Saúde

Pâncreas artificial é nova promessa para tratar diabete

AE

Um pâncreas artificial, que calcula o índice de glicose no sangue e libera insulina automaticamente sem a intervenção do paciente, é a mais nova promessa tecnológica para o tratamento de diabete tipo 1. Ainda em fase experimental, não há data para sua chegada ao mercado. Estima-se que 10% dos pacientes com diabete tenham o tipo 1.

O diabete tipo 1 é uma doença autoimune, caracterizada pela destruição das células do pâncreas que produzem insulina – o hormônio responsável pelo transporte do açúcar para dentro das células. Como nesses pacientes os níveis de açúcar no sangue ficam aumentados, eles precisam aplicar várias injeções de insulina diariamente para normalizá-los. Por isso o desenvolvimento de um pâncreas artificial, que assuma essas funções sem a intervenção do paciente, é uma das principais buscas de pesquisadores do mundo todo há mais de 15 anos.

O projeto Dream (sigla de Consórcio para o Pâncreas Artificial sem Fio, na tradução livre, e também “sonho”, em inglês) é um dos experimentos nessa área. Trata-se de uma pesquisa internacional, liderada pelo pesquisador israelense Moshe Phillip, cujos resultados serão apresentados no Brasil no início de setembro, durante o Tratamentos & Tecnologias Avançadas para o Diabete, evento no Rio de Janeiro voltado às novidades.

Sob a pele

O grupo de Phillip desenvolveu um sistema chamado MD Logic. Trata-se de um sensor de glicose subcutâneo, que monitora os níveis de glicemia associados à bomba de insulina. Ambos são conectados por programas que informam e estipulam a quantidade de insulina a ser liberada para manter a glicemia dentro dos parâmetros normais. Tudo isso sem que o paciente tenha de realizar testes de ponta de dedo e calcular a quantidade de insulina a ser aplicada.

Os pesquisadores avaliaram o funcionamento do pâncreas artificial em 18 jovens de 12 a 15 anos, durante um acampamento de três dias. Foi a primeira vez que um aparelho do tipo foi testado em um ambiente real, fora do hospital. Um estudo anterior de outro grupo, usando um sistema semelhante, foi feito com 24 pacientes hospitalizados.

No caso de Israel, um grupo de engenheiros e médicos ficava em uma sala de controle, de onde supervisionavam remotamente as variações de glicemia das crianças, que realizavam atividades de lazer normalmente. Os resultados demonstram que a ideia funcionou – ainda que de maneira experimental.

Bomba

Hoje em dia já existe no mercado a bomba de infusão de insulina, que funciona de maneira parecida: um aparelho monitora a glicemia e envia um sinal para a bomba, que fica presa à cintura do paciente. Mas, para a bomba funcionar e liberar a insulina, o paciente precisa fazer o cálculo da quantidade e acionar o botão.

“As crianças tomam de quatro a seis picadas de insulina todos os dias, além de fazer o controle da ponta de dedo. O sonho de todo paciente é não ter de lembrar de tomar insulina várias vezes. E a promessa do pâncreas artificial é fazer tudo isso sozinho”, diz o endocrinologista Luis Eduardo Calliari, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

A endocrinologista Denise Reis Franco, diretora da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), também vê com otimismo os resultados do pâncreas artificial. “A tecnologia está mais rápida que o desenvolvimento de novas drogas. O futuro é esse”, afirmou.

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Saúde

Carne processada pode causar câncer

Pesquisadores da Suécia sugerem que comer carne processada, como bacon e salsichas, pode estar relacionado com o câncer de pâncreas. Eles afirmam que comer 50g de carne processada – cerca de uma salsicha – todos os dias, pode aumentar o risco de câncer em 19%.

Comer carne vermelha e processada já foi ligado ao câncer de intestino. Como resultado da pesquisa, o governo do Reino Unido recomendou em 2011 que as pessoas não comam mais do que 70g por dia.

Susanna Larsson, que conduziu o estudo do Instituto Karolinska, disse que a ligação da carne com outros tipos de câncer foi algo bastante controverso. “Sabemos que comer carne aumenta o risco de câncer colorretal, mas não é muito conhecida a ligação com outros tipos de câncer”, disse.

O novo estudo analisou informações de 11 outras pesquisas e 6.643 pacientes com câncer de pâncreas. Ele sugere que o risco de câncer de pâncreas aumenta 19% para cada 50g adicionados a dieta diária. Ter 100g extras aumentaria o risco em 38%.

O risco de desenvolver câncer de pâncreas em toda a vida é “relativamente pequeno”, de acordo com um instituto de estudo de câncer britânico – um em cada 77 homens e uma em cada 79 mulheres.

“Ainda não sabemos se a carne é um fator de risco definido para o câncer de pâncreas e outros grandes estudos são necessários para confirmar isso, mas essa nova análise sugere que a carne processada pode estar desempenhando um papel”, afirma Sara Hiom, diretora do instituto. No entanto, ela ressaltou que o fumo é um fator de risco muito maior.

O Fundo Mundial para a Pesquisa em Câncer alertou as pessoas para que evitem comer carne processada.

O pesquisador Rachel Thompson disse: “Vamos re-examinar os fatores por trás do câncer pancreático no final deste ano como parte do nosso projeto de atualização contínua, que deve nos dizer mais sobre a relação entre o câncer de pâncreas e carne processada. Há fortes evidências de que estar acima do peso ou obeso aumenta o risco de câncer de pâncreas, e este estudo pode ser uma indicação de outro fator por trás da doença.”

Fonte: HypeScience

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