Fotos: João Vital
Toda intervenção em um imóvel tombado deve, por princípio, manter as características espaciais e construtivas originais, preservando os valores atribuídos ao imóvel no processo de tombamento. É dessa forma que, minuciosamente, o Forte dos Reis magos está sendo restaurado pelo Governo do Estado, seguindo uma gama de documentos que orientam os critérios de intervenção.
Desde os diferentes tipos de argamassa que estão sendo utilizados na fase de consolidação do reboco, variedade produzida no próprio laboratório da empresa responsável pela reforma, assim como os cristais de cal, seguem parâmetros para que toda a estrutura continue sendo o mais verossímil.
“Muita gente reclama da demora da obra, mas na verdade a palavra certa é cuidado. Tudo aqui tem que ser feito com toda cautela para preservarmos a história. Para se ter uma ideia, nós retiramos amostras de todas as paredes do Forte. A partir delas, estamos fabricando, aqui mesmo em nosso laboratório, o material que mais se aproxima para que o reboco seja feito de modo que as características não sofram modificações”, explicou o encarregado da obra e especialista em restaurações em prédios históricos, César Martins.
Ultrapassando os 5% de conclusão das obras, a Fortaleza que também está em fase de retelhamento, faz parte do projeto do Governo do Estado de fomentar a cultura e o turismo e busca dar acesso aos turistas – regionais, nacionais e internacionais – e mesmo aos potiguares, aos ambientes culturais e históricos do RN, de maneira que o Projeto Governo Cidadão e o Banco Mundial estão reformando e recuperando importantes peças do patrimônio histórico e cultural do estado.
“Trata-se de um investimento de quase R$ 4 milhões – com recursos do empréstimo do Banco Mundial – somente na obra que deve ser entregue no final deste ano e vai suprir uma lacuna existente no nosso Estado e em Natal. Com esta revitalização, todos poderão conviver com a cultura e história do RN e do Brasil, fato que justifica a importância e necessidade da intervenção”, ressaltou o secretário de Gestão de Projetos, Fernando Mineiro.
Corroborando, a secretária de Turismo Ana Maria Costa afirma que este equipamento totalmente restaurado, funcionando em sua plenitude, será o resgate que o estado precisa para alavancar a indústria turística. “A Fortaleza dos Reis Magos é a nossa principal atração turística e sua revitalização é de fundamental importância para o resgate cultural e histórico do corredor turístico de nossa linda capital. Sua beleza e localização estratégica encantam, não só ao potiguar, mas ao turista que nos visita”, disse.
O diretor-geral da Fundação José Augusto (FJA), Crispiniano Neto, reforça que para além das reformas estruturais essenciais, também serão feitas adequações de acessibilidade, como a colocação de corrimãos nas escadarias e readequação das salas de exposição e lojas de souvenires.
“A reforma desse equipamento colocando-o dentro das normas de acessibilidade, é um passo imprescindível para que possamos disponibilizá-lo novamente ao público sem qualquer dificuldade de acesso. Os nativos da capital merecem e os turistas precisam desfrutar desse ícone e cartão-postal que abriga a história viva de Natal e, logo, do nosso Estado”, finalizou.
Os turistas, mesmo com o acesso proibido, procuram chegar o mais perto e registrar esse prédio histórico. Foi o caso da família Grande, da Argentina e, mesmo nessa condição, veio fazer uma foto na fachada. “Esse monumento é de grande importância para a história deste país. Quando estudei sobre o Brasil, fiquei muito curiosa e queria conhecê-lo. Agora teremos de marcar outra viagem, para quando a obra terminar. Mas a julgar pelo amor que minha família já tem por essa cidade, não será difícil voltar aqui”, disse a professora Juliette Grande.
Fotos: João Vital
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