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Não há dúvidas de que o mercado erótico é promissor e que sexo vende muito. Dados divulgados pela ABEME (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual) mostram que em 2017 existiam 11 mil pontos de vendas de produtos desse segmento no Brasil; que eles geraram direta e indiretamente mais de 100 mil empregos e faturaram 1 bilhão de reais.
Mas seja por uma certa timidez para entrar em lojas eróticas ou por querer fazer deste momento algo mais divertido e informativo, muita gente tem ajudado a aumentar o mercado da venda de sex toys em domicílio. Hoje existem cerca de 85 mil consultoras oferecendo esse tipo de produto de porta em porta; uma modalidade de comércio que sempre fez muito sucesso no Brasil, em categorias mais conservadoras.
“Do ano passado para cá, calculamos que houve um crescimento de 30% deste serviço”, diz Ana Luiza Migliavaca, uma das proprietárias da Hot Pepper Sex Shop, em Porto Alegre. “Nossa loja nasceu em 2012 com a proposta de estar em todos os canais. Temos a loja física e a virtual, que entrega para todo o Brasil. Além da venda convencional, oferecemos o atendimento ao consumidor em sua própria casa. O cliente entra em contato e vamos até o local”.
Ana Luiza explica que existe uma preparação das pessoas que realizam esse serviço: “A equipe de vendas passa por treinamento e é capacitada para explicar sobre o funcionamento de cada produto. Não é só falar de brincadeiras com o vibrador, por exemplo. As mulheres querem informação que seja útil para elas”.
A empresária Ana Luiza Migliavaca. Imagem: Divulgação
É o que afirma também Márcia Zuliani, consultora sexual que atua em São Paulo. “Eu me preparo de acordo com cada visita. Converso com a cliente antes, para descobrir a relação dela com esses produtos, qual o objetivo do evento e, assim, ofereço informações pertinentes. No encontro, vou conduzindo de diferentes formas. Se percebo que são mulheres mais tímidas, apresento inicialmente produtos mais comuns, como por exemplo, óleos de massagem. Outras, entretanto, já começam perguntando sobre vibradores penetráveis rotatórios e sugadores de clitóris. O trabalho será sempre personalizado”, conta.
Paula Aguiar, especialista em negócios do mercado erótico e escritora, enxerga no filme “De Penas Pro Ar” o pontapé inicial para o crescimento da venda de sex toys. Na história, a comediante Ingrid Guimarães faz uma bem-sucedida empresária de produtos eróticos. “As consultoras hoje, da mesma forma que vendem cosméticos por catálogo, trabalham com produtos eróticos. Existem mulheres que carregam uma mala e vendem de porta em porta”, afirma Paula, que foi presidente da ABEME por sete anos.
Embora 83% dos brasileiros, segundo especialistas, nunca tenham tido contato com produtos eróticos, o público adepto é variado e independe de gênero e orientação sexual. “São pessoas que querem expor dúvidas e trocar informações”, diz Márcia.
“A venda é de porta em porta”, diz Paula Aguiar, especialista em negócios do mercado erótico. Imagem: Jan Sen.
E a independência feminina conta muito nesse crescimento. Tabus com o sexo ainda existem, mas o diálogo está mais aberto. Hoje, 70% do público consumidor de brinquedinhos é feminino, e as vendedoras contam que as mulheres se interessam pelas novidades. O sex toy que chega bonitinho em casa é (só) uma das ótimas opções.
Universa – UOL
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