Saúde

Consumir álcool não altera efeito da vacina, afirma estudo

Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

É preciso evitar o consumo de bebida alcoólica antes ou depois de tomar vacina contra a Covid? Não, mas a ideia de que é necessário cortar o álcool no período de imunização é um mito que tem se espalhado nesta campanha, constata a médica Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A entidade, que inclusive ajuda nas decisões do Programa Nacional de Imunização (PNI) junto ao Ministério da Saúde, não tem qualquer recomendação neste sentido.

— Há muito tabu e muito despreparo dos profissionais da saúde que estão nas salas de vacinação — avalia Levi. — Infelizmente o Brasil não deu conta de fazer um bom treinamento dos profissionais, e cada um fala o que quer — conclui.

Para Levi esse boato é preocupante, porque pode desestimular a proteção de parte da população. Entre o 1,5 milhão de pessoas que não apareceram para tomar a segunda dose contra a Covid, número que o Ministério da Saúde divulgou nos últimos dias, podem estar alguns que foram impactados por essa desinformação quanto às bebidas alcoólicas, projeta a médica.

O mito se traduz tanto em receio de que a vacina não funcione quanto de que provoque uma reação indesejada, mas os fabricantes dos imunizantes usados no Brasil, CoronaVac (criado pela biofarmacêutica chinesa SinoVac) e Covishield (do laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford), não veem comprometimento do efeito nem o risco de eventos adversos ligados às bebidas. Nos estudos clínicos, os voluntários não precisaram ter nenhum cuidado quanto a isso.

Também não há nada a respeito nas bulas de ambos, afirma a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável por avaliar e liberar os produtos no país. A reportagem consultou ainda o Instituto Butantan, que produz a CoronaVac, a Fiocruz, responsável pela Covishield, e o Ministério da Saúde. Todos afirmam que não há por que se preocupar.

“Não há nenhuma evidência sobre a relação do álcool com o comprometimento da formação de anticorpos promovida pela vacina Covid-19”, diz a pasta, em nota enviada por sua assessoria de imprensa.

Em contraste com as informações oficiais dos fabricantes e das autoridades de saúde, não é incomum ver nas redes sociais publicações falando de orientações assim recebidas no momento da imunização. Um vídeo que viralizou nas últimas semanas mostra um senhor surpreso ao ouvir da profissional de saúde que terá de esperar 30 dias para tomar uma cerveja. “Égua, tira de volta isso”, brinca ele.

O portal de notícias Ver-o-Fato, de Belém, noticiou que a gravação foi feita em um posto de vacinação drive thru da cidade. A Prefeitura de Belém não confirma o local da filmagem, mas, em nota, explica que há sim uma orientação no município, só que mais curta. “O recomendado é de 24 a 48 horas ficar sem beber, mas por questão de efeito colateral”, escreve a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde. “Não tem nenhuma orientação para que as vacinadoras digam que tem que ficar um mês sem beber”, completa.

A abstinência também é recomendada, por exemplo, pela Prefeitura de Fortaleza. Segundo a gestão, o consumo de álcool deve ser evitado “por pelo menos 24 horas do período de aplicação de qualquer vacina ofertada pela rede pública”.

Para a SBIm nada disso faz sentido. Uma resposta menor do sistema imunológico só deve ser uma questão entre as pessoas que fazem consumo pesado de álcool, especialmente aquelas que já têm uma doença hepática. Elas, ainda assim, não têm nenhuma contraindicação para tomar a vacina, ressalta Levi. Pelo contrário, quem abusa do álcool tende a ser mais suscetível a infecções e, por isso, deve buscar a proteção assim que possível.

No caso dos bebedores pesados, a orientação do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) é a de que tentem parar ou pelo menos diminuam o consumo durante o processo de imunização.

— A preocupação que a gente tem não é só com a vacina, é por toda a questão do consumo pesado de álcool em tempos de pandemia. É importante que as pessoas tenham um controle do consumo — avisa a biomédica Erica Siu, vice-presidente do Cisa.

A ingestão moderada, o famoso “beber socialmente”, ela diz, é calculada como sendo de, no máximo, uma dose por dia para mulher e até duas doses por dia para homem.

— É importante a gente destacar o conceito de dose. Uma dose padrão são 350 ml de cerveja ou 150 ml de vinho ou 45 ml de destilado — afirma.

