Política

Receita e Banco Central também podem ser afetados pela PEC 37

A aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, que permite apenas às polícias Civil e Federal fazer investigações criminais, atinge não apenas os membros do Ministério Público (MP). Outros órgãos que apuram irregularidades com indícios de crime na administração pública também poderão ser afetados, como a Receita Federal, o Banco Central (BC), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, afirmou, em nota, ser contrário à PEC e defende o atual modelo de atuação compartilhada entre os diversos órgãos da República. Ele destacou que o BC, na condição de agente fiscalizador do sistema financeiro, depara-se com “diversas condutas praticadas por agentes do mercado, sendo responsável por apurar eventuais infrações e punir administrativamente seus autores”.

O BC já enviou mais de 16 mil comunicações de possíveis crimes ao MP, conforme determina a Lei Complementar nº 105, de 2001. A Receita Federal também encaminha ao órgão dados das infrações tributárias que indicam crime de sonegação fiscal. “Mais do que o Ministério Público não poder investigar, ninguém mais poderá, a não ser a polícia. Quando os auditores do BC encontrarem o menor indício de crime em alguma instituição financeira, terão que parar. É a polícia que vai auditar o sistema financeiro”, disse o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Alexandre Camanho.

Do Correio Braziliense

Opinião dos leitores

  1. Quando alguma instituição defende qualquer monopólio para si, pode ir atrás que tem algo de podre. No caso das Polícias, que sempre estão acorrentadas ao Executivo qualquer um com um mínimo de conhecimento pode imaginar. E por falar em PEC 37, alguém poderia dizer um caso investigado pela PC e levado ao Judiciário envolvendo políticos do RN?
    Lembro que um Delegado foi afastado e depois designado para fiscalizar a venda de grude de Extremoz quando chegou bem perto de um Deputado que mandava e desmandava no IPEM. É isso que a sociedade quer para si? A frouxidão para os corruptos? PEC da Impunidade não! Eu sou honesto, não tenho porque temer o MP.

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Judiciário

"Fomentar uma briga entre MP e Polícia não ajuda a sociedade", defende procurador de justiça

Não se fala em outra coisa de uns dias para cá: A PEC 37, que anula o poder de investigação do Ministério Público, tem sido o tem principal de intermináveis discussões. As redes sociais e os veículos de comunicação se transformaram em ringues. De um lado, está o Ministério Público. Do outro, a Polícia Civil e delegados da Polícia Federal. E no meio, dezenas de pessoas que sabem pouco sobre investigação e, ainda assim, opinam e dão mais gás a esses embates.

O procurador de Justiça Luiz Lopes aparece como uma voz sensata nesse meio, através de seu perfil pessoal no twitter, mostrou um outro lado da questão e apontou que na briga entre as duas instituições quem sai perdendo é a sociedade. O Blog do BG assina embaixo. Confira:

Luiz Lopes

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Jornalismo

BG faz pesquisa com 30 escritórios do RN e maioria é a favor da PEC 37

Os questionamentos sobre os limites da atuação do Ministério Público (MP) em investigações criminais se intensificaram nos últimos meses por causa da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37/2011. O projeto prevê que o artigo 144 da Constituição Federal passe a determinar que a apuração das infrações penais seja incumbência privativa das polícias federal e civis, limitando, assim, o poder de investigação do Ministério Público.

A discussão é ampla e bastante polêmica. Envolve bancadas no Congresso, entidades de classe, sindicatos, associações e representações de várias instituições e classes trabalhistas.

No Rio Grande do Norte, a maioria dos escritórios é a favor da PEC, considerando que o MP comete excessos. Na mesma pesquisa feita hoje com 30 grandes escritórios de Natal, Caicó e Mossoró acerca das eleições do Quinto Constitucional e da presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Rio Grande do Norte (OAB/RN), o Blog do BG também perguntou se eles eram favoráveis ou contrários ao projeto e 19 deles se posicionaram a favor. Apenas 11 disseram ser contra a PEC e, mesmo assim, cinco dos contrários ainda apresentaram ressalvas.

Dos escritórios consultados, foram ouvidos sócios, donos e representantes.

