Saúde

Guiné confirma primeiro caso do vírus Marburg, semelhante ao Ebola, na África

Foto: Divulgação

Um paciente morreu com o raro e altamente infeccioso vírus de Marburg, em Guiné, de acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta segunda-feira (9). Esse é o primeiro caso do vírus parecido com o Ebola no oeste da África.

Amostras do vírus que foram retiradas do paciente na cidade de Gueckedou, no sul do país, identificaram febre hemorrágica. O Marburg causa sintomas semelhantes aos do Ebola, começando com febre e fraqueza e frequentemente levando a sangramento interno ou externo, falência de órgãos e morte.

Ainda de acordo com a OMS, o vírus é transmitido por meio de morcegos frugívoros e pode ser transmitido entre humanos por meio de contato com fluídos corporais de pessoas infectadas ou em superficies e materiais contaminados. Ainda não há vacinas ou tratamento antiviral. Existem apenas tratamentos específicos que podem aumentar a chance de sobrevivência dos pacientes.

A detecção do caso acontece menos de dois meses após Guiné declarar o fim do surto mais recente de ebola.

“Gueckedou, onde Marburg foi confirmado, é também a mesma região onde ocorreram casos do surto de Ebola em 2021 na Guiné, bem como onde foram detectados inicialmente o surto de 2014 a 2016 na África Ocidental”, de acordo com a declaração da OMS.

“Amostras retiradas de um paciente já falecido e testadas em um laboratório de campo em Gueckedou, bem como pelo laboratório nacional de febre hemorrágica da Guiné, deram positivo para o vírus de Marburg. Uma análise posterior do Institut Pasteur no Senegal confirmou o resultado”, continuou.

Autoridades de saúde estavam tentando encontrar nesta segunda-feira pessoas que possam ter tido contato com o paciente. Também lançaram uma campanha pública para ajudar a conter a propagação da doença. Uma equipe de dez especialistas da OMS estão no local para investigar o caso e ajudar em uma resposta de emergência do país.

“As taxas de letalidade variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e do manejo do caso”, disse o comunicado. “Na África, surtos anteriores e casos esporádicos foram relatados em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda”.

O vírus de Marburg foi identificado pela primeira vez em 1967, quando 31 pessoas adoeceram na Alemanha e na Iugoslávia em um surto que acabou sendo rastreado em macacos de laboratório importados de Uganda. Desde então, o vírus apareceu esporadicamente, com apenas uma dúzia de surtos registrados. Muitos deles envolveram o diagnóstico de apenas um caso.

CNN Brasil

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Saúde

África surpreende com baixas taxas de covid-19

Foto: Ahmed Jallanzo/EPA/Direitos Reservados/Agência Lusa

Passados oito meses do início da pandemia de covid-19, com a marca de 1 milhão de pessoas mortas pela doença em todo o mundo e 33,5 milhões de casos, o Continente Africano chama a atenção por sua relativa baixa taxa de contaminação e mortes. Após atingir o pico dos registros por semana no fim de julho e ter a expectativa de se tornar o novo epicentro da pandemia, depois das Américas, os casos na África vêm diminuindo desde então.

O continente como um todo tem população de 1,2 bilhão de pessoas e registra, até o momento, cerca de 1,5 milhão de casos de covid-19, segundo dados do Africa Centres for Disease Control and Prevention (CDC África). O número é menos de um terço do registrado no Brasil, que tem 210 milhões de habitantes, população seis vezes menor. Ou seja, a África está com uma taxa de incidência da doença de 125 casos por 100 mil habitantes, enquanto no Brasil a taxa é de 2.258, segundo dados do Ministério da Saúde.

Nos óbitos pela doença, os registros na África estão perto de 36 mil, pouco mais do que no estado de São Paulo, que tem população de 46 milhões. A taxa de mortalidade por covid-19 no Brasil está em 67,6 por 100 mil habitantes e a letalidade da doença é de 3%. No Continente Africano, a mortalidade por covid-19 é de 3 por 100 mil habitantes e a letalidade da doença de 2,4%.

Os números mundiais indicam uma taxa de 430,9 por 100 mil habitantes e 12,92 mortes por 100 mil, segundo o Wordometer, com letalidade de 4%.