O Globo

 

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Diversos

Fiscalização da Secretaria de Tributação com a PRF apreende carga de 45 mil litros de álcool em Mossoró

Foto: Divulgação/SET/RN

Auditores fiscais da Secretaria Estadual de Tributação (SET-RN) e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF-RN) apreenderam, nesta quinta-feira (8), uma carga irregular de álcool na região de Mossoró. Uma carreta com 45 mil litros do produto foi retida na rodovia BR-304 por transportar o álcool sem documentação fiscal. A carga foi avaliada em R$ 155 mil e, se não fosse abordada, o Rio Grande do Norte teria perdido R$ 65 mil em tributos sonegados.

Esta é a quarta autuação que o Fisco Estadual em parceria com a PRF faz de veículos transportando álcool de forma ilegal em menos de um mês. As quatro retenções desse tipo de mercadoria totalizam um volume de 205 mil litros de álcool e um montante de quase meio milhão de reais.

A apreensão ocorreu durante fiscalização de rotina que acontece nas principais rodovias que cruzam o território potiguar e faz parte das ações para fechar o cerco contra a sonegação de impostos, que gera danos ao erário público e também promove uma competição desleal no meio empresarial. Transitar com mercadorias sem notas fiscais é considerado um crime contra a ordem tributação e os responsáveis pela infração podem responder criminalmente pela sonegação.

“Como já anunciamos, não vamos afrouxar as fiscalizações. Ao contrário, vamos intensificá-las para que esse e outros crimes não venham acontecer. A nossa estratégia é de fato combater a sonegação de impostos para auxiliar no processo de recuperação financeira do estado”, declara o secretário ajunto da SET-RN, Álvaro Bezerra.

Opinião dos leitores

  1. A SET precisa intensificar a fiscalização na região Agreste, divisa do RN com a PB é a maior porta de entrada de produtos sem impostos.

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Saúde

Estabelecimentos de Natal terão que disponibilizar álcool ou lavatórios para clientes; em caso de descumprimento, se houver reincidência, multas de até R$ 450

Foto: Divulgação

O prefeito de Natal, Álvaro Dias, sancionou, nesta sexta-feira (15), a lei, aprovada recentemente pela Câmara Municipal de Natal, que obriga os estabelecimentos comerciais que prestam serviço direto à população no Município a disponibilizarem, para uso dos seus clientes, fixar em locais de fácil acesso, visualização e identificados com placas informativas, equipamentos com álcool em gel ou líquido, no percentual de 70%, ou sabão líquido e água em suas dependências.

Ficam obrigados a seguir a determinação os seguintes estabelecimentos: varejos de alimentação; shopping centers e centros comerciais; agências Bancárias e postos de serviço; casas lotéricas; hotéis e pousadas; bares, restaurantes e similares; casas de eventos e eventos realizados em locais fechados; supermercados e hipermercados; escolas e faculdades; igrejas e templos religiosos; clubes de serviços; padarias e delicatessens ; cinemas e teatros e oficinas de serviços.

A norma também detalha que os estabelecimentos com banheiros, seja para uso dos funcionários ou dos clientes, deverão observar as regras sanitárias na legislação vigente, não podendo deixar faltar toalhas de papel e sabonete, sob pena de incidência da penalidade. Em caso de descumprimento das normas, o estabelecimento deverá ser notificado. Se houver reincidência, multas deverão ser aplicadas pelos órgãos de fiscalização. As penalidades pecuniárias variam de R$ 150 a R$ 450 reais, dependendo do tamanho do estabelecimento.

Opinião dos leitores

  1. Mais um gasto pros comerciantes.
    Imoral!!
    Quem deve instalar é o prefeito, ele é quem recebe a bunfunfa pra gastar nas ações contra o covid 19.

  2. De engodo em engodo, prefeito e governadora vão nos mandando ÀS FAVAS. Pobre Natal, pobre Rio Grande do Norte.

  3. Lei para OBRIGAR os outros a fazerem são ligeiras…..cadê o hospital de Campanha? Mesmo o MP determinando. Lei para as "otaridades" foi feita para ser descumprida.

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Saúde

UFRN planeja produzir álcool para o Estado

Foto: Cícero Oliveira

O Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos (Nuplam/UFRN) deverá iniciar, nesta semana, a produção em cinco meses de 55 mil litros de álcool 70%, em uma ação de parceria com o governo do estado, durante a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). O Núcleo estima alcançar uma capacidade de produção e envasamento de 11 toneladas/mil litros do produto por mês, e está disponibilizando sua infraestrutura para executar a diluição e manipulação do álcool, eficaz na desinfecção das mãos e objetos.

