Foto: Pedro Ladeira/Reuters
Ex-advogado da J&F preso na Operação Patmos, Willer Tomaz acusa Joesley Batista e o diretor do grupo Francisco Assis e Silva de terem armado uma armadilha para ele e o procurador Ângelo Goulart Villela, também preso, para agradar ao procurador-geral Rodrigo Janot e assim conseguir prêmios mais vantajosos na delação.
Em carta escrita para a Folha de dentro do batalhão da Polícia Militar na penitenciária Papuda, Tomaz relata que Joesley e Assis provocaram situações como forma de criar provas de que ele e o procurador atuavam juntos, sem a anuência oficial da Procuradoria.
O advogado nega que tenha repassado R$ 50 mil a Villela, como acusaram os delatores, mas admite que entregou gravação de uma negociação de delação premiada entre procuradores e um ex-sócio da J&F inimigo de Joesley, como forma de pressionar o empresário a fechar um acordo de colaboração. Segundo Tomaz, Villela também entregou pautas de reuniões da equipe do Ministério Público Federal com o mesmo intuito.
Tomaz disse que não se constrangeu em repassar o conteúdo de caráter reservado. “Esse áudio não trata de vazamento de nada sigiloso. Simplesmente demonstra que, se o Joesley não fizesse a delação, seu inimigo iria fazer. O MP usa isso como prática comum quando tem duas pessoas interessadas em delatar. Ele quer a mais forte”, justificou.
Na conversa, cuja gravação foi obtida pela Folha, o ex-sócio de Joesley Mário Celso Lopes, que havia sido preso, e os procuradores negociam bens a serem desbloqueados e provas a serem apresentadas para comprovar ações ilícitas do grupo.
Janot pediu a abertura de inquérito contra Tomaz e Villela por tentativa de obstruir a Justiça, sustentando que “o advogado, com possível ajuda do procurador da República Ângelo Goulart Villela, estava tentando atrapalhar o processo de colaboração premiada ora em curso com o escopo possivelmente de proteger amigos políticos integrantes do PMDB”, os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros.
A PGR também pede investigação contra Tomaz por corrupção ativa e violação de sigilo. O procurador é acusado, além de obstrução de justiça, de corrupção passiva e violação de sigilo funcional.
Tomaz contesta a versão dos delatores. Diz que não há prova a corroborar o repasse de propina, que não tentou poupar ninguém de delação e que, ao contrário do que afirmou Janot, ele próprio intermediava uma conversa entre Villela e a JBS com vistas a fecharem um acordo de delação.
Em sua carta, Tomaz narra uma sucessão de episódios que, segundo ele, culminaram em sua prisão, em 18 de maio. “Me deparei com a absurda armadilha engendrada pelos delatores Joesley e Francisco que, desvirtuando os fatos ocorridos, rifaram a mim e ao procurador Ângelo como moeda de troca para obterem os premiadíssimos benefícios de uma colaboração que jamais será confirmada”.
De acordo com Tomaz, o interesse de Joesley em entregar Villela surgiu em decorrência da informação de que o procurador era um adversário de Janot e apoiava um nome da oposição para a sua sucessão, Raquel Dodge. Dodge ficou em segundo lugar na lista tríplice formada após eleição interna da categoria nesta terça (27) para suceder Janot.
O advogado Willer Tomaz, que está preso em Brasília
VINHO
A relação entre o advogado e a J&F começou em fevereiro de 2017, quando Tomaz disse ter sido procurado por Joesley para defender a Eldorado Celulose, do grupo J&F, investigada por supostas irregularidades no uso de recursos do FI-FGTS bem como na compra de ativos de fundos de pensões na Operação Greenfield.
Após assinarem o contrato, segundo Tomaz, Joesley e Assis passaram a se queixar com frequência de perseguição por parte do procurador da República Anselmo Lopes, responsável pela Operação Greenfield. “Diziam estar sendo assediados”, afirma o advogado. Em dado momento, de acordo com Tomaz, os executivos e ele concordaram em abrir uma nova frente de conversa com o MPF, dada a sua relação com Villela, que atuava na Greenfield.