Explicações

De acordo com o pesquisador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris-Fiocruz) Augusto Paulo Silva, já é um consenso mundial que a situação da covid-19 na África é peculiar e surpreendente. Ele credita a baixa taxa de contaminação no continente a pelo menos quatro fatores, um deles a capacidade de resposta a epidemias.

“Há várias hipóteses, não são explicações assertivas. Mas uma das explicações mais plausíveis é que muitos países africanos já vêm enfrentando outras epidemias, em algumas partes é o cólera, outras o ebola, que até recentemente estava na República Democrática do Congo, em 2014 houve ebola na Libéria, Sierra Leoa e na Guiné Equatorial. Com isso, essas grandes epidemias fizeram com que muitos países africanos tivessem planos de emergência”.

Outra explicação, de acordo com o pesquisador, é a imunidade da população, afetada por outras doenças. “Porque as pessoas que sofrem daquela forma acabam por criar certas imunidades, por causa do tratamento de doenças como a malária, que tem muita prevalência na região, e de outras”.

A terceira possibilidade é o fator etário, ou seja, a população africana é mais jovem do que a média mundial e a covid-19 tem demonstrado uma incidência maior entre pessoas mais velhas. Silva lembra também o baixo desenvolvimento de muitos países, principalmente na região central do continente, o que leva essas regiões a terem poucas conexões internacionais.

“A quarta explicação é que muitos países não têm aquela intensidade de comunicação e contato com o exterior. Se for ver o número de casos nesses países, são mais elevados nos que têm maior índice de desenvolvimento, como a África do Sul, o Egito, a Argélia. O que significa que o nível de desenvolvimento permite o contato com o exterior e o contágio é feito por meio dessas ligações e comunicações com o exterior, acho que são essas as explicações”.

De acordo com a OMS/Afro, foram implantadas com sucesso na região as medidas de saúde pública para “encontrar, testar, isolar e tratar as pessoas com covid-19, rastrear e colocar em quarentena os seus contatos”. Apesar da perspectiva de queda na curva de contágio, o pesquisador destaca que não há espaço para relaxar na vigilância, já que se trata de um vírus novo sobre o qual ainda não há conhecimento consolidado.

“Em qualquer epidemia são várias fases. No Continente Africano entramos na fase de abertura, então não sabemos se aquela curva vai continuar descendente ou não. Temos que ver aqueles países que não foram muito afetados, se essas curvas vão aumentar por causa dessa abertura. Não se pode fechar os países durante muito tempo. Então aí a questão do rastreio vai ser fundamental para poder seguir, tem que ficar vigilante”.

Além da covid-19, Silva destaca que no dia 25 de agosto ocorreu de forma virtual a 70ª sessão do Comitê Regional Africano da OMS, na qual foi celebrada a erradicação do Poliovírus Selvagem na África. Também durante a pandemia, a República Democrática do Congo recebeu o certificado de erradicação do ebola.

Panorama mundial

Segundo o último boletim Panorama da Resposta Global à Covid-19, do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris-Fiocruz), o número de mortes tem diminuído devido à maior experiência no manejo clínico-terapêutico da doença. Porém, o centro destaca que a prioridade ainda é “conter a pandemia”, que impôs um quadro “quase apocalíptico” em oito meses de duração até o momento.

“Bilhões de pessoas em isolamento social, economias paralisadas e em declínio, bilhões sem trabalho, amplificação da pobreza e das desigualdades, empresas destroçadas, ameaças de crise alimentar, poucas esperanças no horizonte propiciadas pela ciência: ainda nenhum medicamento, nove vacinas em finalização, mas sem certezas quanto à sua eficácia. O mundo tenta se reinventar, mas a prioridade ainda é conter a pandemia”, destaca o boletim.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos de covid-19 registrados por semana apresentou em setembro um leve declínio nas Américas, mas se mantendo estável em um nível ainda muito alto e permanecendo como epicentro da pandemia. Em julho e agosto, a região registrou 64% das mortes por covid-19 no mundo, embora responda por apenas 13% da população global. O vírus aumentou a circulação no Caribe em agosto e, nas últimas semanas, em alguns países da América do Sul, como Colômbia e Argentina, além do aumento da taxa de mortalidade no México.