Enquanto não se consegue agilizar a importação de polímero, matéria prima para a produção de álcool em gel, em falta no mercado nacional, o Nuplam começará a produzir o produto líquido. Os insumos necessários, álcool, embalagem, rotulagem, serão destinados através de doação ou por meio de compra direta partilhada entre a UFRN e o governo do Estado.

A direção do Nuplam, reforça que a unidade tem estrutura física, servidores qualificados e competência para atender a essa demanda, tendo em vista a escassez de produtos para a prevenção. “Estamos movimentando todos os esforços para assegurar essa produção com intenção de minimizar os efeitos dessa pandemia”, acrescenta a professora Lourena Mafra, vice-diretora do Nuplam.

Nesse domingo, 22, o reitor José Daniel Diniz, publicou uma carta aberta à comunidade explicando as ações e medidas tomadas pela UFRN durante essa crise internacional. Além desse trabalho do Nuplam, ele informou que os três hospitais universitários são parte do esforço conjunto em todo o estado no combate ao novo Coronavírus.

Disse ainda que o Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas está realizando exames de arboviroses para reduzir a demanda do Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Norte. Outro esforço, coordenado pelo Instituto de Medicina Tropical (IMT-UFRN), consiste na busca de aquisição de insumos necessários para iniciar testes do Covid-19.

Leia documento na íntegra neste link.

Com UFRN

Opinião dos leitores

  1. Protestar e fazer companha contra o governo federal eles nem pensam, realizam de imediato, mesmo que não exista causa, eles dificultam, e formam versão para o protesto e a crítica.
    Mas para fazer algo pela população e benefício do povo, precisa pensar, analisar, ponderar, ver, enfim, assim são aqueles que estão ideologicamente afetados por posição político partidária.
    É um sistema todo aparelhado para servir a uma causa política ideológica.

  2. A UFRN fechou portas, janelas e portões. Seus muitos e bem remunerados "professores doutores" , como exigem set tratados, estou de folga. Agora fala em produzir álcool……

  3. Em 5 meses produzir 55 mil litros de alcool.

    Pra quê usar a universidade pra isso?
    E, se dependessemos da UFRN pra desinfetarmos as nossas mãos então já podemos contar com o alcool pra AGOSTO ou SETEMBRO, muito bom isso!

    1. Aprenda a interpretar texto. Não é a partir de setembro, mas durante os próximos cinco meses…

    2. Fala Renato! Tô esperando o alcool em gel da UFRN, tens notícias?

  4. Não consigo entender como um estado tem várias usinas de açúcar e álcool, e está faltando, na verdade temos uma governadora fraca sem aptidão para o cargo, senão já teria se reunido com os dirigentes dessas usinas, pra garantir o produto nas prateleiras dos mercados. governadora, acorde vá trabalhar, estamos numa situação de guerra. Aví

    1. Não falta álcool falta o polímero para produzir o álcool em gel.

    2. Pois aí é o pior, um ingrediente que representa pouco no produto final, e que o mercado interno é autosuficiente, porque o gestor não interfere no processo, e potencializa isso. Injustificável, mostra total inapetencia da governadora para o cargo.

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Saúde

Conselho regional de Farmácia e Prefeito de Macau articulam doação gratuita de álcool para hospitais do RN

O Prefeito de Macau, Túlio Lemos, se uniu ao conselho regional de Farmácia, com apoio do empresário Ricardo Brito e, usando a rede de relacionamento de ambos, conseguiu uma ajuda que vai atender todos os hospitais do Rio Grande do Norte.

De forma gratuita, a Ceara Mirim Agro Industrial, fabricante de álcool para cachaçarias e abastecimento veicular, vai doar a produção para as unidades de saúde do Rio Grande do Norte.

A empresa tem uma grande quantidade de álcool 93 e vai ser transformado em álcool 70, garantindo uma maior quantidade. O presidente do conselho regional de Farmácia, Sales de Araújo Guedes, está empenhado em buscar ajuda da UFRN para a transformação do álcool da industria para atender os hospitais.

