Brasil

Congresso burla decisão do STF e envia verba para municípios de emendas extintas

Foto: Marcelino/Reuters

O Congresso burlou decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e irrigou suas bases eleitorais com parte da verba que estava reservada para as chamadas emendas de relator, mesmo após a corte ter declarado o fim desse instrumento de negociação política.

Ou seja, em vez de o recurso retornar para os cofres dos ministérios para que esses decidissem a sua destinação sem a interferência dos parlamentares, atendendo assim à determinação do STF, a verba foi direcionada em boa parte para os mesmos fins que haviam sido definidos originalmente pelos parlamentares em suas emendas.

O orçamento do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) para investimentos dobrou na última semana de 2022, passando de R$ 5,2 bilhões para R$ 10,6 bilhões.

O aumento no caixa ocorreu porque a pasta absorveu parte do dinheiro que, antes do julgamento do Supremo, estava previsto como emenda de relator. Com isso, em apenas três dias, o ministério precisou dar vazão a mais recursos do que nos outros 362 dias do ano.

Planilha obtida pela Folha mostra que, em pelo menos 280 casos, o recurso foi destinado para o mesmo município e a mesma finalidade que estava prevista na emenda de relator.

A manobra foi articulada por líderes do Congresso, mas também beneficiou deputados e senadores de menor influência nas bancadas. Assim, o Congresso conseguiu, nos últimos dias do ano, liberar o dinheiro que estava travado em emendas prometidas para prefeitos.

A liberação da verba foi feita pelo MDR entre os dias 29 e 31 de dezembro e não deixou a digital dos parlamentares que apadrinharam os recursos.

A ação beneficiou parlamentares aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como o líder do Republicanos, deputado Hugo Motta (PB), o deputado Wellington Roberto (PL-PB) e a deputada Margarete Coelho (PP-PI).

Municípios que são redutos eleitorais do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também foram atendidos com os recursos. Além disso, aliados do ex-presidente da Casa Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), um dos mais influentes na divisão das emendas de relator, entraram na lista.

O Supremo declarou a inconstitucionalidade dessas emendas e determinou que os recursos ainda previstos em RP9 (código para emendas de relator) fossem gastos sem levar em consideração as indicações formuladas pelo relator do Orçamento (quem apresentava as divisões do dinheiro negociadas entre líderes e a cúpula do Congresso).

Parte dos recursos de RP9 então foram transferidos para o caixa de uso discricionário do Desenvolvimento Regional —caberia ao ministro decidir onde aplicar o dinheiro.

Em 26 de dezembro, após a decisão do Supremo, o MDR publicou uma portaria com regras para o uso do orçamento da pasta na reta final do ano. A prefeitura ou governo estadual que tivesse interesse nos recursos poderia enviar um email para o ministério solicitando o aporte.

O próprio MDR escreveu na portaria que era “vedado o atendimento de solicitações de despesas e indicações de beneficiários realizadas por deputados federais, senadores da República, relatores da comissão Mista de Orçamento, independentemente de tal requisição ter sido formulada pelos sistemas formais ou por vias informais”.

Procurada, a assessoria responsável pelo Ministério do Desenvolvimento Regional —desmembrado no governo Lula entre os ministérios das Cidades e da Integração Nacional— não respondeu.

O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) tinha R$ 19,2 milhões em emendas de relator aprovadas pela cúpula do Congresso para obras de mobilidade urbana e compra de equipamentos em quatro municípios da Paraíba: Pombal, Patos, Princesa Isabel e Mamanguape.

Mas, por dificuldades orçamentárias e da máquina pública, poucas emendas do Desenvolvimento Regional foram executadas até julho —último mês antes das restrições de anos eleitorais e do início dos sucessivos bloqueios por falta de verba.

Mesmo assim, as cidades indicadas por Motta nas emendas foram beneficiadas pelos recursos que passaram, após a decisão do STF, para uso discricionário do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Com a manobra, Pombal, Patos, Princesa Isabel e Mamanguape receberão R$ 16,3 milhões. O dinheiro terá o mesmo objetivo: mobilidade urbana e compra de equipamentos.

Aliada de Lira e do ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, a deputada Margarete Coelho (PP-PI) tinha indicado R$ 10,9 milhões para obras viárias em Oeiras, Valença do Piauí, São Gonçalo do Piauí e Demerval Lobão, municípios do Piauí.

