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Os 72 manifestantes detidos durante ação de reintegração de posse do prédio da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) foram soltos na madrugada desta quarta-feira, após o pagamento de fiança. Eles foram levados em grupos ao prédio do IML (Instituto Médico-Legal) e liberados após passarem por exames de corpo de delito.
Cada grupo liberado era recepcionado com gritos de “greve, greve” e ” não esquecemos a ditadura” por um grupo de aproximadamente 40 manifestantes que permaneciam em frente à delegacia. Os dois últimos estudantes foram liberados às 3h46.
Hélio Hilarião/Folhapress | ||
Manifestantes que invadiram reitoria da USP mostram alvará de soltura; liberação ocorreu após fiança |
FIANÇA
Os manifestantes foram ouvidos durante todo o dia de ontem (8) e a liberação ocorreu após o pagamento de R$ 545 de fiança por cada um.
De acordo com o advogado Felipe Gomes Vasconcelos, que defende os estudantes, o valor total, de R$ 39.240, foi arrecadado com sindicatos, entidades e movimentos sociais.
Eles serão indiciados sob suspeita de desobediência a ordem judicial (não cumpriram o prazo de desocupar a reitoria até as 23h de ontem) e dano ao patrimônio público (o prédio foi danificado).
A pena prevista para o primeiro crime varia de 15 dias a 6 meses de detenção. Para o segundo, de 6 meses a 3 anos. Elas podem ser substituídas por serviços comunitários.
GREVE
Na noite de terça-feira (8), um grupo de estudantes se reuniu em assembleia na USP e decidiu iniciar uma greve geral, em resposta à prisão dos 72 manifestantes.
Durante a assembleia, que contou com a presença de cerca de 2 mil pessoas, também ficou decidida a realização de um protesto na próxima quinta-feira (10) em frente à Faculdade de Direito, no largo São Francisco, no centro.
Hélio Hilarião/Folhapress | ||
Estudantes reunidos em assembleia na USP decidem iniciar greve em resposta à prisão de manfestantes |
REINTEGRAÇÃO DE POSSE
A reintegração ocorrreu por volta das 5h desta terça-feira. Segundo a PM, os estudantes estavam dormindo quando a operação começou. Cerca de 400 policiais da Tropa de Choque e da Cavalaria da PM foram acionados, além de um helicóptero Águia e de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e do GOE (Grupo de Operações Especiais).
Os militares, portando cassetetes e escudos, fizeram um cordão de isolamento ao redor do prédio e retiraram os estudantes, que não resistiram à prisão. O prédio foi entregue pela polícia a um oficial de Justiça, já que a operação foi motivada por um mandado judicial.
VIOLÊNCIA
Os estudantes detidos reclamam do tratamento que receberam da polícia. “A atuação foi brutal, uma presença muito forte e desproporcional. Para que agredir os estudantes, usando algemas? Os policiais quebraram várias portas da reitoria onde a gente nem tinha entrado. Temos consciência de que essa perseguição é política”, disse Paulo Fávaro, 26, aluno de artes visuais.
Sob a condição de anonimato, os pais dos estudantes também reclamaram da atuação da PM. Numa folha de papel, eles escreveram uma carta à mão em que criticam a operação.
“Nós, pais de alunos da USP, repudiamos o modo como foi conduzido pela reitoria o processo envolvendo o movimento dos estudantes. Repudiamos a ação repressiva e truculenta das forças policiais no campus da universidade nessa madrugada de terça-feira. Estamos indignados com o fato de que uma instituição educativa utiliza como principal instrumento de solução de conflito social o uso da força policial. Nossos filhos são estudantes e não bandidos e estão em defesa de uma universidade onde existam debates democráticos”, diz o texto.
O major da PM Marcel Soffner afirmou que a reintegração de posse foi tranquila e sem confronto. Sobre os possíveis abusos, o major informou que toda operação da PM foi gravada e as suspeitas de agressões serão apuradas. “Tudo foi documentado e, se houver qualquer suspeita, vamos apurar”, disse.
Isso é para sabermos para que serve essas entidades e movimentos sociais: Para proteger vagabundos, desocupados, pseudo estudantes, fumadores de maconha. E nós pobres mortais, que pagamos impostos e trabalhamos de sol a sol, pagamos essa conta.
Caro Bruno, não sei se você sabe, mas acho que compreendes. Sou assídio ao teu blog e penso que você não deveria deixar de registrar aqui, neste espaço AINDA confiável de comunicação do RN, que não foi somente por causa das drogas a invasão da USP, mas um acúmulo de problemas estruturais da instituição incentivaram os estudantes a tomarem essa iniciativa. A USP não usa mecanismos de transparências para justificar seus gastos, já é investigada por órgãos de controle externo e corre pelos quatros cantos do mundo que é uma caixa de corrupção. Na condição de ex-aluno, peço que debruces sobre essa temática e faça o melhor pela informação. Abraços!