O Sudeste Asiático segue com aumento crescente desde julho, com a Índia atualmente em segundo lugar no número total de casos, atrás dos Estados Unidos e passando o Brasil, e em terceiro em número de mortes. A Europa registrou diminuição no ritmo de contágio entre junho e julho e, a partir de agosto, vê os casos aumentarem rapidamente, com a proximidade do inverno no Hemisfério Norte, podendo indicar o início da segunda onda da pandemia no continente.

Na África, o pico dos contágios ocorreu no fim de julho e a tendência atual é de queda nos registros. Segundo Silva, o CDC África, lançou, em parceria com o Projeto de Melhoria do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) da Saúde Pública de Inglaterra (PHE), a ferramenta AVoHC Net, que vai facilitar a implantação e administração de um grupo de trabalho para emergências de saúde pública em todo o continente. O mecanismo foi autorizado após o surto de ebola em 2014 e vai auxiliar na emergência da covid-19.

Quanto aos óbitos totais globais, o pico de registros por semana ocorreu no começo de abril, segundo os dados consolidados da OMS, tendo caído até o início de junho e voltado a subir a partir de então, se mantendo em níveis altos, mas sem atingir novamente o pico.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. "Outra explicação, de acordo com o pesquisador, é a imunidade da população, afetada por outras doenças. “Porque as pessoas que sofrem daquela forma acabam por criar certas imunidades, por causa do tratamento de doenças como a malária, que tem muita prevalência na região, e de outras”.

    Ele só não quis dizer que isso implica a utilização da hidroxicloroquina. Há também o uso em larga escala da ivermectina em razão da alta incidência de parasitas na população.

  2. Sem muitas delongas, pois muitos dos que me antecederam foram no cerne da questão, indiscutivelmente o uso da ivermectina de modo profilático, foi um dos fatores de barreira mais importantes na contenção da pandemia naquele continente.

  3. Interessante que a reportagem fala em "tratamento de doenças como a malária", mas não cita quais medicamentos são utilizados por lá. Mas já é de amplo conhecimento que dentre estes medicamentos está a ivermectina, utilizado há muito tempo e que tanto deu o que falar por aqui.
    A Ivermectina também foi usada na Nova Zelândia que teve o controle da doença rapidamente, com baixíssimo índice de contaminação e mortes, mesmo se considerada a pequena população do país.
    Logo no início da pandemia a Austrália apresentou um estudo que já anunciava sucesso no uso da ivermectina, mas como o estudo ainda estava em andamento os nossos "especialistas" disseram que não havia "prova". Observação: A Austrália teve pouco mais de 800 mortes desde o início da pandemia. Nós tínhamos até pouco tempo mais de 1.000 por dia.
    Parece que o problema é que são medicamentos baratos e os lucros não seriam tão bons assim!!!!! Além disso, acabando com a pandemia, acabariam as compras de respiradores e milhares de outros insumos sem licitação!!!!
    O que deu pra perceber com essa pandemia é que o bem estar da população nunca estará na lista de prioridades da maioria dos políticos desse nosso país. Espero que a população tenha se dado conta disso.

  4. Provavelmente é devido à subnotificação. Muitas pessoas não tem nem o que comer, avalie recursos para fazer o teste de covid.

  5. Metade do continente Africano toma Ivermectina para matar os vermes e a outra metade toma Cloroquina para malária, quer que desenhe ?, Bolsonaro sempre teve razão.

  6. O continente africano é constantemente assediado pela malária, dentre outras epidemias, como o próprio artigo acima menciona. E os países e regiões mais carentes são os mais atingidos. E quais medicamentos são amplamente utilizados contra a malária? Ivermectina e hidroxicloroquina. Entenderam? Portanto, é fácil entender porque os "lacradores", a "torcida do vírus" combate tais medicamentos com tanto fervor.

  7. É a ivermectina que está fazendo efeito contra a covid 19 no continente Africano, lá a ivermectina é distribuida faz mais de uma década para combater várias doenças, malária, doenças de pele e a ivermectina está bloqueando os efeitos da covid na populacão africana.

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Diversos

PARECE COISA DE FILME: Leste da África enfrenta invasões de gafanhotos “sem precedentes”

Foto: (Inaki Relanzon/Nature Picture Library/Getty Images)

Desde dezembro de 2019, enormes nuvens de gafanhotos vêm atacando plantações de países do leste e sudeste da África, acendendo alertas globais em uma das regiões mais carentes do planeta.

