Quando o time do Brasil deixar o campo da Arena do Grêmio no final da tarde deste domingo, independentemente do resultado, terá usado sua última chance de errar. Depois do amistoso contra a França, que começa às 16h (horário de Brasília) e terá acompanhamento pelo Placar UOL Esporte, Luiz Felipe Scolari e seus jogadores irão encarar o que o técnico mais gosta e se consagrou na carreira: um torneio curto, a Copa das Confederações, com mata-mata, onde não há tempo nem chances para conserto de erros.
Os últimos ajustes do técnico para o time serão feitos no novo estádio gremista. Numa seleção que nos últimos tempos se acostumou a responder sobre queda no ranking da Fifa, falta de vitórias contra grandes seleções e vaias dentro de casa, Felipão espera testar o prestígio na sua terra. Gaúcho e gremista, crê num ambiente favorável.
“Parece-me que, por enquanto, ainda sou benquisto aqui”, ironizou o técnico, antes de completar. “Tenho bons amigos em ambas as equipes, Inter e Grêmio, e passei parte da carreira como técnico. Em 2001, estávamos em situação difícil e trouxemos para aqui o jogo contra o Paraguai. Foi aqui que começamos a dar os passos para o Mundial”.
Se ainda não conquistou o clima de paz com a torcida, já que houve vaias tem todos os últimos jogos em casa da seleção, Felipão parece ter domado bem o ambiente interno. No quesito disciplina, Scolari deu o recado aos comandados que o rigor seria alto quando excluiu Ramires e Ronaldinho Gaúcho da lista de jogadores que disputam a Copa das Confederações.
Quem foi chamado mostrou ter entendido que deslizes não seriam tolerados. No discurso, também já há uma linha clara passada pelo treinador aos jogadores. União, exaltações nacionalistas e promessas de dedicação e entrega viraram mantras.
Durante as quase duas semanas de convívio, Scolari também deu agrados aos atletas. Na programação, incluiu duas folgas, ambas após os amistosos. Além disso, liberou Neymar para sua apresentação em Barcelona e Jefferson e Filipe Luis para verem os nascimentos dos seus filhos.
“Temos visto o esforço que eles estão fazendo, a boa vontade, a disciplina, a amizade. Por isso esses 10 dias foram excelentes. Parte tática, parte física, a parte da amizade, observamos que eles estão formando um grande grupo, então estamos felizes”, afirmou Scolari.
Até agora, Felipão acumula seis jogos à frente da seleção desde o seu retorno. Foram quatro empates (Itália, Rússia, Chile e Inglaterra), uma única vitória, contra a fraca Bolívia e uma derrota, na estreia com a Inglaterra.
Tabu à francesa
Contra uma França que veio a passeio, os jogadores da seleção brasileira atuarão com um peso ingrato nas costas. Há 20 anos o Brasil não consegue vencer o rival deste domingo. O último triunfo brasileiro foi num amistoso em 1992, quando o atual coordenador técnico Carlos Alberto Parreira era o treinador.
Desde então, as duas seleções se enfrentaram seis vezes, com dois empates em amistosos e quatro vitórias dos franceses. Dessas, as mais importantes foram em 1998, na final da Copa, e em 2006 nas quartas. O retrospecto de fracassos diante dos franceses inclui ainda a eliminação no Mundial de 86 para o time de Platini e a derrota na final das Olimpíadas de 1984.
BRASIL X FRANÇA
LOCAL: Arena do Grêmio, em Porto Alegre
HORÁRIO: 16h (horário de Brasília)
ÁRBITRO: Victor Carrillo, auxiliado por Jonny Bossio e Cesar Escano
BRASIL: Júlio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz, Marcelo, Luiz Gustavo, Paulinho, Oscar, Hulk, Neymar e Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari
FRANÇA: Llorris; Debuchy, Rami, Sakho e Mathieu; Guilavogui, Matuidi e Cabaye; Valbuena, Benzema e Payet. Técnico: Didier Deschamps
Do UOL Esporte
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