Na reta final do ano, essas cidades conseguiram R$ 7,9 milhões com recursos que foram para o MDR após o fim das emendas.

Procurada, a deputada disse que não tem conhecimento da verba liberada aos municípios no fim do ano passado. “Posso assegurar que não houve qualquer orientação ou empenho do nosso mandato para liberação de recursos que correspondam às referidas emendas”, afirmou Coelho.

Cidades que são reduto eleitoral do presidente do Senado foram atendidas em R$ 10,7 milhões nas liberações feitas pelo MDR na última semana de 2022.

Pacheco tinha pedido, via emenda de relator, R$ 15,7 milhões para Guaranésia, Abadia dos Dourados, Itamogi, Passos, Piumhi, Perdigão e Dom Bosco.

Procurado, Pacheco disse que os critérios para o atendimento de demandas foram feitos exclusivamente pelos ministérios.

“A gestão e execução dos recursos antes previstos em RP9 [código das emendas de relator] ficaram sob responsabilidade exclusiva dos ministérios, que adotaram os critérios para atendimento das demandas dos entes federados, inclusive municípios que, provavelmente, possuíam propostas aptas a serem contempladas”, declarou.

Ex-líder do PL, o deputado Wellington Roberto (PB) tinha R$ 500 mil em emendas de relator para obras e compras de equipamentos em Piancó. A cidade conseguiu, no apagar das luzes de 2022, cerca de R$ 480 mil.

O drible no STF também ocorreu em emendas cadastradas pelos chamados usuários externos, uma forma usada pelo Congresso para ocultar o parlamentar que apadrinhou os recursos.

Um exemplo disso é o município de Vitória do Jari, no Amapá, base eleitoral do senador Davi Alcolumbre.

O secretário municipal de Finanças, Duilio Conceição, entrou na lista de autores de emendas no início do ano passado. Ele pediu R$ 10 milhões para uma obra na orla do rio Jari.

A verba não foi liberada como emenda, mas, após a decisão do Supremo, o MDR destinou cerca de R$ 9,5 milhões para a mesma finalidade, na mesma cidade.

Questionado, Conceição disse que “todas as emendas são cadastradas via plataforma +Brasil [usada para fazer os pedidos de recursos] e dado a devida publicidade”.

O STF decidiu que as emendas de relator são inconstitucionais. E mandou que, após a decisão, os recursos restantes fossem gastos sem vinculação com indicações formuladas pelo Congresso. As emendas liberadas de 2020 a 2022 devem ter como identificados os respectivos parlamentares beneficiados.

Parlamentares (ou apadrinhados deles) apresentavam os pedidos de emendas numa plataforma. A distribuição desses recursos, no entanto, continuou privilegiando aliados políticos de Lira, Pacheco e Bolsonaro. Se a emenda fosse atendida, o Congresso publicava a lista de parlamentares beneficiados e as cidades que receberam a verba.

O governo ficou com os recursos que estavam reservados para emendas de relator e não haviam sido usados. O orçamento de ministérios, principalmente do Desenvolvimento Regional, deu um salto. A verba passou a ser de uso exclusivo dos ministros. Mas a pasta continuou destinando dinheiro para obras e projetos que haviam sido solicitados por parlamentares (quando ainda existiam as emendas).

Até 26 de dezembro, a pasta tinha R$ 5,2 bilhões em verba discricionária (para custeio e investimento). Esse valor subiu para R$ 10,6 bilhões em 29 de dezembro após remanejamentos feitos pelo governo diante do fim das emendas.

O Ministério publicou uma portaria em 26 de dezembro com as regras para uso desse dinheiro na reta final do ano. O ato dizia que era proibido atender a pedidos de parlamentares –feitos por sistemas formais ou por vias informais.

Folha de São Paulo



Opinião dos leitores

  1. Quero só saber quem vai ficar desmoralizado nessa história, acho que é a vez do STF, O congresso já vendo sendo a tempos, o executivo nem se fala, precisamos de um outro Brasil, onde as instituições se respeitem, a vontade do cidadão idem e que não haja espaço para arranjos e maracutaias, mas tá complicado. Imagina quando começar a próxima legislatura majoritariamente desalinhada com os outros poderes.