Quando o procurou, Villela “confidenciou-me que teria interesse pessoal na condução desse acordo, pois, caso fosse exitoso, muito contribuiria para a sua ascensão profissional”.
Mas Joesley se demorava a iniciar as tratativas, dizendo-se receoso de o procurador não ter o poder necessário para fechar um acordo vantajoso. Foi então que Villela mandou Tomaz entregar a Joesley a gravação das tratativas de delação da equipe do MPF com Mário Celso Lopes, “ex-sócio e arqui-inimigo do Joesley”.
Os dois se encontraram em um hangar de aeroporto e Tomaz começou a mostrar a gravação. “Ele [Joesley] ficou muito surpreso. Logo após ouvir o início, saiu da sala sob a alegação de ir falar com os pilotos para fazerem o plano de voo”, descreveu o advogado. “Retornou logo em seguida, tendo ouvido [o áudio] até o final. Ele disse que estaria convencido a dar continuidade [às negociações por uma delação com Villela] e que aquela seria uma prova cabal da ‘força’ do dr. Ângelo.”
Sem que Tomaz soubesse, Joesley gravou o advogado mostrando o áudio e entregou a gravação à Procuradoria.
O procurador Ângelo Goulart Villela
Como nada avançou, Villela voltou a procurar Tomaz para alertá-lo de que a Greenfield “avançava e que a demora e indefinição dos clientes não iria suspender os trabalhos do MPF. Para demonstrar o avanço, ele me enviou algumas pautas de reuniões que tiveram”.
Pouco depois, na versão do advogado, Assis finalmente pediu que Tomaz marcasse um jantar com Villela para tratarem da delação, o que ele fez, em sua casa, no dia 3 de maio.
“E noite afora fomos jantando, tomando vinho e Francisco e o dr. Ângelo conversando sobre a Greenfield, seus personagens e sobre a colaboração que se pretendia ver selada”, afirma Tomaz. Ao final do jantar, diz o anfitrião, Assis deixou uma pasta com resumos e documentos para o procurador analisar a possível colaboração.
“Ao acompanhar Francisco até a porta, deparei-me com um carro preto, àquela hora da noite, quase em frente à minha porta, com duas pessoas em seu interior, uma delas me fotografando. Foi aí que levantei suspeitas de que algo de estranho estaria a ocorrer. Anotei a placa da veículo e pedi que um amigo identificasse o proprietário. Fui informado de que se tratava de placa ‘fria’, provavelmente sendo utilizada por veículo oficial, de algum órgão de investigação”, diz Tomaz.
“A armação engendrada por Joesley e Francisco ficou clara quando, nos dias seguintes, Francisco passara a me pedir com elevada dose de insistência que promovesse um jantar entre ele e o juiz Ricardo Soares Leite”, disse Tomaz, em referência ao magistrado que ficou conhecido por ter determinado a suspensão das atividades do Instituto Lula, medida posteriormente revogada.
A relação entre o advogado e os executivos, então, azedou, e o contrato de Tomaz foi rescindido. O advogado e Villela estão presos na mesma cela exclusiva para advogados e militares, enquanto aguardam julgamento.
OUTRO LADO
Procurada, a PGR disse em nota que “desconhece a versão de que o advogado Willer Tomaz teria tentado negociar uma delação da JBS com Ângelo Goulart Vilella e esclarece que não houve qualquer perseguição ao procurador da República”.
O membro do MPF teve prisão decretada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) “por grave risco à investigação da operação Greenfield, como comprovado por meio de ação controlada”, disse a PGR.
“Os fatos são objeto de denúncia contra ele e o advogado Willer Tomaz de Souza, oferecida pela Procuradoria Regional da República da 3a Região.”
A J&F disse, em nota, “que todos os documentos e informações que dizem respeito à colaboração foram entregues e os colaboradores continuam cooperando com a Justiça. A maioria das provas foi obtida mediante ação controlada autorizada pelo STF”.
Folha de São Paulo
Fora PT!!!