A crise foi desencadeada por ciclones na Península Arábica seguidos por chuvas intensas, que criaram condições climáticas propícias para a reprodução desenfreada de enormes populações dos insetos. Do Iêmen, os gafanhotos cruzaram o Chifre da África e chegaram à Somália, onde um novo ciclone potencializou ainda mais a reprodução.

A região está acostumada com invasões do tipo desde sempre – tanto que elas inspiraram a passagem bíblica sobre as “pragas do Egito”. Mas a nova crise, de acordo com a ONU, é “sem precedentes”. Na Somália e na Etiópia as nuvens são as maiores em 25 anos; no Quênia, o problema é o mais grave em pelo menos 70 anos, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

No domingo (02/02), a Somália foi o primeiro país a declarar emergência nacional diante as invasões.

Gafanhotos-do-deserto são insetos herbívoros que podem chegar a 10 cm de comprimento. Em busca de alimento, eles invadem plantações e as devoram, e por isso são consideradas pragas agrícolas. O problema é ainda maior na região, que é uma das mais pobres do mundo e que já convive com a segurança alimentar constantemente ameaçada – 19 milhões de pessoas na região sofrem com a fome, segundo a organização Food Security and Nutrition Working Group.

As nuvens invasoras são tão grandes e numerosos que chegam a bloquear a luz do sol. Cada gafanhoto pode comer o equivalente a seu próprio peso em um único dia, e por isso são tão destrutivos. Além disso, os insetos são rápidos, e conseguem percorrer distâncias de 150 km por dia.

Organizações internacionais como a ONU vem considerando o problema como uma de suas prioridades e buscando recursos para ajudar a conter a invasão. O Fundo Central de Resposta de Emergência da ONU já liberou 10 milhões de dólares para lidar com a crise, e a FAO está em processo de liberar mais 70 milhões.

As medidas tomadas até agora, que incluem a pulverização de inseticidas com aviões, não têm tido muito efeito diante as proporções bíblicas das nuvens e precisam ser intensificadas com urgência.

O problema pode aumentar se nada for feito, alertam especialistas, porque um novo ciclo de reprodução dos animais está para começar. Estimativas apontam que o número de gafanhotos pode aumentar até 500 vezes até junho. É provável que as nuvens se espalhem para países vizinhos como Uganda e Sudão do Sul, e algumas previsões dizem que eles podem chegar bem mais longe, incluindo até na Índia.

Em seu Twitter, António Guterres, secretário-geral da ONU, chamou atenção do mundo para o problema, e lembrou que os eventos extremos como esse estão relacionados com as mudanças climáticas.

Super Interessante

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Geral

Organização criminosa usou submarino para levar drogas para a África

Além de um submarino, aviões eram usados para levar droga para os Estados Unidos e Europa (Polícia Federal/divulgação)

Uma organização criminosa acusada de transportar drogas da Bolívia, Colômbia e Venezuela para o Brasil, Estados Unidos e Europa chegou a usar um submarino para cruzar o Atlântico com destino à costa do continente africano com até 8 toneladas de entorpecentes a cada viagem. A embarcação foi apreendida em meados de 2018, no Suriname.

“O submarino foi apreendido durante as investigações iniciadas há dois anos. Ele foi localizado próximo a uma pista de pouso clandestina usada pela organização e onde foram apreendidos 400 quilos de entorpecentes”, disse nesta quinta-feira (21) o delegado federal Marcelo Botelho, responsável pela Operação Flak, deflagrada nesta quinta-feira.

Segundo o delegado, a droga apreendida no avião localizado em uma pista clandestina seria transferida para o submarino, atracado a 50 quilômetros de distância. De lá, os criminosos seguiriam para a África, de onde o entorpecente seria distribuído para a Europa.

“Uma particularidade que nos impressionou é a capilaridade da organização criminosa, que tem contatos em diversos países”, comentou Botelho, esclarecendo que, além dos 54 mandados de prisão e 81 mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos no Ceará, Distrito Federal, Goiás, Pará, Paraná, Roraima, São Paulo e Tocantins, as autoridades brasileiras também acionaram a Interpol, pedindo a colaboração para deter seis suspeitos de integrar o esquema que podem estar no exterior.

