Líder do PSB na Câmara Municipal, o vereador Júlio Protásio rebateu as declarações do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte, Paulo Eduardo Teixeira. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o advogado afirmou que houve uma tentativa de manobra na Câmara, ao criar duas CEIs, ao invés de apenas uma para investigar os contratos da prefeitura, como estava previsto em acordo com estudantes e vereadores. “O presidente (Paulo Eduardo) saiu de um pouco do papel de magistrado e mediador. Ele teve a confiança da Câmara para mediar a situação de conflito. A Câmara não deu a ele a oportunidade de quebra de compromisso com o acordo assumido”, disse Júlio Protásio.
Na entrevista, Paulo Eduardo chamou atenção dos vereadores que eles precisavam lembrar da Operação Impacto, quando muitos dos parlamentares foram denunciados e vários perderam a reeleição. “Ele (Paulo Eduardo) foi excessivo, foi além do que foi perguntado. Perdeu o papel de mediador em que se encontrava. A Câmara não pode ser questionada por quebra de compromisso. Não houve manobra”, destacou Júlio Protásio.
O líder do PSB foi além nas críticas ao presidente da OAB: “É muito fácil jogar para platéia. Ele deveria era cobrar da Justiça celeridade para decisão da Operação Impacto, da Higia, do Mensalão do PT do Governo Federal. Ele (Paulo Eduardo) deveria era procurar o Tribunal de Justiça sobre esses processos”.
O líder da prefeita Micarla de Sousa, vereador Enildo Alves (PV), observou que a OAB não teve o papel de magistrado. “Quando a OAB tomou o lado deles (dos manifestantes), ainda no início do processo, ficou prejudicada a intermediação”, disse. O vereador afirmou ainda que não vê problema no acompanhamento que os representantes da OAB farão das CEIs.
O parlamentar voltou a dizer que não houve qualquer tentativa de manobra da bancada de apoio a prefeita de Natal Micarla de Sousa ao apresentar, no mesmo momento em que era lida da CEI dos Contratos, o pedido para três comissões de investigação sobre a gestão Carlos Eduardo. “Na reunião do dia 17 (realizada em um hotel de Ponta Negra com 18 vereadores que ocorreu a portas fechadas) eu já havia dito que tinha protocolado os pedidos de CEIs. Não houve manobra nenhuma”, disse Enildo.
Ele revelou que o motivo do vereador Raniere Barbosa deixar a reunião antes do término e visivelmente aborrecido foi porque ele recebeu a informação de que uma das CEIs propostas era para investigar os contratos da Semsur, pasta que o vereador atuou na gestão passada. “Eu disse na reunião que tinha três CEIs protocoladas e Edivan Martins (presidente da Câmara) já tinha conhecimento”, ressaltou Enildo.
Como pelo regimento da Câmara no ano só podem funcionar duas CEIs, a bancada governista terá que escolher entre as Comissões: das obras inacabadas, dos contratos da Semsur e da reforma do Machadão. “Escolhemos a CEI das Obras Inacabadas. O pedido está muito bem fundamentado, já tem relatório do Tribunal de Contas da União. Essa CEI irá recair sobre obras como o Parque da Cidade e o Mercado das Rocas”, destacou Enildo Alves.
A pergunta é: porque só agora com 3 anos e meio depois?