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Brasil

Tranquilidade de Bolsonaro causa estranheza, dizem aliados

Foto: Richard Lourenço/Agência Câmara

O ex-presidente Jair Bolsonaro está, realmente, tranquilo sobre a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR), que o acusa de ter tentado dar um golpe de Estado. É o que afirmam deputados que estiveram com Bolsonaro nesta quarta-feira,26. O motivo seria a certeza de que o presidente norte-americano, Donald Trump, já está pressionando o Brasil contra a atuação do ministro Alexandre de Moraes.

Para o grupo de aliados do ex-presidente, tanto a visita do advogado Pedro Vacca, ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA),quanto os processos das plataformas Rumble e Trump Media contra Moraes, além da aprovação em comitê do projeto de lei para barrar o ministro e outras autoridades brasileiras de entrarem nos EUA, refletem o desejo de Donald Trump sobre a relação atual com o Brasil.

O Antagonista 

 

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Política

Povo quer tirar Lula e ter Bolsonaro de volta, diz Flávio

Foto:WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta 4ª feira (26.fev.2025) que “o povo quer tirar” o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e quer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “de volta”.  Segundo o congressista, não seria “justo” o antigo chefe do Executivo ficar de fora das eleições presidenciais de 2026. “Só quem pode decidir se ele será ou não presidente é o eleitor!”, declarou no X.

Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por poder político e uso indevido dos meios de comunicação.  Na semana passada, também foi denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por tentativa de golpe de Estado depois do resultado das eleições de 2022. A petição foi enviada ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que é relator do caso.

Poder 360

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Trânsito

Saiba quais vias ficam interditadas durante o Carnaval 2025 em Natal

Foto: Thiago César

Avenidas e ruas de Natal vão ficar bloqueadas ou parcialmente interditadas durante o Carnaval 2025 na capital potiguar para a realização dos shows da programação da prefeitura e também para a passagem de bloquinhos.

Os trechos serão interditados e fiscalizados por agentes da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU), que .ambém vão orientar o trânsito de pessoas e veículos.

As operações acontecem entre os dias 27 de fevereiro e 8 de março, nas quatro regiões da cidade.

Veja as interdições previstas

Rua Everaldo Borges, na Redinha (percurso dos trios)

  • Interdição parcial para passagem dos trios elétricos
  • Datas: 1º a 4 de março de 2025
  • Horário: 14h às 18h

 

 Redinha – Percurso dos blocos de orquestras de frevo e matrizes africanas

  • A interdição será nas vias por onde os blocos desfilarão, com ajustes de acordo com o deslocamento das orquestras, segundo a STTU
  • Datas: 28 de fevereiro a 5 de março de 2025

 

Entorno do Palco Nélio Dias, em Lagoa Azul

  • Interdição nas imediações do palco para garantir a segurança dos foliões e o bom andamento das apresentações, segundo a STTU.
  • Datas: 28 de fevereiro a 4 de março de 2025
  • Horário: 18h30 às 02h

 

Praia do Meio, na Avenida Café Filho (pranchão)

  • Interdição para a montagem e utilização do Pranchão, espaço destinado aos foliões e shows.
  • Datas: 2 e 4 de março de 2025
  • Horário: 10h às 14h

 

Entorno da Praça Sete de Setembro no Centro Histórico

  • O centro histórico da cidade terá interdições para o melhor controle dos blocos e foliões, segundo STTU.
  • Datas: 1º a 4 de março de 2025
  • Horário: 17h às 23h

 

Avenida Duque de Caxias, na Ribeira (desfile das escolas de samba)

  • A interdição será ao longo da Avenida Duque de Caxias, para garantir a segurança do desfile das escolas de samba e dos espectadores.
  • Datas: 7 e 8 de março de 2025
  • Horário: 18h30 às 2h

 

 Entorno do Largo do Atheneu, em Petrópolis

  • Interdição para a realização de blocos e festas no Largo do Atheneu.
  • Datas: 27 de fevereiro a 4 de março de 2025

 

 Entorno da Praça dos Gringos, em Ponta Negra

  • Interdição parcial para a realização de eventos e shows na área.
  • Datas: 28 de fevereiro a 4 de março de 2025

A STTU recomenda ainda que motoristas e pedestres fiquem atentos aos horários de interdição e busquem vias alternativas durante o período de Carnaval.