Prisões

Até o início desta tarde, ao menos 26 pessoas já tinham sido presas, entre elas, pilotos de jatos executivos. A 4ª Vara Federal de Palmas (TO) autorizou a apreensão de 47 aeronaves, além do sequestro de bens e do bloqueio das contas bancárias de mais de 100 pessoas físicas e jurídicas suspeitas de integrar a organização criminosa.

“Mais que as prisões e as buscas para apreender provas que auxiliem as investigações, a operação de hoje atingiu o poder financeiro da organização”, disse Botelho.

“Nosso foco foi a desarticulação, foi a descapitalização da organização. Justamente para evitarmos que o crime continue a ser praticado mesmo após a prisão dos principais líderes e membros da organização”, afirmou.

Apesar de chegar a utilizar um submarino, a especialidade do grupo, segundo a Polícia Federal, era o transporte aéreo de grandes quantidades de drogas.

De acordo com o Botelho, trata-se de uma “organização bem estruturada, que tinha nítida divisão de tarefas”. Ao longo das investigações, os agentes federais identificaram quatro núcleos: o logístico, responsável por gerenciar a parte operacional, como a escolha de aeronaves, a contratação de pilotos e a construção de pistas clandestinas.

Voos irregulares

Um núcleo aeronáutico era encarregado de identificar rotas que permitissem aos pilotos fugirem do controle aéreo e de elaborar planos de voos irregulares. Outro núcleo era o varejista, responsável por contatar os produtores de drogas e os destinatários finais, em outros países.

Por fim, havia o núcleo mecânico, formado pelos que faziam a manutenção das aeronaves. Estes profissionais chegavam a adaptar um sistema que permitia que os aviões usados no esquema fossem abastecidos em pleno voo, de forma a aumentar a autonomia de voo das aeronaves, para que não precisassem pousar.

De acordo com o delegado federal, isso colocava em risco a segurança de todo o transporte aéreo, já que, além de viajar com planos de voo irregulares, os aviões da organização passavam despercebidos pelos radares.

O próprio piloto assumia riscos ao abastecer a aeronave em pleno voo e há indícios de que aeronaves usadas pela organização caíram, vitimando os tripulantes.

“Apesar de lucrativo, o crime trazia grandes riscos para os pilotos. Há registros de quedas de aeronaves, com a consequente morte ou desaparecimento de pilotos”, afirmou Botelho, acrescentando que a organização também chegou a destruir aviões apenas para “apagar” as evidências de tráfico internacional de drogas. “Incluindo aeronaves com valor de mercado de R$ 1 milhão.”

Segundo Botelho, a organização tentava mascarar suas atividades ilícitas contratando pilotos que, paralelamente, exerciam atividades lícitas, como voos comerciais e atividades agrícolas. E lavava o dinheiro investindo em fazendas, criação de gado, postos de combustível, garimpo e na revenda das próprias aeronaves usadas no esquema.

Agência Brasil

 

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Política

Perdão da dívida de países africanos daria para Brasil construir 57 mil casas populares

Em maio, durante a comemoração dos 50 anos da União Africana, o governo brasileiro anunciou o perdão de uma dívida aproximada de quase R$ 2 bilhões (US$ 900 milhões) de 12 países daquele continente. Esse dinheiro é suficiente para construir 57 mil casas populares, considerando residências com custo de R$ 35 mil.

A medida levantou polêmica e foi interpretada por parte da opinião pública e da oposição como diplomática — e até eleitoreira, já que as empresas que atuam na África podem se beneficiar da decisão.

Na prática, porém, é importante lembrar que o perdão não é total: os 12 países estão livres de pagar apenas parte de suas dívidas e o restante será dividido para ser pago ao longo dos próximos anos. Os países beneficiados são: Costa do Marfim, Gabão, Guiné Bissau, Mauritânia, República da Guiné, República Democrática do Congo, República do Congo (Brazzaville), São Tomé e Príncipe, Senegal, Sudão, Tanzânia e Zâmbia.

Para explicar a “bondade” a alguns países africanos, a Presidência da República alegou a importância estratégica em manter relações especiais com a África para a política externa do País. O Brasil possui 37 representações diplomáticas no continente, ficando atrás só de China, EUA e Rússia.

Para o professor do Centro de Estudos de Relações Econômicas Internacionais da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Giuliano Contento de Oliveira, esse tipo de perdão é comum, mas não neste caso.

