014 para 75,8% em 2015.

Esses grandes bancos também responderam no ano passado por 79% dos depósitos bancários e por 73% dos ativos do sistema financeiro.

No ano passado, o Bradesco fez a incorporação do HSBC, que havia sido comprado no ano anterior.

O diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, afirmou que uma melhora no ambiente econômico pode ajudar a aumentar a concorrência no setor.

“O grande estímulo para a entrada de novos concorrentes é o mercado que cresce, que se recupera. Acho que a queda do risco Brasil, o endereçamento de questões estruturais, a recuperação da confiança, a política macroeconômica, tudo isso é o melhor caminho para estimular a potencial entrada de novos concorrentes”, afirmou.

O BC informou ainda que, apesar da elevação do risco de crédito concedido a empresas, do crescimento do desemprego e da piora da situação fiscal de Estados, o sistema bancário brasileiro está preparado para lidar com um cenário de crise.

“Houve um período de recessão profunda, que, embora tenha batido no setor real, não se propagou de forma destacada no setor financeiro”, disse Anthero.

Segundo ele, os bancos estão preparados para lidar com o aumento do que chama de “ativos problemáticos” na carteira de crédito de empresas e consumidores. Esses ativos são compostos por operações inadimplentes e crédito renegociado, por exemplo, e passaram de 4% do crédito concedido a empresas em dezembro de 2014 para 8% em dezembro de 2016.

No caso da carteira de crédito dos consumidores, os “ativos problemáticos” atingiram o maior nível desde 2013, mas a tendência é de melhora nesse cenário.

Entre junho e dezembro do ano passado, o índice de Basileia do sistema financeiro, que mede a capacidade de um banco emprestar sem comprometer seu capital, subiu de 16,5% para 17,2%. O BC exige um mínimo de 11%.

O relatório diz ainda que o sistema financeiro conseguiria absorver o impacto de eventual falência das empresas envolvidas na Lava Jato.

Folha de São Paulo

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Diversos

Inadimplência e juro bancário recuam em junho, diz Banco Central

A taxa média de inadimplência de empresas e consumidores recuou pela primeira vez em 12 meses. De acordo com a pesquisa de crédito bancário do Banco Central, o indicador passou de 3,7% em maio para 3,5% em junho, retornando ao nível verificado entre janeiro e março deste ano.

A taxa média de juros também caiu, o que não acontecia desde dezembro do ano passado. Passou de 32,7% para 32,6% ao ano entre maio e junho.

Os dados do BC divulgados nesta quarta-feira (27) mostram ainda que o estoque de operações de crédito voltou a cair no mês passado, depois de uma ligeira recuperação em maio. A queda, no entanto, se deu apenas para as empresas (-1,3% no mês). Para as pessoas físicas, houve aumento de 0,3%, segunda alta seguida, influenciada pelo aumento de 0,7% no crédito imobiliário, cujas concessões voltaram a crescer nos últimos dois meses.

No primeiro semestre, o estoque total de crédito encolheu 2,8%, para R$ 3,13 trilhões. Nos últimos 12 meses, cresceu 1%, bem abaixo da inflação acumulada no período de quase 9%. A previsão do BC é fechar o ano com crescimento de 1%, o que pressupõe uma estabilidade a partir de agora. Dados da instituição desde o Plano Real mostram que as menores expansões registradas até então foram de 3%, em 1997 e 2001.

Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o crédito segue em queda. Depois de atingir o pico de 54,5% em dezembro de 2015, recuou para 51,9% em junho.

ATRASOS

Houve queda nos atrasos tanto nas linhas com recursos livres como naquelas com direcionamento obrigatório e juros subsidiados, tanto para empresas como para pessoas físicas.

Dois destaques foram os recuos no crédito pessoal, de 9,9% para 9,3%, e no rotativo do cartão de crédito, de 37,5% para 36,8%.

JUROS

A taxa média de juros recuou nas linhas ao consumo, para pessoas físicas, e subsidiadas para empresas.

Houve recuo no crédito pessoal (para 128,3% ao ano), consignado (29,4% ao ano), veículos (26% ao ano) e rotativo do cartão (471% ao ano), por exemplo, embora a maioria dessas taxas continue próxima dos recordes já registrados pelo BC na última década.

No cheque especial, por outro lado, os juros bateram recorde pelo quarto mês seguido, atingindo 316% ao ano.