Segue abaixo a relação do escritórios consultados pelo Blog por ordem alfabética:

Advocacia Rocha
Armindo Albuquerque Advogados
André Elali Advogados
AFJ – Araújo, Freire e Josino Advogados
Cleto Barreto e Advogados Associados
Cyrus Benavides Advogados Associados
Castro, Smith, Duarte e Rocha Advogados
Castim Rabelo Advogados
Diogenes da Cunha Lima Advogados
Ezio Costa Advogados
Eider Furtado Advocacia
Erick Pereira Advogados
Gurgel Cunha Lima Advogados
Gadelha Sociedade de Advogados
Heriberto Bezerra Advocacia
José Wilson Gomes Advogados
Leite e Oliveira Advogados Associados
Lúcio Teixeira dos Santos Advogados
Maia Advocacia
Monte de Holanda Advocacia
Meiroz, Grilo, Gaspar, Gutemberg, Jales Costa Consultoria Jurídica
Macedo Dantas e Ramalho Advocacia
Mendes Cunha Advogados
Maranhão Advocacia
Medeiros Gurgel Advocacia Associados
Pereira Pinto Advogados

João Braz Advocacia e Consultoria – Caicó

Ferreira Alves Advogados Associados – Mossoró
Soares Ribeiro Advogados – Mossoró
Tarcísio Jeronimo Advogados – Mossoró

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Judiciário

Editorial: A Quem Interessa a aprovação da PEC 37 – A PEC DA IMPUNIDADE?

A questão de poder ou não o Ministério Público promover investigações criminais há muito tem produzido discussões nos palcos jurídicos, não sendo demais lembrar, porém, que o Supremo Tribunal Federal já bateu o martelo em relação ao assunto, por mais de uma vez, ao reconhecer que tal encargo, por estar incorporado à atividade fim dos Promotores e Procuradores da República, encontra-se sintonizado com o perfil e leque de atribuições da instituição.

Diante disso, e como a coisa começou a fluir negativamente para as pretensões dos transgressores da lei, agora outra via foi criada para tentar inibir a atuação do Ministério Público, é a famigerada PEC 37/11, de autoria do ilustre Deputado Lourival Mendes, Delegado de Polícia e ex-dirigente do Sindicato dos Delegados (está em parte explicado!), que, se aprovada, conferirá às Polícias Judiciárias dos Estados e Federal o monopólio da investigação criminal.

Não é à toa que essa PEC tem sido chamada da PEC da Impunidade.

Só mesmo no Brasil….o país da pouca vergonha e onde os canalhas multiplicam o patrimônio feito “Gremlins” (lembram do filme em que os bichinhos se reproduziam aos milhares pelo simples contato com a água ?) é  que proposições tais avançam e espancam de morte as esperanças dos cidadãos por dias melhores.

Sem adentrar muito no mérito da questão, é de difícil compreensão esta ideia de tentar vetar a investigação criminal pelos Promotores e Procuradores da República, posto serem inexistentes argumentos razoáveis que indiquem qualquer absurdo nessa tarefa. A bem da verdade, não há lógica jurídica alguma no pensamento dos que são contrários à investigação pelo Ministério Público, o que reforça a tese de que, no fundo, há muitos (e espúrios) interesses ocultos nesta proposta.

Aliás, mesmo conhecendo quase nada de processo penal, é sabido que o inquérito policial não é sequer necessário para que o Ministério Público promova a ação penal. Basta uma notícia crime em um pedaço de papel para que o Promotor se veja legitimado a oferecer uma denúncia ao Judiciário. É claro que nenhum Promotor de Justiça faria isso sem antes cercar-se de garantias de que a coisa é séria. Mas, nesta linha a PEC 37 é clara, o MP ou as Procuradorias não podem investigar nada. Isso mesmo.

Mas voltando ao tema central,  a quem interessa a aprovação dessa PEC que, contrariando o senso comum e tudo quanto se conhece de Direito Processual Penal, objetiva fechar as portas ao Ministério Público para a investigação de crimes?

A todos, menos à sociedade. Aliás, a todos os que desejam seguir trilhando a malversação dos recursos públicos, na condução de fraudes licitatórias e na mantença dessa picaretagem organizada que já pôs a população cansada e exaurida.  Ah…também a alguns policiais movidos por espírito de corpo.

