Representantes do Gabinete de Gerenciamento de Crise do combate ao Aedes aegypti se reuniram na tarde desta quarta-feira (3), no Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (DVS-SMS) para discutir as estratégias de combate ao vetor da dengue, zika e chikungunya nos bairros considerados prioritários e a participação das Forças Armadas – Marinha, Exército e Aeronáutica – nas ações que serão realizadas na próxima semana em Natal. Durante a reunião foi apresentado as análises entomológicas e epidemiológicas na nova abordagem da vigilância de dengue e outras arboviroses no município de Natal – o Vigiadengue – que identificou 254 casos notificados de dengue nas quatro primeiras semanas de 2016.
No dia 13 de fevereiro será realizado em Natal, no bairro de Lagoa Azul, zona Norte da cidade, uma grande ação de mobilização social, com o apoio das Forças Armadas, de panfletagem para conscientizar a população sobre a importância de combater o Aedes aegypti. Dos dias 15 a 18, a ação será de visitas domiciliares. A Secretaria Municipal de Saúde, com os agentes de combate ás endemias, atuará nos bairros de Lagoa Azul, que está na iminência de surto epidêmico, Potengi e Ponta Negra, com a epidemia já instalada. Já a atuação das Forças Armadas, que terão um efetivo de mais de mil militares, será definida na próxima quinta-feira, dia 11 de fevereiro.
O secretário Municipal de Saúde, Luiz Roberto Fonseca, destacou a importância do apoio das Forças Armadas no combate ao Aedes aegypti, principalmente pelo potencial de capilaridade para poder alcançar onde a SMS, com a quantidade de agente de endemias, não consegue chegar, em função do déficit de efetivo.
“Decretamos a tolerância zero. Vamos entrar em todos os imóveis com risco potencial para inibir a propagação. Não podemos mais esperar por ninguém. A Marinha, o Exército, a Aeronáutica, os Bombeiros foram chamados porque estamos vivendo uma situação de guerra e não estamos de brincadeira. Estamos vivendo um momento raro, onde três arboviroses circula ao mesmo tempo, no mesmo território e ainda não conseguimos dimensionar o que isso significa do ponto de vista clínico e epidemiológico. Vamos unir forças e fazer com que Natal se torne a primeira capital a ter uma convivência harmoniosa com o mosquito, já que é impossível debelá-lo”.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Natal (DVS-SMS), Juliana Araújo, considera que as ações intersetoriais é a forma mais inteligente de combater o vetor. “Essas ações integradas já começam a mostrar a resultados e indicam que estamos no caminho certo. Precisamos agora ampliar essa parceria para bloquearmos a ação do mosquito”.
Situação Epidemiológica de Natal
Durante a reunião foi feita uma breve análise das ações que foram realizadas em Nossa Senhora da Apresentação, Potengi, Igapó e Mãe Luiza. Em seguida foi apresentado o perfil epidemiológico dos bairros que, atualmente, requer mais atenção, com ações mais pontuais. No Distrito Sanitário Leste, o bairro de Mãe Luiza já apresentou 16 casos doença, mas ainda preocupa pela grande quantidade de vetor (mosquito) na região, apesar de ter sido identificado uma queda considerável nos índices de positividade e densidade de ovos (identificados pelas Ovitrampas).
No Distrito Sanitário Norte I, o bairro de Potengi preocupa, não pelos 16 casos notificados de dengue em 2016, mas sim pela confirmação de circulação do vírus chikungunya no bairro. No Distrito Sanitário Norte II, os bairros de Igapó e Nossa Senhora da Apresentação, com sete e 58 casos notificados respectivamente, permanecem no nível 4 de alerta, pela alta densidade e positividade de ovos. O efeito das ações que foram desenvolvidas nos bairros só poderá ser sentido a partir da próxima semana. O bairro de Potengi, com 22 casos, também está em nível 4 pela confirmação de circulação da chikungunya no bairro.
No Distrito Sanitário Sul, Neópolis, Pitimbu, Planalto e Ponta Negra estão em situação de alerta, com 10, 11, 9 e 12 casos notificados até o momento. No entanto, Ponta Negra é o único que entrou no nível 4 de alerta em função da alta densidade vetorial no bairro.
A Forças Armadas estão em estado tão caótico que o único inimigo que eles podem combater é o mosquito da dengue.