Polícia

Presos em Alcaçuz supostamente queimando corpos em fogueiras já ganha destaque nacional

A Agência Brasil teve acesso a dois vídeos em que presos da penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, dizem estar queimando partes de corpos humanos em fogueiras para consumo com os rivais. O governo reconhece que as imagens foram feitas no presídio, mas afirma que não tem registro desse tipo de crime, apesar de denúncias informais de canibalismo feitas por familiares de detentos à imprensa. A notícia foi destaque no blog na sexta-feira(20), no título Presos em Alcaçuz exibem o que seria “churrasco de carne humana” de facção rival

A penitenciária vive uma guerra entre duas facções rivais desde o dia 14 de janeiro, quando pelo menos 26 presos foram assassinados brutalmente e boa parte da penitenciária passou a ser controlada pelos detentos. Até agora, as forças policiais controlam a área externa de Alcaçuz e fazem intervenções pontuais no local para realizar buscas por corpos e construir um muro de contêineres que separa os pavilhões controlados pelos grupos rivais.

Em um dos vídeos, um preso aparece queimando pedaços de carnes e pele que eles dizem na imagem ser de corpo humano, espetadas em um vergalhão. Um deles avisa: “Churrasco de PCC”. Em seguida, a câmera se volta aos detentos, que não têm receio de mostrar o rosto. Eles informam que são do Pavilhão 2, controlado pelo Sindicato do Crime do RN, e estão vingando mortes ocorridas no Pavilhão 4, supostamente cometidas por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Eles parecem se dirigir diretamente aos rivais, enviando recados de vinganças e retaliação.

Em outro vídeo, um antebraço é colocado no espeto enquanto um preso narra os acontecimentos: “estamos aqui em mais um dia de guerra na penitenciária de Alcaçuz”, começa a narração, enquanto outros espetam a carne com facões. Ao fundo, dezenas de detentos se aproximam e o que parece ser um corpo mutilado é arrastado, amarrado com um lençol. “Vai tocar fogo agora. Essa é a realidade”, volta a dizer o narrador.

As esposas de detentos que fazem vigília na porta do presídio já tinham informado à reportagem que receberam notícias sobre suposto canibalismo na unidade, mas nenhum indício havia sido divulgado. Em ambos os vídeos não é exibida qualquer cena em que os presos de fato comam os pedaços.

A fogueira utilizada para assar os corpos no pátio da penitenciária já havia sido citada pelo diretor do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), Marcos Brandão. Ele informou, por telefone, que várias delas foram encontradas na área. “Ainda vamos examinar se nessas fogueiras há algum material humano, porque lá realmente não deu para verificar. Recolhemos um material que vamos analisar para saber se é corpo. A gente ainda vai analisar, não estou dizendo nada conclusivo”, disse, ontem.

A assessoria de comunicação da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) do Rio Grande do Norte confirmou que as imagens foram feitas na penitenciária de Alcaçuz, “certamente na primeira rebelião”, ocorrida no dia 14 de janeiro. O órgão informou ainda que duas buscas já foram realizadas no interior do presídio em busca de mortos, e que não há registro de canibalismo.

“Como os equipamentos de bloqueio de sinal de celular foram danificados na rebelião, os rebelados usam informações, via celular, para aterrorizar a população. Os equipamentos serão restabelecidos tão logo haja condições para garantir o trabalho dos técnicos”, informa a nota enviada à Agência Brasil.

Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. A administração prisional do RN está perdida como "cego em tiroteio". Não consegue acertar uma só ação contra essa baderna generalizada.
    Enquanto isso a imprensa nacional e internacional deita e rola com notícias vexatórias e humilhantes.
    o RN vai definhando pouco a pouco. Uma lástima.

  2. Fazer churrasco com carne humana e jogar bola com as cabeças decapitadas, os direitos dos "manos" completamente omissos. Que tal re socializar nas casas dos defensores esses pobres coitados que estavam sem bola para jogar e sem comida, então tiveram que tomar tais atitudes?
    A ideia da turma dos direitos dos "manos" adotar esses excluídos sociais é uma excelente ideia que deveria ser posta em prática através de decreto do ministro da justiça com execução imediata.

  3. Só pode ter algum interesse em não acabar com esta baderna….. ou algum problema com os direitos humanos sobre os bandidos, e jogar bombas de efeito moral e gas de pimenta e tiro a folee neles.
    Já virou chacota de proporçoes internacionais.

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