— É preciso contextualizar esta iniciativa política, de perdão, de reestruturação da dívida, no contexto de interesses. Certamente há interesses econômicos relacionados nessa iniciativa. Isso significou uma espécie de ratificação da carta de boas intenções que foi estabelecida mais destacadamente no governo Lula.

Oliveira explica que a balança comercial entre o Brasil e a África tem sido mais vantajosa financeiramente para aqueles países. Com isso, explicar o perdão de dívidas em favor da parte mais fraca da relação financeira em questão fica ainda mais difícil. (mais…)

Opinião dos leitores

  1. DEU NO ESTADÃO:
    Japão vai doar US$ 1 bilhão para a África
    02 de junho de 2013 | 12h 41
    Agência Estado
    O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou que o governo japonês vai oferecer uma ajuda financeira de 100 bilhões de ienes (cerca de US$ 1 bilhão) para o desenvolvimento do norte da África, nos próximos cinco anos, informou o jornal The Nikkei em sua edição online.
    O dinheiro será utilizado para prestar assistência humanitária, combater o desemprego e treinar 2 mil pessoas para manter a segurança e enfrentar o terrorismo na região de Sahel.
    "Vamos tomar medidas de segurança mais fortes para os japoneses que trabalham com pessoas na região do Sahel", disse Abe.
    O primeiro-ministro japonês se comprometeu a ajudar a África a combater a pobreza, o terrorismo e a desigualdade. Ele também disse que o Japão teria o apoio das Nações Unidas para as operações de manutenção da paz no continente. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
    ______________________
    Disponível em:
    Acesso em 08 jun 2013

    1. Será que essa dispensa do governo brasileiro de quase R$ 12 Bilhoes de Reais aos países africanos, onde seus presidentes sao ditadores, não é em troca para que os mesmos continue com as construtoras brasileiras por lá, e depois esse dinheira venha de outras formas para o PT nas proximas eleiçoes???

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Educação

PAÍS RICO: Brasil financiará melhoria de ensino superior na África

O Ministério da Educação aprovou projeto inédito que prevê financiamentos a universidades brasileiras que queiram ajudar a melhorar o ensino superior na África.

Vinte universidades nacionais, entre elas USP e federal de Minas Gerais, enviarão professores e pesquisadores para instituições de cinco países africanos e um asiático, todos de língua portuguesa.

A USP, por exemplo, ajudará a criar um mestrado em educação em Angola. Já a federal do Rio Grande do Sul participará da implantação do primeiro curso de agronomia da Universidade de Cabo Verde.

Por meio da Capes (órgão do ministério), serão financiados 45 projetos, que custarão R$ 6 milhões -pouco menos de 10% do que a pasta deve gastar neste ano com bolsas para alunos nas universidades brasileiras.

É a primeira vez que o ministério financia de forma articulada projetos com esse formato, diz o reitor da UFMG, Clélio Campolina, presidente da Associação das Universidades de Língua Portuguesa.

Arte: Folhapress

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Segundo ele, os dois lados ganham. As escolas africanas melhoram suas atividades -nenhuma das de língua portuguesa figura entre as melhores nos principais rankings.

Já o Brasil amplia sua possibilidade de pesquisas e ainda estreita laços com países onde há interesse comercial.

A UFMG, por exemplo, ajudará a criar um curso de graduação de engenharia civil em Moçambique, onde a Vale explora carvão.

“Acho bom que universidades brasileiras façam isso. As instituições de outros países de língua portuguesa precisam, e a língua comum ajuda”, diz Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade.

Ele pondera que pode haver “desperdício de dinheiro” se os projetos não forem bem desenhados e avaliados. Para isso, afirma, o ideal seria começar com menos projetos.

Paralelamente aos projetos da Capes, a UFMG ajudará a criar uma universidade pública em São Tomé e Príncipe, que hoje tem só um instituto politécnico e uma faculdade privada. O pedido foi feito ao ministro Aloizio Mercadante, que designou a UFMG.

Da Folha

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Diversos

Japão vai doar US$ 1 bilhão para a África

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou que o governo japonês vai oferecer uma ajuda financeira de 100 bilhões de ienes (cerca de US$ 1 bilhão) para o desenvolvimento do norte da África, nos próximos cinco anos, informou o jornal The Nikkei em sua edição online.