G1

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Geral

Diretora que pediu exoneração após ameaças quer seguir como professora: ‘é a minha profissão’

Foto: Sérgio Henrique Santos

A diretora escolar Maria dos Prazeres está aguardando a publicação da exoneração para entregar a gestão da Escola Estadual Professor Francisco Barbosa, em São José de Mipibu, na Grande Natal. Depois de decidir renunciar ao cargo por ter sido ameaçada por pais e alunos por fazer cumprir a lei que proíbe o uso de celular em sala de aula, ela disse que a sua missão na educação segue.

“A educação faz parte da minha vida. É a minha profissão, o meu trabalho. Eu nunca vou desistir. Nunca! Abri mão do meu cargo por medo. Mas da minha profissão, jamais”, disse ela.

“Na medida do possível estou bem”, afirmou a educadora nesta quarta-feira (26). Ela já entregou o pedido de renúncia ao Conselho Escolar, e já foi feita a assembleia de aclamação para a nova diretoria.

Maria dos Prazeres está na Escola Estadual Professor Francisco Barbosa desde 2006. Ela informou que vai aguardar a publicação da exoneração em Diário Oficial, para se apresentar à nova diretora da escola e aguardar as decisões seguintes.

Tribuna do Norte

 

 

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Brasil

Governo Lula reage a críticas dos EUA: “Distorce decisões do STF”

Foto:Rafaela Felicciano/Metrópoles

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu as críticas da administração dos Estados Unidos contra autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF), e disse que a manifestação de um órgão do governo Trump é uma distorção do sentindo das decisões da Corte brasileira.

O posicionamento se deu por meio de nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, nesta quarta-feira (26/2).

Mais cedo nesta quarta, o Bureau de Assuntos para o Hemisfério Ocidental, vinculado ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, classificou como “censura” as decisões do ministro Alexandre de Moraes, de multar plataformas digitais por não cumprirem ordens de bloqueio de perfis em redes sociais.

“Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”, afirma o órgão norte-americano.

Resposta brasileira

Em nota do Itamaraty, o governo brasileiro diz que “recebe, com surpresa, a manifestação veiculada hoje pelo Departamento de Estado norte-americano a respeito de ação judicial movida por empresas privadas daquele país para eximirem-se do cumprimento de decisões da Suprema Corte brasileira”.

“O governo brasileiro rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais e ressalta a importância do respeito ao princípio republicano da independência dos poderes, contemplado na Constituição Federal brasileira de 1988”, segue o texto.

Para a diplomacia brasileira, “a manifestação do Departamento de Estado distorce o sentido das decisões do Supremo Tribunal Federal, cujos efeitos destinam-se a assegurar a aplicação, no território nacional, da legislação brasileira pertinente, inclusive a exigência da constituição de representantes legais a todas as empresas que atuam no Brasil”.

“A liberdade de expressão, direito fundamental consagrado no sistema jurídico brasileiro, deve ser exercida, no Brasil, em consonância com os demais preceitos legais vigentes, sobretudo os de natureza criminal”, diz o governo brasileiro.

METRÓPOLES

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Brasil

Barroso consulta Dino e Zanin sobre impedimento para julgar Bolsonaro

Foto: Antonio Augusto/MPF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, pediu que os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin se manifestem sobre estarem aptos a julgar a denúncia de golpe de Estado oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Barroso respondeu a um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo os advogados de Bolsonaro, Dino estaria impedido de julgar o ex-presidente por ter entrado, em 2021, com uma queixa-crime. Na época, Dino era governador do Maranhão e o então presidente da República o acusou de não utilizar a Polícia Militar para melhorar a segurança em visita ao estado.

“Não é lícito ao juiz presidir nenhum processo que envolva a parte ou advogado com quem litiga, na medida em que se trata de impedimento absoluto, pois ligado às partes ou seus representantes, razão pela qual existe a real possibilidade de comprometimento da neutralidade e da imparcialidade em relação a quaisquer causas que porventura os envolvam”, ressaltou a defesa.

