Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da UTC. Foto: Marcos Bezerra/Futura Press
Por Ricardo Brant, enviado especial a Curitiba, Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo
O empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, declarou na audiência em que são réus o presidente e executivos da Odebrecht que havia um ‘pacto de não agressão’ entre as empreiteiras que formaram cartel na Petrobrás. Ele citou, uma a uma, as obras em refinarias que a UTC Engenharia, da qual é o presidente, ganhou na estatal – segundo Pessoa, 70% dos negócios da UTC estão na Petrobrás.
“As obras que ganhamos sempre houve propina”, afirmou ao juiz federal Sérgio Moro.
O juiz da Lava Jato perguntou se havia dificuldades com os contratos se não houvesse pagamento de propinas.
“Na verdade isso era automático, passou a ser um fato levando a outro. Não se discutia mais se tinha que pagar ou não. Discutia-se quanto ia pagar”, respondeu o empreiteiro.
“Alguma vez o sr se recusou a pagar?”, indagou o juiz.
“Não me recordo de ter recusado nenhum, talvez diminuído,redução (do valor).”
Ele apontou, por exemplo,o contrato da REPAR (Refinaria Getúlio Vargas do Paraná). “Um caso mais claro é o da REPAR. Ficamos encarregados de pagar a Diretoria de Abastecimento e a Odebrecht ficou encarregada de resolver o problema da Diretoria de Serviços. Como um depois não falava com o outro eu não tenho como afirmar se alguém pagou. Nós pagamos o que nós combinamos de pagar. Foi tratado entre a UTC e a Odebrecht e a OAS também”.
Ao falar de propinas no âmbito do Consórcio TUC no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o empreiteiro foi taxativo. “É uma história um pouco mais longa, mas também houve pagamento de propina. Nesse caso ficamos encarregados de pagar a Diretoria de Serviços (comandada por Renato Duque, elo do PT na Petrobrás), o sr. João Vaccari e o ao (Pedro) Barusco. Fizemos esses pagamentos, consta do meu termo de colaboração. (Nesse caso) não ficamos com a Diretoria de Abastecimento, não ficou a nosso cargo, ficou a cargo do Márcio (Faria, executivo da Odebrecht) resolver o que fazer.”
O juiz Sérgio Moro indagou do empreiteiro. “Essa negociação de pagamento de propinas era pactuada entre todos os participantes?”
“Sim, mesmo porque o custo era do consórcio”, respondeu Ricardo Pessoa.
O juiz da Lava Jato quis saber com quem da Odebrecht o empreiteiro tratou sobre propinas. “Tratou com algum executivo da Odebrecht nesse contrato (Consórcio TUC no Comperj)?”
“Com Márcio Faria.”
“Com nenhum outro?”, insistiu o juiz.
“Não.”
“Minhas tratativas eram com Márcio Faria”, declarou o empreiteiro delator.
“Márco Faria tinha autonomia ou se reportava a algum superior?”, questionou o juiz da Lava Jato.
“Sempre teve autonomia”, respondeu Ricardo Pessoa.
O juiz quis saber se alguma vez Márcio Faria mencionou necessidade de tratar da propina com algum superior. “Não”, disse o empreiteiro.
O juiz perguntou se ele conhece o presidente da Odebrecht. “Conheço, estive com ele duas vezes, não tratei com ele esses assuntos, absolutamente.”
Desde o início das investigações, a Odebrecht tem reiterado taxativamente que não participou do esquema de propinas na Petrobrás. Agora, a empreiteira tem alegado que só se manifesta nos autos do processo.
Fausto Macedo, Estadão
PROPINAS QUE FORAM DOAÇOES LEGAIS REGISTRADA NO TSE PRESTADO CONTAS……………., ATE QUANDO O POVO VAI TER QUE ESCUTAR NOTICIAS SOBRE CORRUPÇOES ORGANIZADAS E O MAIS INTERESSANTE E AS RESPOSTA TENTANDO DAR ATESTADO DE IDIOTA AO POVO
Esse falou a verdade. No Brasil a propina tem simonimo de negocio.
Tentar pegar o melhor para si e empurrar o pior para os outros faz acionar o perigoso efeito bumerangue do universo, ou seja, mais cedo ou mais tarde, isso voltará na sua direção.