 O dinheiro será utilizado para prestar assistência humanitária, combater o desemprego e treinar 2 mil pessoas para manter a segurança e enfrentar o terrorismo na região de Sahel.

“Vamos tomar medidas de segurança mais fortes para os japoneses que trabalham com pessoas na região do Sahel”, disse Abe.

 O primeiro-ministro japonês se comprometeu a ajudar a África a combater a pobreza, o terrorismo e a desigualdade. Ele também disse que o Japão teria o apoio das Nações Unidas para as operações de manutenção da paz no continente. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Do Estadão

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Política

Brasil perdoa dívida de US$ 900 milhões de 12 países africanos

O porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, anunciou hoje (25) a anulação de US$ 900 milhões de dívidas de 12 países africanos. “Ter relações especiais com África é estratégico para a política externa brasileira”, disse ele à imprensa. O anúncio foi feito durante reunião da União Africana em Adis Abeba, capital da Etiópia.

Os países mais beneficiados com esta anulação de dívida serão a República do Congo, cuja dívida é US$ 352 milhões, e a Tanzânia, com US$ 237 milhões de dólares, acrescentou o porta-voz.

Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe também estão entre os países beneficiados, assim como a Costa do Marfim, o Gabão, a Guiné-Conacri e a República Democrática do Congo.

O porta-voz explicou que a medida visa dinamizar as relações econômicas entre o Brasil e África. Segundo o Governo brasileiro, as trocas comerciais entre o Brasil e África foram em 2012 de cerca de 25 bilhões de dólares.

Da Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. Será que no perdão dessa divida alguem nao recebeu algo em troca e que nao possa oficializar? Ou será que a presidente fez um curso com a antiga prefeita de Natal quando a mesma perduou os impostos devidos das universidades particulares??

  2. Enquanto isso, tudo como dantes no quartell de abrantes. Poxa, teriamos condicoes para isso? Penso que não. Aparenta ato de pouce responsabilidade, ainda que os fins possam ser imaginados como nobres …. SOMOS POBRES.

  3. E os produtores rurais que devem ao Banco do Nordeste (que sofrem com a estiagem) tambem vao ter as dividas perdoadas???

  4. é f*** pq o governo não perdoa as dívidas dos pequenos agricultores brasileiros que estão atolados em dívidas com os bancos.

  5. Pelo menos perguntaram ao povo brasileiro, verdadeiros donos desse dinheiro, se concordavam com esse anulação de divida. Enquanto isso no Brasil falta dinheiro p tudo, menos p os super salários, a fome, a miséria, a violência urbana, a falta de saneamento básico, as cadeias são verdadeiros chiqueiros de porcos, e os hospitais hein??? esses dispensam todos comentários…, atirar com a povóra alheia para ficar de bem com a comunidade internacional deve ser bom demais e ainda se sai como herói e como se tivesse feito a descoberta da povóra. e o povo cata tá, calado fica, é Brasil, é brasuca.

    1. E OS DEVEDORES AOS BANCOS NACIONAIS, PREJUDICADOS PELA SECA. O GOVERNO NÃO VAI PERDOAR NÃO? E SE GOVERNO FAZ TANTO BENEFICIOS PARA OUTRAS PAISES , COMO O NOSSO ENCONTRA-SE EM SITUAÇÃO PRECÁRIA NA SAÚDE, NA EDUCAÇÃO, NA SEGURANÇA E OUTRAS COISAS MAIS . ISSO NÃO É UM ATO DE IRRESPONSABILIDADE NÃO?

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Política

Dilma promete rever US$ 900 mi em dívidas de países africanos

A presidente Dilma Rousseff fez dois agrados neste sábado aos líderes da União Africana, o clube de presidentes do continente que se reuniram para celebrar 50 anos do organismo em Adis Abeba, na Etiópia.

Prometeu perdoar ou reestruturar quase US$ 900 milhões em dívidas de 12 países africanos com o Brasil e anunciou o fortalecimento da Agência Brasileira de Cooperação, que passará a coordenar as estratégias de comércio e investimento para a África.

Ela participou como convidada do evento e deveria fazer um discurso grandioso, mas foi prejudicada pela falta de organização.