Não tenho noticia que Ministério Público  desejou monopolizar a investigação criminal, como pretendem fazer crer os corporativistas e outros críticos da atividade investigatória pelos Promotores de Justiça e Procuradores da República, que são os representantes da sociedade. É bom que esta mesma sociedade tome ciência que há determinados crimes – e bem sabemos quais – que somente são passíveis de elucidação (e punição) quando apurados por órgão isento, que detenha prerrogativas constitucionais, e que estejam imunes a pressões externas, sobretudo políticas.

Alguém confia que as polícias tenham essa independência em se tratando de crimes de colarinho branco ?

Alguém acredita em isenta apuração para crimes dentro das próprias polícias envolvendo seus membros ?

Eu não…definitivamente não !

O que têm a temer os que são contra a investigação criminal pelo Ministério Público ?

Cabe a nós cidadãos exigir respeito. A medida é inconstitucional, fere direitos dos cidadãos e, em suma, contribui para a impunidade na medida em que deixa nítida a intenção de que determinados crimes não sejam investigados.

Só mesmo no Brasil da impunidade e da insensatez para uma PEC dessa ter respaldo.

Com informações do blog de Gilberto Osório Resende

 

Opinião dos leitores

  1. Parabéns BG pelo texto, eu também sou contra a PEC da impunidade, e realmente nos dias de hoje é inacreditável pensar em um retrocesso como esse, de uma monopolização da investigação criminal. Enquanto o crime organizado expande os seus tentáculos, a sociedade aguarda/espera uma resposta do Estado, e na minha humilde opinião, quanto mais órgãos para investigar melhor. MP e Polícias Fed. e Estaduais devem sim trabalhar juntos em sintonia no fortalecimento da investigação criminal no Brasil.

  2. Em meu entendimento, todo o ordenamento jurídico é norteado de regras afim de procurar equalizar os poderes, pois se assim não for, os poderes ilimitados seriam uma verdadeira catástrofe, assim como a historia nos testemunha,  Tiranias, autoritarismo, juizados de exceção e outros.
    Da mesma forma, o Ministério Publico em suas investigações criminais deve ser limitado, por regras que a sociedade aprendeu com a historia, e as coloca em pratica diariamente, não podemos retroceder, ou incorrermos em um poder sem limites, retrocederíamos quiça ao tempos dos tribunais da exceção.
    A forma em foram condizidos muitas das primeiras  investigações não obedeceu a critérios estabelecidos, como os que são a quem a Constituição conferiu realmente o poder de realizar tais investigações.
    Não podemos concordar que o resultado da questão justifica-se o meio de consegui-las. Poder realiza-las, sim !! contudo em conformidade com a Lei suprema, e se essa não autoriza, as exceções, devem ser elencadas e condicionadas.
    Falar que COAR, a RFB, INSS, eles produzem realizam administrativamente, dentro de seu objeto, fiscalizações, que ao final se crime houver, encaminham ao MP para possíveis investigações criminais, ou denuncia processual.

    Marcio Decreci

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Jornalismo

“PEC da Corrupção” é aprovada em comissão da Câmara e segue para votação em plenário

A PEC 37, mais conhecida como PEC da Corrupção, conquistou mais uma vitória nesta semana.

A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), órgão do parlamento que avalia se a medida é constitucional ou não, com intenso lobby das polícias, que conseguiram que a matéria tramitasse em tempo recorde na Casa.

A PEC 37 restringe o poder de investigação do Ministério Público, limitando a atividade às polícias Civil e Federal.

Em tempos de limitação do poder do órgão que investiga as condutas abusivas do dos juízes, o CNJ, essa notícia da aprovação da “PEC da Corrupção” soa como uma tentativa dos parlamentares de enfraquecer um órgão que reconhecidamente tem atuado – e conquistado excelentes resultados – no combate a corrupção no Brasil.

Como diria Boris Casoy, “Isso é um absurdo”.

A matéria é tão polêmica, que enfrenta rejeição até os policiais federais, supostamente beneficiados pelo projeto.

Vale lembrar que só no RN, este ano o MP, já deflagrou mais de cinco operações e prendeu e acusou mais de 50 pessoas.

Sentiram o sabor do “xilindró” de ilustres desconhecidos a ex-senadores e importantes agentes públicos. Sem preconceitos.

Em se tratando de Justiça Brasileira, ao MP poderíamos atribuir aquele famoso verso do grande Vinícius de Moraes: “Se todos fossem iguais a você, que maravilha viver”.

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