A inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), voltou a subir em abril e acumulou alta de 8,17% nos últimos 12 meses, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (8).
No último levantamento, em março, o acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores havia sido de 8,13%.
Apenas no mês de abril, a inflação subiu 0,71% e ficou 0,61 ponto percentual abaixo da taxa de março (1,32%). A taxa do mês passado foi o menor índice mensal deste ano, que acumula 4,56% nos quatro primeiros meses, sendo a maior taxa para o primeiro quadrimestre desde 2003 (6,15%). Em abril de 2014, a taxa havia ficado em 0,67%.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de que o IPCA subisse em março 0,76% na mediana de 34 projeções, acumulando em 12 meses 8,22% segundo a mediana de 26 projeções.
O IPCA mostrou que os preços subiram, em média, menos do que em março, levando-se em conta, principalmente, a energia elétrica. Este item, de grande importância no orçamento das famílias, teve variação de 1,31% em abril, mais moderada em comparação ao expressivo aumento de 22,08% apropriado no mês anterior, quando refletiu a revisão das tarifas em todas as regiões pesquisadas, ocorrendo aumentos extras a partir do dia 02 de março, fora do reajuste anual, além da alta de 83,33% sobre o valor da bandeira tarifária vigente.
Com os aumentos ocorridos, o consumidor está pagando neste ano, em média, 38,12% a mais pelo uso da energia, enquanto nos últimos 12 meses as contas estão 59,93% mais caras. Dessa forma, o grupo habitação, onde se encontra o item energia, teve variação de 0,93%.
Nele, sobressaíram, ainda, os seguintes itens: gás de botijão (1,05%); condomínio (0,85%); mão de obra para pequenos reparos (0,73%); aluguel residencial (0,72%); artigos de limpeza (0,64%); taxa de água e esgoto (0,61%).
Entre os grupos de produtos e serviços pesquisados, foram os gastos com saúde e cuidados pessoais (1,32%) os que mais subiram em abril, enquanto a menor variação ficou registrada nos transportes (0,11%).
Em abril, foi com o item remédios, do grupo saúde e cuidados pessoais, que ficou a maior contribuição individual. Detendo 0,11 p.p., os preços dos remédios subiram 3,27%, resultado dos reajustes de 5,00%, 6,35% ou 7,70%, conforme o nível de concentração no mercado, em vigor a partir do dia 31 de março. Os aumentos registrados nos serviços médicos e dentários (0,93%), produtos óticos (0,91%) e plano de saúde (0,77%) também se destacaram no grupo.
Alimentação e Bebidas, com 0,97%, veio logo em seguida ao grupo Saúde. Liderados pelo tomate, cujos preços subiram 17,90%, vários alimentos tiveram aumentos significativos em abril.
No grupo Vestuário (0,91%), a alta foi pressionada pelas roupas masculinas, cujos preços aumentaram 1,39%, seguidas das femininas (0,93%) e dos calçados (0,89%). O item empregado doméstico, com 1,14%, foi destaque no grupo das Despesas Pessoais (0,51%), enquanto os eletrodomésticos (0,79%) sobressaíram nos Artigos de Residência (0,66%).
Transportes, com 0,11%, embora a alta de 10,21% nas passagens aéreas, ficou com o menor resultado de grupo em razão, principalmente, da queda de 0,91% registrada nos combustíveis, com os preços da gasolina mais baratos em 0,67% e os do etanol em 2,33%.
Quanto aos índices regionais, o maior foi o da região metropolitana de Curitiba (1,46%), onde os alimentos aumentaram 2,34%, bem acima da média nacional (0,97%), além dos remédios (7,87%) que também pressionaram o resultado. Salvador (0,50%) apresentou o menor índice.
Para o cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 28 de março a 29 de abril de 2015 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de fevereiro a 27 de março de 2015 (base). O IPCA, calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.
Inflação dos mais pobres
A inflação para famílias que ganham de 1 a 5 salários mínimos, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) também apresentou variação de 0,71% em abril, mas ficou abaixo do resultado de 1,51% de março em 0,80 p.p.. Em abril de 2014, o INPC foi de 0,78%.
Com esse resultado, o acumulado no ano situou-se em 4,95%, bem acima do percentual de 2,90% registrado em igual período de 2014. Considerando-se os últimos 12 meses o índice foi para 8,34%, abaixo da taxa de 8,42% dos 12 meses anteriores, mas acima do acumulado do IPCA.
Os produtos alimentícios apresentaram-se com 0,96% em abril, enquanto em março a taxa foi de 1,21%. O agrupamento dos não alimentícios teve variação de 0,60% em abril, bem abaixo da taxa de 1,64% de março.
Dentre os índices regionais, o maior foi o da região metropolitana de Curitiba (1,52%), onde os alimentos aumentaram 2,36%, bem acima da média nacional (0,96%), além dos remédios (7,63%) que também pressionaram o resultado. Os menores índices foram os de Salvador e Campo Grande, ambos com taxa de 0,51%.
Para o cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 28 de março a 29 de abril de 2015 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de fevereiro a 27 de março de 2015 (base).
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e Brasília.
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados entre 30 de dezembro de 2014 e 28 de janeiro de 2015 (referência) com os preços vigentes entre 28 de novembro e 29 de dezembro de 2014 (base).
R7
Engraçado como é só ponto de vista, os demais veículos de comunicação (inclusive o globo.com) publicaram que a inflação está caindo e hoje é a menor taxa do ano (0,71%), ou seja, a situação está melhorando diante da crise. Já a sua reportagem mostra o acúmulo dos 12 últimos meses (claro que irá mostrar um número alto).