Já no caso de Zanin, os advogados do político do PL alegaram que o ministro já se disse impedido de julgar recurso apresentado pelo ex-presidente no âmbito das eleições de 2022. Até 2023, Zanin atuou como advogado do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que competiu em 2022 nas urnas contra Bolsonaro.

O relator da análise no STF é o ministro Alexandre de Moraes e cabe a ele encaminhar a denúncia para a Primeira Turma da Corte, composta por Zanin (presidente da turma), Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

CNN

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Brasil

Flávio Dino homologa acordo sobre emendas com o Congresso

Foto: Gustavo Moreno/STF

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou um plano de trabalho elaborado pelo governo federal e o Congresso Nacional para maior transparência do destino das emendas tipo Pix. Dino também colocou o tema no plenário virtual, para ser avaliado por todos os ministros em março.

O magistrado estabeleceu um prazo de 30 dias, após a homologação, para que os dados ofertados sejam complementados.

No entanto, Dino suspendeu a audiência e uma nova poderá ser agendada “após a análise da homologação do Plano pelo Plenário do STF, seguindo-se o acompanhamento de sua implementação”.

Mais cedo, a Advocacia-Geral da União (AGU) respondeu os questionamentos que Dino havia enviado e informou melhorias no portal de transparência.

O tema ainda preocupa e o ministro deseja um pente-fino. Ele determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) apure as emendas liberadas no ano passado e que ficaram sem especificação de uso.

Além disso, o magistrado ordenou ao Tribunal de Contas da União (TCU) a elaboração de um programa para checar o destino das emendas Pix empregadas de 2020 a 2023.

As determinações ocorreram após um relatório do TCU revelar a existência de 644 planos de trabalho ainda não cadastrados na plataforma de transparência do governo. Ao todos, eles somam R$ 469 milhões.

CNN

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Golpe

Detran-RN alerta para tentativas de golpes envolvendo o agendamento de serviços


O Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran/RN) emitiu um alerta à população em relação a um golpe envolvendo o agendamento de serviços.

De acordo com o órgão, há relatos de cidadãos que receberam mensagens via e-mail ou WhatsApp cobrando um pagamento via PIX para confirmar o agendamento de serviços.

“O Detran-RN não comunica-se por meio de whatsapp ou email fazendo cobranças via PIX e todo e qualquer tipo de pagamento é realizado unicamente por meio do nosso portal de serviços”, explicou o chefe de gabinete do Detran-RN, Osmar Filho.

O Detran reforça ainda que o agendamento de serviços é gratuito e deve ser realizado através da internet. A gestão do órgão informou que está agindo em conjunto com a delegacia especializada sobre o ocorrido.

G1

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Geral

Governo Trump faz referência ao STF e diz que multar empresa americana é incompatível com democracia

Foto: Reprodução/Rumble e Divulgação/STF

O Departamento de Estado dos Estados Unidos, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, publicou uma mensagem no X nesta quarta-feira (26) em que faz referência implícita ao caso do Rumble contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

“O respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”, escreveu o perfil do Escritório do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado.

É a primeira vez que a gestão do presidente Donald Trump trata do tema.

Um dia antes, a juíza Mary S. Scriven negou pedido de liminar protocolado pelo Rumble e pela Trump Media & Technology para que ordens de Moraes não sejam cumpridas nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, porém, a magistrada afirmou que as decisões do ministro não se aplicam aos EUA se os réus não forem intimados pelos protocolos da Convenção de Haia e de um tratado entre o país e o Brasil, como é o caso.

Por isso, a juíza não viu a necessidade de conceder uma liminar para evitar o cumprimento de determinações do ministro. A decisão não analisou o mérito da ação.

O pedido de liminar em si ocorreu porque a Rumble e a empresa de mídia de Donald Trump entendem que Moraes determinou à plataforma de vídeo que encerre a conta do influenciador bolsonarista Allan dos Santos e forneça os seus dados de usuário sem se restringir ao Brasil.

Ou seja, que o magistrado teria dado uma ordem para ser cumprida nos Estados Unidos por empresa registrada no país estrangeiro e sem intimá-la pelas vias corretas.

Por isso, a empresa pediu à Justiça decisão em caráter urgente dizendo que não as plataformas não precisam cumprir a ordem de Moraes. A magistrada da Flórida, por sua vez, entendeu que a solicitação da Rumble não é cabível porque a empresa já não precisaria cumprir a decisão justamente porque o ministro brasileiro não acionou os canais devidos de intimação.