Opinião dos leitores

  1. Muito bom essa iniciativa desses colaboradores precisarmos de pessoas dessa magnitudes mesmo

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Saúde

Coronavírus: rede potiguar de lojas é alternativa às farmácias para compra de álcool em gel

Foto: Divulgação

A confirmação do primeiro caso de Coronavírus no Rio Grande do Norte aumenta a necessidade de medidas preventivas por parte da população. Uma das orientações mais recomendadas entre as autoridades de saúde é o uso do álcool em gel 70% para higienizar as mãos e evitar o contágio pelo vírus. O produto está em falta em algumas farmácias e uma alternativa para compra, em larga escala e no varejo, são as lojas da rede O Borrachão Industrial.

O álcool em gel pode ser encontrado nas unidades do Alecrim (Rua Presidente José Bento, 420) e Lagoa Nova (Rua Jaguarari, 1794) e está disponível em frascos de 500 ml e 1 litro. “Nós revendemos o produto para a prevenção dentro de escolas, da indústria, do comércio, de empresas e para o consumidor individual que quer se proteger do Coronavírus”, disse a diretora comercial e de marketing do O Borrachão, Raíssa Diniz Costa.

O uso do álcool em gel 70% deve ser feito para limpar as mãos antes de encostar em áreas como olhos, nariz e boca e para limpar superfícies e objetos tocados frequentemente, como celulares, teclados, botões, maçanetas, corrimãos. A forma mais eficiente de se proteger da doença é lavando as mãos, até a metade do pulso, esfregando também as partes internas das unhas. O vírus se espalha por meio dos fluidos, por isso é importante evitar beijar socialmente, apertar as mãos ou falar muito perto das pessoas. As autoridades de saúde também recomendam evitar locais cheios e fechados.

Coronavírus no RN e no mundo

O primeiro caso de Coronavírus confirmado no Rio Grande do Norte foi diagnosticado em uma jovem de 24 anos, com histórico de viagem à Europa. Ela mora em Natal, passa bem, e está seguindo as recomendações de isolamento. 17 pessoas que tiveram contato com o primeiro caso de contaminação estão sendo monitoradas. Atualmente, o RN tem 17 casos suspeitos, 15 descartados e 1 confirmado.

Na última quarta-feira (11), a Organização Mundial de Saúde declarou uma pandemia de Covid-19, a doença respiratória causada pelo novo Coronavírus. Segundo o órgão, o número de pacientes infectados, de mortes e de países atingidos deve aumentar nos próximos dias. A pandemia ocorre quando uma doença já está espalhada por diversos continentes com transmissão sustentada entre as pessoas.

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Diversos

Consumo de álcool cresce entre mulheres brasileiras, alerta relatório

Não é segredo para ninguém que bebidas alcoólicas fazem mal à saúde. Claro que, em doses moderadas, não há problema em tomar uma taça de vinho ou um copo de cerveja – pelo contrário, estudos indicam que essas bebidas até trazem benefícios quando consumidas na quantidade certa. O risco existe quando um drink inocente vira uma ingestão exagerada de álcool.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) planeja diminuir em 10% o uso nocivo de álcool (quando há consequências sociais ou de saúde tanto a quem bebe quanto a quem está próximo) até 2025. E, nesse ponto, o Brasil não está mal na fita. Segundo a OMS, o país reduziu em 11% o consumo de álcool per capita em seis anos: passou de 8,8 litros em 2010 para 7,8 litros em 2016. Com base em dados do Datasus, o Cisa concluiu que o número de internações por causa de bebidas alcoólicas a cada 100 mil habitantes baixou de 172,9 para 168,2 entre 2010 e 2018. As mortes por álcool também caíram: de 5,8% para 5,4% nesse mesmo período.

Esses e outros dados estão reunidos na edição de 2020 do relatório Álcool e a Saúde dos Brasileiros, publicado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). Em evento que aconteceu nesta terça-feira (3) em São Paulo a entidade apresentou dados que animam – mas que também preocupam. Entre eles está o crescimento da ingestão de álcool entre mulheres e jovens.

Apesar de o consumo abusivo de álcool ainda ser mais frequente entre homens, as brasileiras passaram a beber mais nos últimos anos. A pesquisa Vigitel 2018 mostra que, de 2010 a 2018, o índice de mulheres de 18 a 24 anos que bebem além do recomendado cresceu de 14,9% para 18%. Na faixa etária dos 35 aos 44 anos, esse índice passou de 10,9% para 14%.

As internações relacionadas ao consumo exagerado de álcool também chamam atenção: aumentaram 19% entre mulheres de 2010 a 2018, de 85.311 para 101.902. Entre os homens, esse índice teve uma ligeira queda de 1,15%.

