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NOVA FORMA DE TROCA: Cartões deixam milhas aéreas e oferecem dinheiro de volta

Empresas novatas no mercado de cartões de crédito têm apostado em uma abordagem diferente para seus programas de fidelidade. No lugar de milhas, que frustram os clientes que não conseguem juntar pontos suficientes para viajar, elas oferecem crédito de volta na fatura.

O Nubank ainda conduz seu programa em modo de testes, mas já afirmou que deve permitir que clientes usem pontos para “apagar” gastos.

Poderão ter desconto corridas de Uber, gastos com serviços como o Netflix e o Spotify, além de passagens aéreas e hospedagem. Para participar, o cliente precisará pagar cerca de R$ 200 por ano.

Procurado, o Nubank não quis comentar. À Folha, em outubro do ano passado, a vice-presidente Cristina Junqueira afirmou que o programa só seria interessante para clientes que gastassem pelo menos R$ 1.500 por mês.

O Banco Original, que há cerca de um ano lançou sua operação para pessoas físicas, devolve um percentual dos gastos na fatura do cartão. Cada ponto equivale a R$ 1 de crédito na fatura, mas o percentual gasto que vira pontos varia de 0,25% a 1,75%, conforme o cartão e os gastos.

“O brasileiro sofre toda vez que vai resgatar milha, mas já incorporou esse sofrimento”, afirma Marcos Lacerda, diretor de marketing do Original.

Nos dois casos, o argumento a favor do “cash back” – como é conhecido esse tipo de programa- é a possibilidade de oferecer flexibilidade ao cliente, para que ele não precise acumular um determinado número de pontos e depois caçar promoções para resgatar uma passagem.

O modelo não é exclusivo dos novatos, mas é restrito no Brasil. Entre os grandes bancos, só Citibank e Santander oferecem cartões desse tipo.

No Santander, são apenas 100 mil clientes nessa modalidade. O banco pretende relançar o plástico no final do primeiro semestre, afirma Rodrigo Cury, superintendente executivo de cartões. Enquanto isso, clientes podem usar pontos acumulados em outros cartões para conseguir créditos em suas faturas.

ALTERNATIVA

A vantagem desses programas para os bancos é que ajudam a reter clientes sem necessidade de negociar com as empresas que administram grandes programas de milhas, como o Smiles e o Multiplus.

Mas o crescimento deve ser limitado. “O programa de fidelidade tem que trabalhar o aspecto de valer muito para o consumidor e custar bem menos para o banco”, diz Boanerges Ramos Freire, da consultoria Boanerges & Cia.

Ele estima que participantes de programas de milhagem possam recuperar até 10% dos gastos no cartão com bilhetes aéreos. O máximo que os programas de “cash back” brasileiros devolvem equivale a 2% dos gastos mensais.

Folha de São Paulo

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