Ainda faltam pelo menos dez dias para que o Fluminense tenha a confirmação de que jogará mesmo a Série A em 2014 com o julgamento do tribunal pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas a diretoria já se prepara para este novo cenário.
O novo diretor-executivo, Felipe Ximenes, começa a trabalhar esta semana, e a primeira missão é encontrar o novo técnico. Nesta terça-feira, o Grêmio anunciou Enderson Moreira como técnico, deixando Renato Gaúcho no mercado. Ele é o preferido de Celso Barros, mas pode ser que desta vez a vontade do presidente da patrocinadora não prevaleça, como ocorreu em 2013. Pressionado por aliados por causa do desastroso ano futebolístico do clube, Peter Siemsen precisa mostrar mais independência em relação à Unimed, e desejará um treinador diferente. Nomes como Tite, que acaba de deixar o Corinthians, e Ney Franco, do Vitória, também estão cotados.
– Não tínhamos o planejamento definido porque esperávamos esta decisão. O planejamento econômico não muda, mas todas as decisões do futebol dependiam desse julgamento. Ainda tem o julgamento do pleno e respeitamos as instâncias jurídicas, mas o planejamento do futebol começa agora e com foco na Série A – disse o diretor executivo do clube, Jackson Vasconcelos.
Após a decisão do STJD que manteve o Fluminense na primeira divisão com a perda de quatro pontos de Portuguesa e Flamengo pela escalação de jogadores irregulares, o presidente Peter Siemsen não quis comentar sobre o planejamento do clube para 2014. Disse apenas que iria começar a trabalhar a partir desta terça-feira. Sobre o futuro treinador, a diretoria tricolor espera anunciar o nome o mais rapidamente possível.
– Não é hora de comemorar, mas de trabalhar. Vamos aguardar o segundo julgamento. Mas como imaginamos que é difícil a mudança de resultado, o planejamento passa a ser de Série A. Nesta semana, deveremos ter a definição do novo treinador. Felipe Ximenes está trabalhando. Agora pensaremos em formar um time ainda mais forte, competitivo, para vencer a primeira divisão – disse Jackson.
Ainda que as provocações de rivais sobre a permanência na primeira divisão por causa de um erro da Portuguesa devam ser fortes durante todo o ano que vem, o Fluminense rejeita o rótulo de time beneficiado pelos tribunais. No julgamento da Portuguesa, o advogado Mário Bittencourt recorreu ao passado recente ao lembrar que, nas duas outras vezes que o Fluminense jogou a Série A sem ter conseguido o acesso em campo, o clube também não teve interferência nos casos. “Coincidentemente, vai beneficiar o Fluminense”.
Em 1996, a CBF decidiu extinguir o rebaixamento após a revelação de conversas telefônicas entre o então presidente da comissão de arbitragem, Ivens Mendes, e os presidentes de Atlético-PR, Mario Celso Petraglias, e do Corinthians, Alberto Duailib.
Em 2000, o Brasileiro foi organizado pelo Clube dos 13 e o tricolor, campeão da Série C, foi convidado a disputar a elite. O campeonato do ano anterior terminara na Justiça comum por ação do Gama, que seria rebaixado após o Botafogo ter ganho, no STJD, os pontos do jogo contra o São Paulo, que escalou um jogador irregular.
O Globo
ISSO É VERGONHOSO! Do jeito que está a cartolagem no futebol brasileiro com as constantes viradas de mesa, A ESTRATÉGIA DE MUITOS CLUBES SERÁ O INVESTIR EM ADVOGADOS EM DETRIMENTO DE JOGADORES.
Só pra constar, virada de mesa ocorre quando o regulamento da competição é alterado no decorrer ou no fim da mesma, fazendo com que clubes se beneficiem com tais mudanças. O que ocorreu, na verdade, foi o simples cumprimento das regras e uma falha do setor jurídico do clube da Portuguesa. O barulho todo se da devido ao principal beneficiado com as mudanças, pois o Fluminense já esteve envolvido em outras situações parecidas. Vale lembrar também, que o tricolor carioca não foi o autor da denúncia, surgindo apenas posteriormente com parte interessada. Lembro também dos casos de 96 e 2000, onde o time "pegou carona" na confusão dos outros. ST!