O capitão do transatlântico Costa Concordia, que naufragou na noite de sexta-feira próximo à ilha de Giglio, na costa oeste da Itália, foi preso neste sábado. A detenção de Francesco Schettino, de 52 anos, foi confirmada pelo procurador Francesco Verusio, da província de Grosseto. Ele será indiciado por homicídio culposo. De acordo com o jornal italiano La Repubblica, o capitão foi interrogado e disse que o navio atingiu uma pedra que não constava nos mapas náuticos.
Membros da tripulação acusaram Schettino de imperícia, o que teria provocado o acidente. “Quando você navega na costa, você não usa mais o piloto automático, mas o (piloto) manual. É, portanto, critério do comandante escolher a distância da costa e a navegação foi longe demais desta vez”, disse um oficial do navio que pediu para não ter sua identidade revelada.
Enquanto isso, mergulhadores vão prosseguir durante toda a madrugada deste domingo as buscas por 43 desaparecidos na área do naufrágio. Três mortes foram confirmadas – dois turistas franceses e um tripulante peruano. Além disso, a Capitania dos Portos registrou 67 feridos.
A embarcação tinha 4.234 pessoas a bordo – 53 eram brasileiras, segundo o consulado-geral do Brasil em Roma. A assessoria de imprensa do Itamaraty disse que alguns brasileiros resgatados entraram em contato com o consulado brasileiro em Milão, cidade para onde já foram 26 deles. Até o momento, não há nenhum registro de brasileiros feridos ou desaparecidos no acidente. De acordo com o ministério das Relações Exteriores, caso um brasileiro fosse vítima do naufrágio, o procedimento normal seria as autoridades italianas contatarem o Brasil para informar sobre o caso, o que não ocorreu.
A Costa Cruzeiros, empresa proprietária do transatlântico, divulgou a nacionalidade dos passageiros, no total oriundos de 62 países. Entre eles estavam 989 italianos, 569 alemães, 462 franceses, 177 espanhóis, 129 americanos, 127 croatas, 108 russos, 17 argentinos, onze portugueses, dez colombianos, dez chilenos, oito peruanos, cinco venezuelanos, dois cubanos, dois equatorianos, dois mexicanos e um uruguaio.
O presidente da Costa Cruzeiros, Gianni Onorato, declarou que o navio está “em segurança” e não há perigo de vazamento de combustível para o mar. Segundo o executivo, uma equipe técnica holandesa está a caminho do local do acidente para lidar com possíveis problemas ambientais.
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