Religião

Papa diz que divórcio ‘virou moda’, é uma ‘coisa feia’, e pede ‘amor duradouro’ e ‘família unida’

Em meio à guerra aberta por membros da ala conservadora da Igreja Católica, o papa Francisco afirmou nessa quarta-feira (29), durante sua audiência geral, que o divórcio é “uma coisa feia” e não representa o “ideal de família”.

Papa Francisco posa com grupo mexicano na audiência geral, no Vaticano. Foto: ANSA / Ansa – Brasil

A declaração foi dada dias após o Pontífice ser acusado de acobertar casos de abuso sexual pelo arcebispo italiano Carlo Maria Viganò, adversário aberto de Jorge Bergoglio dentro do clero. A carta com a acusação é vista como uma possível ação orquestrada pela fatia conservadora do episcopado dos Estados Unidos.

“É uma moda, lemos até nas revistas: tal pessoa se divorciou. Por favor, isso é uma coisa feia. Eu respeito tudo, mas o ideal não é o divórcio, a separação, a destruição da família. O ideal é a família unida”, declarou Francisco, acrescentando que a humanidade necessita do “amor duradouro” que “nos salva da solidão em meio às mentiras da cultura do momentâneo”.

O Pontífice é a favor de aberturas da Igreja a divorciados e abordou o tema na exortação apostólica “Amoris laetitia” (“A alegria do amor”), que deu a cada paróquia o poder de decidir se pessoas que se separaram podem comungar.

O documento rendeu ao Papa acusações de “heresia” por parte de dezenas de padres conservadores e um questionamento público feito por quatro cardeais, incluindo o norte-americano Raymond Burke.

Terra, com ANSA

 

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Diversos

Gays merecem um pedido de perdão da Igreja, diz papa Francisco

O papa Francisco afirmou neste domingo (26), durante uma conversa com jornalistas na viagem de volta da Armênia para o Vaticano, que gays e outras pessoas que a Igreja marginalizou no passado, como os pobres e explorados, merecem um pedido de perdão.

No avião em que voltava para o Vaticano, o pontífice foi questionado por jornalistas se concordava com uma declaração do cardeal alemão Reinhard Marx, um de seus principais conselheiros, que disse em uma conferência em Dublin, na Irlanda, que a Igreja deve desculpas aos gays por tê-los marginalizado. A declaração foi dada dias após o ataque que deixou 50 mortos em uma boate gay de Orlando.

O papa também afirmou que a Igreja deveria pedir perdão pela maneira como tratou mulheres, por ter ignorado questões ligadas ao trabalho infantil e por “ter abençoado tantas armas” no passado.

Francisco relembrou ensinamentos da Igreja de que homossexuais “não devem sofrer discriminação. Eles devem ser respeitados e acompanhados pastoralmente”.

“A questão é: se uma pessoa que tem essa condição tem boa vontade e procura por Deus, quem somos nós para julgar?”, disse.

A resposta é uma variação da famosa frase “Quem sou eu para julgar?”, dita pelo pontífice durante sua primeira coletiva de imprensa aérea em 2013, sinalizando uma nova era de aceitação para os gays na Igreja.

O papa também acrescentou que parte do comportamento politizado da comunidade homossexual é condenável por ser “um pouco ofensivo para os outros.”

O porta-voz do Vaticano, o reverendo Federico Lombardi, disse a repórteres após a coletiva de imprensa que o papa não se referia a uma condição médica quando falou sobre a “condição” dos gays, e sim a uma pessoa naquela situação.

Folha Press

Opinião dos leitores

  1. Esse sim representa a verdadeira igreja. E qual é a verdadeira igreja? Aquela que ama, acolhe e acompanha, e não aquela que julga e condena.

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