O resto ,em comparação,é balela
Essa Chapa Dilma e Temer (PT e PMDB ) eleitos pelo voto direto nas ultimas eleições, uma só fez besteira e meteu a mão com os companheiros deu um trabalho grande para sair e ai vem este Vice dela que junto com a turma do PMDB meteu e ainda mete a mão no dinheiro publico, esta dando um trabalho para sair , uma coisa é certa , PT e PMDB não se pode confiar , sim em tempo, o PSDB e PP,PR PSOL ,Pc do B , no proximo ano vamos retirar todos, não vamos votar em quem ja teve e nem quem tem mandatos, Renovação Geral !!!
Todos representantes de quadrilhas, cujo único objetivo é se perpetuar no poder….. Não sobra um isento…..
Janot tb é corrupto!
Por uma manobra contábil Dilma caiu! E por tamanha corrupção no governo Temer ele não vai cair?
Entraram na fase da defesa que consiste em tirar a legitimidade do procurador, tentando enfraquecendo-o para que o mesmo perca força, isso já era esperado… Mas não adianta "FORA TEMER!"
Nessa delação da JBS tem muita coisa errada, tem muita sujeira a ser exposta.
QUEM É O ADVOGADO DA JBS? O EX ASSESSOR DE JANOT, que pediu demissão da AGU (um belíssimo e concorrido emprego) para se dedicar exclusivamente a defesa dos Batistas. No mínimo suspeito além da conta!
QUAL A POSIÇÃO DE JANOT? INIMIGO DE TEMER e sua única missão hoje é derrubar Temer.
COMO é a ISENÇÃO de FACHIN nessa caso?
FOI CABO ELEITORAL DE DILMA EM 2010;
TEVE OS IRMÃOS BATISTA (JBS) COMO SEUS FIÉIS CABOS ELEITORAIS PARA VAGA NO STF.
Quer mais ou precisa desejar? Tudo isso que estamos assistindo fede muito, esse Joesley é um bandido de carteirinha, suas ações não deixam qualquer dúvida disso.
Nada disso minimiza a situação do Temer!!!
Essa matéria da Folha parece ser parte da campanha de Temer contra Janot
Não entendi, essa matéria não for de iniciativa de Willer Tomaz, ex advogado dos irmãos Batistas? Como vocês podem acusar Temer por ela? É viagem demais…
Parece não!! Com certeza é uma grande orquestração para pôr abaixo tudo o trabalho feito pela PF e MPF.
Sei que o açougueiro e um grande bandido não muito diferente de Miguelzinho das caretas.
Ainda vamos pagar muito caro e ser sabedor de outras tantas coisas, tudo graças ao TSE que foi o grande omisso nessa contenda.
Como estamos vendo uma novela, agora é aguardar os próximos capítulos, ou melhor o JN.
Renan perde a liderança do PMDB
Palácio do Planalto quer Garibaldi Alves na liderança, mas Jader é o favorito
Por Silvio Navarro access_time 28 jun 2017, 15h00 – Publicado em 28 jun 2017, 13h37 more_horiz
Renan: fim da linha na liderança do PMDB (Cristiano Mariz/VEJA)
Renan Calheiros (AL) perdeu o posto de líder do PMDB no Senado. Aliado do presidente Michel Temer, o senador Romero Jucá (RR) conseguiu reunir maioria na bancada para apeá-lo do cargo na manhã desta quarta-feira. O Palácio do Planalto quer colocar Garibaldi Alves (RN) na função, mas aliados de Renan tentam emplacar Jader Barbalho (PA).
Além da artilharia verbal diária contra o governo, a gota d’água foi a articulação para tentar trocar integrantes do partido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e barrar a votação da reforma trabalhista. Jucá decidiu derrubá-lo do posto em conversa com Temer na noite desta terça-feira.
NÁO É GRAVE POIS NÁO EXISTE PROVAS-ISTO FAZ PARTE DE UMA ESTRATÉGIA DE TEMER-ATACAR MENTINDO-
Assim sendo, Temer Fica!