Em depoimento à Polícia Federal, o empresário Joesley Batista afirmou que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega atuou para que a JBS conseguisse um empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O empresário falou à PF nesta quarta-feira (21) no âmbito da Operação Bullish, que investiga se o BNDES favoreceu a JBS.
No depoimento, Joesley disse que as negociações com o BNDES começaram quando Guido Mantega era presidente do banco, durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele afirmou que não sabe de que forma Mantega exerceu influência sobre os técnicos que analisaram o negócio, mas disse que sem a pressão e o acompanhamento dele, a JBS não teria conseguido o empréstimo necessário pra compra da empresa Swift Argentina.
No depoimento, porém, Joesley afirma que, de sua parte, não houve pagamento de propina a nenhum técnico ou diretor do BNDES para que os empréstimos fossem concedidos à JBS.
Joesley também falou à PF que fez empréstimos a Mantega que somaram US$ 25 mihões. Ele disse, porém, que não sabe qual seria o destino do dinheiro.
Em outro momento, o empresário foi questionado sobre uma suposta conta que ele disse ter aberto no exterior – no valor de R$ 150 milhões – para o financiamento das campanhas de Lula e Dilma Rousseff.
Ele respondeu aos investigadores que essa conta era movimentada por ordem de Guido Mantega, mas que não há registro das movimentações seja por e-mail ou por notas fiscais.
Procurada, a assessoria da ex-presidente Dilma não quis se manifestar. A reportagem não conseguiu contato com Mantega. Em outras ocasiões, os dois negaram irregularidades na relação do governo petista com a JBS.
A assessoria de Lula declarou que as afirmações de Joesley não decorrem de quaquer contato direto com o ex-presidente, mas de diálogos com terceiros.
G1
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