Polícia

Caso Witzel: agentes encontraram indícios de tentativa de destruir provas na operação Tris in Idem

Foto: Gabriel Monteiro/28.08.2020 / Agência O Globo

A sessão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que manteve o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), afastado do cargo por 180 dias, realizada nesta quarta-feira (2), revelou que agentes encontraram indícios de tentativa de destruição de provas por parte de investigados na Operação Tris in Idem e de vazamento de informações. O governador afastado, sua mulher, a advogada Helena Witzel, e mais sete pessoas foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção e lavagem de dinheiro. Eles são acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de integrar um esquema que desviou dinheiro da Saúde e de outras áreas.

Ao ler o seu voto a favor do afastamento de Witzel, a ministra Laurita Vaz revelou que, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão da Operação Tris In Idem, na última sexta-feira, agentes encontraram, em endereços ligados a investigados, documentos rasgados. A quebra de sigilo telemático (de mensagens) também aponta para um possível vazamento de informações nocivo à apuração dos fatos.

— No dia das buscas e apreensões, foram encontrados documentos rasgados com investigados, em clara tentativa de destruição de elementos úteis à apuração dos fatos. Há evidências de vazamentos de informações sensíveis da investigação, pois se constatou que “os referidos foram informados da deflagração da operação a partir da quebra telemática nas conversas colhidas entre os investigados” — afirmou a ministra, citando um trecho do voto do relator, Benedito Gonçalves.

Laurita Vaz disse ainda que “há fortes evidências do cometimento de crimes gravíssimos, envolvendo em primeiro plano supostamente o governador do estado e a primeira-dama (Helena Witzel)”.

Por 14 votos a 1, o colegiado confirmou a liminar concedida na última sexta-feira, de forma monocrática, pelo ministro Benedito Gonçalves. A derrota de Witzel no STJ só não foi por unanimidade porque o ministro Napoleão Nunes Maia discordou do relator. Ele lamentou que os advogados de defesa não tenham sido ouvidos antes do afastamento e criticou a decisão ter sido tomada monocraticamente.

Os ministros Maria Thereza de Assis Moura e Mauro Campbell afirmaram que o afastamento deveria ter sido decidido desde o início pela Corte Especial, mas referendaram a decisão monocrática de Gonçalves. Outros ministros entenderam que era necessário o relator decidir sozinho porque a questão era urgente, evitando, assim, mais desvios de recursos destinados ao combate à Covid-19.

Em sua conta no Twitter, Witzel disse respeitar a decisão do STJ e voltou a negar ter cometido qualquer irregularidade: “Compreendo a conduta dos magistrados diante da gravidade dos fatos apresentados. Mas, reafirmo que jamais cometi atos ilícitos. Não recebi qualquer valor desviado dos cofres públicos, o que foi comprovado na busca e apreensão. Continuarei trabalhando na minha defesa para demonstrar a verdade e tenho plena confiança em um julgamento justo”, postou ele.

Wilson Witzel também escreveu uma mensagem no Twitter para o seu substituto: “Desejo ao governador em exercício, Cláudio Castro, serenidade para conduzir os trabalhos que iniciamos juntos e que possibilitaram devolver ao povo fluminense a segurança nas ruas e, com isso, a esperança em um futuro melhor”.

Extra – O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Esse patriota defensor dos bons costumes, da moral e da ordem já foi entregue com a validade vencida. Tenho visto que alguns direitos da direita não são muito direitos.

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Diversos

Finalmente: encontraram a cratera de um dos maiores impactos que a Terra já sofreu

(SCIEPRO/Getty Images)

Toda vez que um asteroide quilométrico acerta em cheio a superfície, o impacto deixa vestígios inconfundíveis que se espalham bem mais longe que a área atingida. Além, é claro, da cratera produzida, a colisão libera uma quantidade tão insana de energia que derrete as rochas e cria pedrinhas de vidro chamadas tectitas. Com base nelas, cientistas souberam que há 800 mil anos um meteorito gigantesco se chocou contra a Terra.

