Diário de Natal
Mais um posto de combustível foi alvo de assaltantes em Natal durante a madrugada de ontem. Cinco criminosos chegaram ao posto São Luís IV, localizado à Avenida Prudente de Morais, no Tirol, renderam três pessoas, arrombaram um cofre e levaram uma quantia ainda não contabilizada de dinheiro. Segundo a polícia, 55 desses estabelecimentos sofreram com esse tipo de crime na capital potiguar somente este ano. O diretor jurídico do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos/RN), Eduardo Rocha, estima que o prejuízo aos empresários do ramo já chega a cerca de R$ 2 milhões nesses últimos 10 meses.
De acordo com a polícia, o crime ocorreu por volta da 1h30 de ontem. Cinco homens armados e usando capuzes chegaram ao local em um veículo ainda não identificado e renderam um vigilante que trabalhava no local e ainda outras duas pessoas. As vítimas foram amarradas e os criminosos então partiram para o escritório administrativo doestabelecimento. Ali, com uso de ferramentas, os assaltantes conseguiram violar o cofre e levar certa quantia em dinheiro. Logo em seguida, fugiram do local com destino ignorado. A polícia foi acionada, mas não conseguiu encontrar os criminosos.
Para Eduardo Rocha, do Sindipostos, tal ocorrência é apenas mais um exemplo de como há um sentimento de insegurança entre os empresários do ramo de combustíveis. Segundo ele, geralmente há um prejuízo em torno de R$ 20 mil a R$ 30 mil por cada assalto sofrido nos postos. “Por causa disso, muitos de nossos estabelecimentos não abrem mais durante 24 horas, fechando já às 20h. Isso tudo para evitar mais prejuízos, não somente financeiros, mas também não por em risco a vida dos funcionários, vítima mais direta dos bandidos e que são mais importantes que dinheiro”, comenta.
Outra medida tomada pelos proprietários dos postos para evitar roubos nesses locais é não mais contar com caixas eletrônicos em suas conveniências. “Alguns empresários têm até vontade de colocar uma faixa dizendo que ali não tem caixa eletrônico para tentar tranquilizar os clientes e afastar os bandidos”, comenta Eduardo Rocha.
O diretor jurídico do Sindipostos diz que os estabelecimentos que mais sofrem assaltos são exatamente aqueles que prestam serviço 24h, os instalados na periferia de Natal e ao longo das avenidas Maria Lacerda Montenegro e Prudente de Morais. Eduardo Rocha afirma que o sindicato tem cobrado dos gestores da Segurança Pública do Estado mais policiamento, contudo, não tem visto resultados.
O coronel PM Wellington Alves, comandante do policiamento metropolitano, em contrapartida, afirma que há patrulhamento constante à noite, quando esses assaltos são mais frequentes. Inclusive, as áreas comerciais recebem o apoio do Batalhão de Choque (BPchoque), circulando nas principais vias de Natal. “Mas não é possível mantermos uma viatura parada em frente a todo estabelecimento 24h por dia. É preciso também que os empresários invistam em segurança privada para coibir a ação desses criminosos”.
Eduardo Rocha responde que os empresários investem em segurança, com instalação de câmeras de monitoramento e a contratação de vigilantes. “Mas esses são desarmados, não podendo fazer muita coisa se forem surpreendidos. Manter seguranças armados tem um custo muito elevado, que não compensa”.
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