Foi chamada ao palco 1h30 após o horário previsto, em meio a um apagão. “Eu não vou lá!”, desabafou, defrontada com a escuridão e o plenário esvaziado, segundo captou uma câmera de TV.
Mudou de ideia e acabou lendo um discurso genérico, em português sem tradução, seguido com desinteresse por menos de 100 pessoas, a maioria jornalistas.

Antes, ela havia detalhado os dois agrados que fez aos integrantes da União Africana –presidentes eleitos, ditadores e alguns procurados por crimes de guerra.

O objetivo, com o perdão da dívida, é dar condição jurídica para que o governo financie empresas brasileiras que queiram participar de projetos na África. Já a ABC ganhará a função de coordenação de todas as ações de assistência e comércio junto a países africanos e latino-americanos.

Fundada em 1963, a União Africana participou de esforços de paz em países como Sudão e Somália, mas tem falhado em assegurar a estabilidade do continente.

Na plateia, neste sábado, havia líderes como Robert Mugabe, do Zimbábue (há 33 anos no poder), Omar al-Bashir, do Sudão, e Uhuru Kenyatta, de Quênia –esses dois últimos indiciados por promover violência política pelo Tribunal Penal Internacional.

Kenyatta ainda participou de uma reunião bilateral com a presidente Dilma, pela manhã.

Da Folha

Opinião dos leitores

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Diversos

Feliciano volta a afirmar que africanos são amaldiçoados

hungry-african-children Folha

Em defesa protocolada no STF (Supremo Tribunal Federal), o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) reafirmou que paira sobre os africanos uma maldição divina e procurou justificar a fala com uma afirmação que, publicamente, tem rechaçado: a de que atrelou seu mandato parlamentar à sua crença religiosa.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara é alvo de inquérito no STF por preconceito e discriminação por uma declaração no microblog Twitter.

Em 2011, ele escreveu que “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição”.

Em sua defesa , protocolada no dia 21, Feliciano diz que não é homofóbico e racista. Reafirma, porém, a sua interpretação de que há a maldição contra africanos.

“Citando a Bíblia […], africanos descendem de Cão [ou Cam], filho de Noé. E, como cristãos, cremos em bênçãos e, portanto, não podemos ignorar as maldições”, afirmou, na peça protocolada em seu nome pelo advogado Rafael Novaes da Silva.

“Ao comentar [no Twitter] acerca da ‘maldição que acomete o continente africano’, diz sua defesa, o deputado quis afirmar que é “como se a humanidade expiasse por um carma, nascido no momento em que Noé amaldiçoou o descendente de Cão e toda sua descendência, representada por Canaã, o mais moço de seus filhos, e que tinha acabado de vê-lo nu”. (mais…)

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Diversos

Africana foge com filho após ficar grávida dele pela segunda vez

A polícia do Zimbábue está procurando Simon Matsvara e a mãe dele, Ethel Vhangare, depois que a mulher ficou grávida do próprio filho pela segunda vez.

“Estamos caçando os dois e vamos puni-los severamente para mostrar que não vamos tolerar tais atos”, disse o chefe da polícia de Domboshova, de acordo com o site “New Zimbabwe”.

Simon e Ethel moram no vilarejo de Pote. Mãe e filho começaram a ter relações sexuais depois que o pai de Simon teve um derrame e ficou com graves sequelas. Os parentes, então, pediram que Simon cuidasse da mãe. O filho acabou “cuidando demais”. A primeira gravidez ocorreu em 2008, mas a mulher acabou abortando, dois meses após a morte do marido.

O relacionamento incestuoso fez com que os moradores mais antigos do vilarejo punissem o casal, com uma multa – paga com cabeças de gado.

Mas ele insistiram em ficar juntos, acarretando nova gravidez. Fiéis da igreja desconfiaram da ausência de Ethel e decidiram investigar. E descobriram agravidez de cinco meses!

Fonte: Pagenotfound

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Educação

Prefeitura entrega escola Noilde Ramalho

Hoje às 15:00 a Prefeita de Natal, Micarla de Souza, e o Secretario de Educação, Walter Fonseca, vão inaugurar na comunidade da África na Zona Norte da Capital a Escola Municipal Noilde Ramalho. A escola já vem funcionando e hoje será entregue oficialmente a comunidade. Que dona Noilde inspire os alunos e a qualidade de ensino. Parabéns a prefeitura pela homenagem e por entregar um aparelho tão importante numa comunidade carente de tudo.

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