O juiz Marcelo Testa Baldochi falou, publicamente, pela primeira vez desde o episódio em que deu voz de prisão aos funcionários da companhia aérea TAM, no dia 6 de dezembro. Baldochi disse ser vítima de uma campanha difamatória de parte da imprensa ao ver relacionados outros fatos em que o envolvem, como o trabalho degradante de funcionários em sua fazenda, um suposto abuso de poder cometido contra um tabelião e uma briga com um guardador de carros.
Foram necessários 13 dias desde o fato até um posicionamento oficial à imprensa. Marcelo Baldochi, juiz titular de Senador la Rocque, deu voz de prisão a funcionários da TAM e não sabia, mas naquele momento iniciava, talvez, um dos piores momentos pelos quais já passou. Nem o fato de permanecer longe do Maranhão por uma semana foi suficiente para arrefecer os ânimos das vítimas e, especialmente, da imprensa.
Baldochi julgou não ter nenhuma relação os polêmicos fatos nos quais se envolveu. Foram, pelo menos, quatro: uma denúncia confirmada de manutenção de funcionários submetidos a trabalho análogo à escravidão em uma propriedade sua; uma confusão com um guardador de carros que terminou com ferimentos graves sofridos por ele; uma denúncia de abuso de poder contra um tabelião; e, por último, a ordem de prisão a funcionários da TAM, depois de perder um voo que o levaria a São Paulo para acompanhar o enterro e velório de seu padrasto.
A justificativa do juiz foi de que ele não estava atrasado e que um problema da companhia aérea causou todo o transtorno que culminaria no seu afastamento, sugerido por uma comissão de juízes corregedores do Tribunal de Justiça e do corregedor substituto, desembargador Bayma Araújo e acatado durante sessão do pleno no tribunal.
Baldochi disse estranhar a forma como a investigação foi conduzida e uma nova sindicância foi pedida. O TJ-MA ainda não informou se tal apuração ocorrerá novamente. Ele explicou que já havia feito o chekin às 12h49 e que o embarque poderia ser feito até 15 minutos antes da decolagem, marcada para 21h01. Assim, o horário limite era 20h46. Ele defende que estava no local às 20h32.
Sobre a ordem de prisão o juiz afirmou que só o fez porque lhe foram negadas informações e que, em nenhum momento ele se identificou como magistrado. O funcionário, ainda segundo o juiz teria lhe ofendido e que somente após essa reação do funcionário veio a primeira ordem. A prisão teria sido dada somente a um dos funcionários, justamente o que teria destratado o juiz e os outros dois o acompanharam em soliedariedade.
Terra
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