Folha Press

Opinião dos leitores

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Economia

“PRESENTE”: Contas de luz devem subir, em média, 4,6% em 2016, diz Banco Central

Contas de luzAs contas de energia elétrica no Brasil devem ter em 2016 reajuste médio de 4,6%, informou nesta quarta-feira (23) o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Altamir Lopes.

De acordo com Lopes, porém, essa estimativa não considera a taxa das bandeiras tarifárias, que passaram a incidir nas tarifas em 2015 e refletem o custo mais alto da produção de energia pelo uso mais intenso de termelétricas. A eletricidade gerada pelas termelétricas é mais cara porque elas utilizam combustíveis como óleo e gás natural para funcionar.

Em 2015, o uso das termelétricas – e a aplicação das bandeiras tarifárias – contribuiu para um aumento médio de 51,6% nas contas de luz no país. Em 2014, por exemplo, para evitar o repasse imediato desse custo aos consumidores, e um salto nas tarifas, o governo fez empréstimos bancários para ajudar as distribuidoras.

A estimativa de 4,6% leva em consideração, porém, os impactos do fenômeno El Niño, que deve elevar as chuvas em algumas regiões do país. A maior incidência de chuvas contribui para encher os reservatórios de hidrelétricas, que produzem energia mais barata.

Com represas cheias, o país passa a utilizar mais energia das hidrelétricas e, consequentemente, menos as termelétricas. Por isso, a expectativa é que deve cair em 2016 a taxa paga pelos consumidores via bandeiras tarifárias.

G1

Opinião dos leitores

  1. De novo!!!! Ano que vem não tem eleições presidenciais, né? Então vamos para a realidade. O que a mulher mentiu vamos ter que engolir.

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Economia

Juros ficarão em 14,25% por tempo prolongado, diz Banco Central

A possibilidade de a inflação chegar à meta de 4,5% no fim de 2016 está se fortalecendo, mas, para tanto, a taxa básica de juros será mantida em 14,25%, informou nesta sexta (21) o Banco Central.

A perspectiva é de que a taxa Selic continue no patamar atual por período “suficientemente prolongado” e que a política monetária fique “vigilante” no que tange a desvios significativos na projeção de inflação em relação à meta, segundo o diretor de Política Econômica do BC, Luiz Awazu Pereira.

As informações constam do Boletim Regional do trimestre, divulgado em Belo Horizonte nesta sexta-feira (21).

A Selic teve sua última alta consecutiva no fim de junho, quando chegou ao maior patamar em nove anos, o mesmo de agosto de 2006.

Awazu pediu “muita calma e sangue frio” até que o ajuste fiscal comece a produzir efeitos. Para isso, disse, a política monetária terá “viés conservador por tempo prolongado”.

Embora a projeção de agosto feita por economistas consultados pelo BC é que, este ano, a inflação chegue a 9,32%, o órgão afirma que já está em curso -mas de forma lenta- a fase do ajuste fiscal que incide sobre preços.

A mesma projeção aponta que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) em 2016 será de 5,43%, e não de 4,5%. Questionado sobre o assunto, Awazu disse que existem “elementos de incerteza” sobre o ano que vem, como a situação da economia externa, mas que o Brasil não deve “ceder a uma espécie de pessimismo”.

Segundo o diretor, a atual fase do ajuste já tem dado os resultados esperados, como melhoria das contas externas e inflação sob controle.

Folha Press

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Diversos

Endividamento das famílias brasileiras é o maior em 10 anos, diz Banco Central

3wpta5wj6z_3u3sdo0bk3_fileAs famílias brasileiras nunca estiveram tão endividadas com o sistema financeiro nos últimos dez anos como agora, conforme apontam dados do Banco Central sobre o tema.

De março para abril, o volume de dívidas passou de 46,20% para 46,30%, o maior porcentual desde janeiro de 2005, quando começa a série histórica da instituição.

Até então, a taxa mais elevada havia sido registrada em fevereiro, de 46,24%. O cálculo leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses.

O BC destaca que, desde março, tanto essa série quanto a de comprometimento de renda foram recalculadas para incorporar as alterações na série da MSAD (Massa Salarial Ampliada Disponível), do IBGE. As séries também passaram a considerar as mudanças promovidas pela própria autarquia na nota de crédito.

Os dados do BC revelam que o segmento responsável pela elevação foi o de imóveis. Isso porque o total de endividamento das famílias, excluindo-se as dívidas com o setor habitacional, apresentou leve baixa de março (27,73%) para abril (27,61%).

