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Juiz que perguntou a vítima de estupro por que ela não juntou os joelhos deixa o cargo

Um juiz canadense que, em 2014, perguntou a uma vítima de estupro “por que você não pôde simplesmente manter seus joelhos juntos?”, renunciou ao cargo nesta quinta-feira. Uma análise do Conselho Judicial do Canadá concluiu que a atitude do magistrado Robin Camp prejudicou seriamente a confiança do público no judiciário. Com isso, Camp pediu demissão e a ministra federal da Justiça, Jody Wilson-Raybould, aceitou sua renúncia.

O Conselho concluiu que as ações do juiz durante o julgamento foram “tão profundamente destrutivas no que tange o conceito de imparcialidade, integridade e independência do papel judicial que a confiança pública tornou-se suficientemente minada a ponto de o juiz ser incapaz de executar o trabalho judicial”.

RELEMBRE O CASO

Em 2014, Camp conduziu o julgamento de Scott Wagar, acusado de estuprar uma mulher de 19 anos sobre a pia de um banheiro durante uma festa em Calgary, a terceira maior cidade do Canadá.

Além de diversas vezes se referir à jovem como “a acusada”, e de perguntar por que ela não manteve os joelhos juntos, o juiz ainda quis saber “por que você não abaixou o traseiro no bidê para ele não conseguir te penetrar?”, e também disse “dor e sexo às vezes vão juntos”.

Camp absolveu Wagar, mas a decisão foi anulada em recurso. Wagar, contudo, foi absolvido em janeiro após um segundo julgamento.

Após o episódio, Camp foi afastado temporariamente dos tribunais e investigado por sua conduta. O magistrado chegou a reconhecer o erro e pedir desculpas, mas foi obrigado a fazer um treinamento e a participar de reuniões com o objetivo de “melhorar o seu entendimento da lei, o contexto social da violência sexual e o impacto psicológico do ataque sexual”, de acordo com o Conselho.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Se isso tivesse ocorrido aqui no Brasil, esse excentissimo senhor estaria sendo punido com no máximo uma recheada aposentadoria compulsória!

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