A pancada foi tão violenta que lançou tectitas ao longo de 10% da superfície terrestre. Durante os últimos 100 anos, pesquisadores têm coletado milhões dessas pedrinhas nos mais diversos cantos do planeta, como na Austrália, na Antártica, em vários locais dos oceanos Pacífico e Índico. Mas é na Ásia, sobretudo no Sudeste Asiático, que o grosso das tectitas se concentra. Elas são mais abundantes na Indochina (Vietnã, Laos e Camboja).

Foi ali, portanto, que as equipes concentraram as buscas pelo “pequeno” detalhe que faltava: a cratera, com extensão estimada em vários quilômetros e dezenas de metros de profundidade. Como é que uma estrutura assim tão grandiosa pôde passar tanto tempo escondida? A resposta, segundo uma equipe internacional de pesquisadores, é que ela esteve oculta por estar, literalmente, soterrada por uma grossa camada de lava solidificada.

Em um artigo recente publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, os cientistas descrevem as evidências que os levaram a concluir que a cavidade fantasma fica em um antigo campo vulcânico no sul do Laos. O time liderado pelo geólogo Kerry Sieh, da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, afirma que a cratera de impacto está no Planalto de Bolaven, uma região elevada e paradisíaca repleta de belas cachoeiras.

Depois de algumas tentativas frustradas de achar a estrutura no Sudeste Asiático, uma área que não contém grande intensidade das forças geológicas e intemperismos que costumam “apagar” as crateras, os pesquisadores resolveram dar uma olhada no local. Parecia promissor por haver ali depósitos de lava com idade entre 780 mil e 51 mil anos — período perfeito para soterrar o buraco da colisão. E a quantidade de lava também condiz.

Estimativas apontam para que o campo chegue até 300 metros abaixo da terra. Bem mais que o suficiente para cobrir os cerca de 90 metros de profundidade da cratera. O primeiro passo para comprovar a suspeita foi comparar a composição das rochas do local com a das tectitas. E elas batiam perfeitamente. A etapa seguinte contou com uma técnica um pouco mais sofisticada: os pesquisadores mediram os campos gravitacionais em torno do planalto.

É que uma colisão de grande dimensão acaba “limpando” a área atingida de seus minérios originais e, com o passar do tempo, materiais rochosos e sedimentos menos densos, mais quebrados, vão preenchendo a lacuna. E isso faz com que a gravidade sobre uma cratera de impacto seja um pouco mais fraca que nos arredores. Foi batata: Bolaven apresenta essa ligeira discrepância. A análise permitiu estimar o tamanho da cratera soterrada.

De acordo com os dados gravitacionais, ela mede 18 kms de comprimento e 13 kms de largura. Por fim, os cientistas foram procurar sinais diretos do impacto violento nas camadas rochosas em um raio de alguns quilômetros do local. Encontraram duas encostas de arenito que parecem ter sido atingidas por detritos.

Análises microscópicas revelaram que os grãos de quartzo das rochas estavam fraturados — mais um indício de que a colisão teria sido próxima. Apesar de terem apresentado evidências sólidas, ainda não dá para cravar que foi de fato no Planalto de Bolaven que o grande meteorito caiu há 800 mil anos. Será preciso conduzir escavações no local para ter 100% de certeza. Mas, ao que tudo indica, a cratera perdida finalmente deu as caras.

Super Interessante

Opinião dos leitores

  1. qual a fonte? Superinteressante? dia da publicação… não há registro que o impacto que teoricamente dizimou os dinossauros foi nesse lugar da matéria. Solicito esclarecimento.

  2. A pergunta que não quer calar: …e cadê o meteoro ? Se fez um rombo desse não era uma pedrinha ….

    1. KKKKKK, Proporcionalmente o Rombo deixado pelo Bandido Nove Dedos e seu Bando é Muito maior.

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Jornalismo

Mergulhadores encontraram três corpos e helicóptero que caiu a 99 metros de profundidade

A Petrobras informou que localizou na tarde deste sábado o helicóptero que estava desaparecido desde sexta (19) na Bacia de Campos, no Rio, além de três corpos ainda não identificados.

Eles foram encontrados no fundo do mar, a 99 metros de profundidade e a 100 km da costa, segundo a nota divulgada pela empresa.

O procedimento para resgate dos corpos já começou e as buscas pela localização da quarta pessoa desaparecida continuam, com a mesma quantidade de embarcações e aeronaves mobilizadas até o momento.

(mais…)

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