Esta é a terceira desaceleração consecutiva do indicador e revela que é o patamar mais baixo desde janeiro de 2009, quando estava em 27,37%. Na época, as economias do Brasil e do mundo sentiam os efeitos da crise financeira internacional iniciada em meados de 2008.

Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o SFN (Sistema Financeiro Nacional) ficou em 21,98% em abril — praticamente estável em relação à taxa de 21,97% vista um mês antes e de 21,98% de fevereiro. O dado é ajustado sazonalmente.

R7

Opinião dos leitores

  1. Carvalho vote 45 e quebre o Brasil 3 vezes. De quebra tenha inflação de 12,53%, desemprego de 12,6%, dois apagões, nenhuma universidade, escolas técnicas sucateadas…e nem dívida ninguém fazia pois não havia dinheiro para o povo!

  2. É o jeito PT de governar: inchamento da máquina pública, má gestão, corrupção, desperdício de dinheiro público, incompetência administrativa.
    Consequências: inflação dispara, tarifas públicas sobem, PIB desaba, obras ficam inacabadas, Real desvaloriza.
    Vote 13.

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Economia

Previsão para inflação em 2015 está 'menos favorável', diz Banco Central

A intensificação de ajustes de preços na economia tornou o balanço de riscos da inflação “menos favorável” para 2015. A análise está na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC), realizada na semana passada. No encontro, o comitê decidiu aumentar em 0,5 ponto percentual a Selic, taxa básica de juros da economia, que atingiu 12,75% ao ano. A alta deste mês foi a quarta elevação consecutiva da Selic. As informações são da Agência Brasil.

De acordo com o documento, os ajustes de preços “fazem com que a inflação se eleve no curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015”. A nota destaca que, reconhecendo os impactos dos ajustes sobre a inflação, “o comitê reafirma sua visão de que a política monetária pode e deve conter os efeitos de segunda ordem dela decorrentes”. Na ata da reunião anterior, de janeiro, o Copom havia projetado que a inflação tendia a permanecer elevada, mas entraria em declínio ainda este ano. No comunicado de março, não foi incluída a expectativa de queda para 2015.

Segundo o comitê, entre os fatores levados em conta para a última elevação da Selic estão os ajustes de preços administrados -regulados pelo governo- com destaque para gasolina e energia elétrica. O comitê trabalhou com estimativa de alta de 10,7% nos preços administrados, considerando hipótese de elevação de 8% no preço da gasolina, “em grande parte, reflexo da incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e do PIS/Cofins” e de 38,3% nos preços da energia elétrica, em razão do repasse ao consumidor dos custos das operações de financiamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

O Copom prevê ainda, que a evolução dos preços internacionais do petróleo tende a se transmitir à economia doméstica, “tanto por meio de cadeias produtivas, como a pretoquímica, quanto por intermédio das expectativas de inflação”.

O colegiado manifestou-se também sobre a questão do cumprimento da meta fiscal. Segundo o Copom, o balanço do setor público “tende para a neutralidade, sem descartar hipótese de migração para zona de contenção”. Para o comitê, uma trajetória de superávit primários estimulará o investimento e impactará também sobre o combate à inflação. “A literatura e as melhoras práticas internacionais recomendam política fiscal consistente e sustentável, de modo a permitir que as ações de política monetária sejam plenamente transmitidas aos preços”.

O Copom prevê que a demanda agregada, compra de bens e serviços por consumidores, empresas e Estado, tende a se mostrar “moderada”, bem como a expansão do crédito. De acordo com o comitê, o consumo das famílias deve se estabilizar. Por outro lado, o colegiado estima que “condições relativamente favoráveis” no caso de financiamento imobiliário, concessão de serviços públicos e ampliação de renda agrícola podem favorecer os investimentos. Já as exportações devem ser beneficiadas, em função do cenário de alta do dólar e “maior crescimento de importantes parceiros comerciais”.

Com relação à economia global, para o Copom, continuam elevados os riscos para a estabilidade financeira. O colegiado pondera que “apesar de identificar baixa probabilidade de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o ambiente externo permanece complexo”. Mas, mesmo com taxas de crescimento das economias externas menores do que se antecipava em 2014, as perspectivas são de “recuperação de algumas economias maduras (…) e intensificação do crescimento em outras”.

Para 2016, o Comitê de Política Monetária mantém a avaliação de que o cenário de convergência da inflação para o centro da meta, que é 4,5%, “tem se fortalecido”. O colegiado também voltou a afirmar que os sinais benignos nesse sentido “ainda não se mostraram suficientes”. O Copom se reúne novamente nos dias 28 e 29 de abril.

Folha Press

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