Scriven acrescentou ainda que aparentemente nenhuma ação foi tomada para reforçar as determinações de Moraes pelo governo brasileiro, pelo governo americano ou outro ator relevante. No entanto, afirma que se houver alguma ação nesse sentido, ela tomará alguma ação.

Folhapress

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Geral

Auditoria do TCU revela pagamentos indevidos do BPC com impacto de R$ 5 bilhões por ano

Foto: Dida Sampaio/Estadão

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) que deve ser julgada nesta quarta-feira, 26, concluiu que o Benefício de Prestação Continuada (BPC) tem sido pago a pessoas que não atendem a critérios do programa federal. Esses pagamentos indevidos podem custar cerca de R$ 5 bilhões anuais ao governo.

O cálculo considera a estimativa de que 6,3% dos beneficiários que recebem o BPC não se encaixam na regra de renda familiar mensal per capita igual ou inferior a um quarto do salário mínimo. O documento também revela que foram identificados 6,7 mil casos de acumulação indevida de benefícios, com um impacto financeiro anual estimado em R$ 113,5 milhões.

O BPC garante o auxílio de um salário mínimo para pessoas idosas e com deficiência que estão em condição de vulnerabilidade social. A expansão acelerada dos gastos do programa está no radar da equipe econômica há algum tempo, mas a preocupação aumentou, especialmente com o governo pressionado a reduzir suas despesas.

Segundo a área técnica do TCU, as principais causas para o pagamento a pessoas que não atendem aos critérios de elegibilidade ao BPC incluem atrasos na correção de irregularidades, complexidades nos controles da composição familiar (principalmente quanto à renda informal, omissão de membros e flutuações naturais da realidade socioeconômica), além de limitações quanto à qualidade e defasagem temporal dos dados disponíveis, bem como às dificuldades no acesso a determinados bancos de dados.

O BPC foi alvo de ajustes no pacote fiscal da equipe econômica aprovado no fim do ano passado, mas as medidas foram desidratadas pelo Congresso e dependem de regulamentação. No ano passado, o gasto com BPC cresceu 14,9%, e custou R$ 113,421 bilhões à União.

A auditoria do TCU identificou também outros quatro problemas com a operacionalização do benefício. Os técnicos estimaram, por exemplo, inconsistências “significativas” no cadastro único de beneficiários do BPC, com aproximadamente 12,6% omitindo membros familiares e 15,9% apresentando discrepâncias de endereço.

Foi constatado ainda, por meio da análise da qualidade dos dados, 2.476 beneficiários possivelmente falecidos e outras 31.157 inconsistências nos registros dos dados cadastrais dos titulares de BPC e seus respectivos familiares.

A auditoria destaca que essas situações podem levar a pagamentos indevidos e comprometem a capacidade do sistema de avaliar com precisão a elegibilidade dos beneficiários. Falhas formais na análise do reconhecimento do direito ao BPC, em operacionalizações feitas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e falta de efetividade no processo para manutenção do BPC foram outros apontamentos feitos pela área técnica.

Além disso, a auditoria revelou um erro de inclusão no BPC Idoso, por subnotificação do recebimento do benefício e da flexibilização de critérios das concessões judiciais, “que geram distorção nas estimativas e grupos distintos de beneficiários”.

Recomendações

Diante das falhas encontradas, os técnicos sugeriram que o plenário do TCU faça uma série de recomendações e determinações ao governo. Para o INSS, exemplo, a auditoria propõe que o instituto adote providências para mitigar o risco de manutenção de acúmulo de benefícios indevidos e de beneficiários falecidos, com CPF nulos, cancelados ou sem cadastro único ativo.

Há também outras recomendações direcionadas especialmente ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

O volume de recursos fiscalizados foi de R$ 89,64 bilhões, e os trabalhos foram realizados de abril a outubro de 2024 e abrangeram o período de 2022 a maio de 2024.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. Isso é nada!
    Igual caderneta de budega!
    Paga depois!
    Besteira mais besta!
    Quem paga é nois mesmo!

  2. Sem problemas, Lula tá protegido pelo judiciário brasileiro, nada será feito contra o maior corrupto de todos os tempos.

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