A OMS classifica como consumo abusivo – ou beber pesado episódico (BPE) – o consumo de 60 gramas (4 doses) ou mais de álcool puro em ao menos uma ocasião no último mês. A ingestão é considerada moderada entre homens quando ela se limita a quatro doses em um único dia ou 14 doses por semana; entre mulheres, o limite seriam três doses por dia ou sete em uma semana.

O psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, presidente da Cisa, explica que essa diferença se deve ao fato de que o organismo das mulheres é mais vulnerável aos efeitos do álcool. Por ter uma estrutura corporal menor, elas têm uma quantidade menor de água e de enzimas responsáveis por metabolizar a substância. Sendo assim, o álcool tende a ficar mais tempo – e em maior concentração – no corpo delas.

Para além de questões fisiológicas, há outros riscos associados. O relatório da Cisa traz uma pesquisa brasileira publicada em 2019 no Brazilian Journal of Psychiatry segundo a qual quase metade das mulheres que reportaram BPE também relataram ter relações sexuais desprotegidas – e esse hábito aumentou o risco de sexo sem camisinha em 1,5 vezes, de acordo com o estudo. Entre aquelas que tinham filhos ou estavam grávidas e abusavam do álcool, o risco de aborto era duas vezes mais alto.

Chama atenção também o consumo de bebida alcoólica entre mulheres idosas: 11,3% daquelas com idades entre 55 e 65 anos bebem além do recomendado, de acordo com o III Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz.

Sabe-se que a tolerância do corpo ao álcool diminui na terceira idade e pode trazer consequências como déficit cognitivo, maior risco de sofrer quedas e outras lesões, além de interação com medicamentos.

Adolescentes

O relatório da Cisa também destaca o consumo de álcool entre jovens no Brasil e no mundo. Um relatório global de 2015 da OPAS aponta que, entre estudantes com idades de 13 a 17 anos, mais de 20% das meninas e 28% dos meninos relataram já ter ficado bêbados ao menos uma vez na vida. No Brasil, a pesquisa PeNSE 2015, do IBGE, indica que por aqui esse índice vale para 26,9% das garotas e 27,5% dos garotos.

Isso é preocupante porque, nessa etapa da vida, o sistema nervoso central ainda está em desenvolvimento – esse processo só será concluído por volta dos 20 anos. Estudos também apontam que a ingestão de álcool antes dos 15 anos aumenta em quatro vezes o risco de dependência no futuro.

Galileu

 

Opinião dos leitores

  1. Se levassem a vida a sério evitariam consumir qualquer tipo de drogas; principalmente de tiverem algum interesse em reproduzir.

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Diversos

Álcool pode, sim, reduzir o efeito de anticoncepcionais; saiba mais

Foto: shutterstock

Carnaval combina com festa, diversão, fuga do cotidiano e, muitas vezes, com exageros nas bebidas alcóolicas. Embora muitos dos riscos que a substância oferece ao corpo sejam lembrados, existe um que nem sempre é dito: a interferência do álcool na eficácia dos medicamentos anticoncepcionais .

De acordo com Ana Lúcia Povreslo, diretora da associação nacional de Farmácias Magistrais, o problema ocorre por uma sobrecarga do fígado, responsável por metabolizar ambas as substâncias. “Todos os medicamentos devem primeiros ser metabolizados pelo fígado antes de fazer efeito. Depois, eles agem no corpo e então são eliminados”, explica ela.

“Os anticoncepcionais são hormônios , que exigem bastante da metabolização. O álcool, então, interfere nessa atividade por fazer uma alteração no metabolismo hepático. Ele sobrecarrega o fígado, que passa a dedicar sua ‘atenção’ ao álcool e pode eliminar mais rapidamente os medicamentos ”, completa a profissional de saúde.

Outro alerta importante para quem consome álcool é o fato de que, no calor do momento e sob efeito de substâncias que atuam no nosso sistema nervoso, podemos esquecer dos contraceptivos ou da proteção na hora do sexo .

Por isso – alerta ela – é importante ficar atenta e combinar métodos durante os dias de festa e na semana seguinte, ainda que as pílulas tenham sido ingeridas na hora certa e sem esquecimentos. “Os anticoncepcionais podem chegar a ter a sua atividade reduzida pela metade da eficiência. Por isso é importante que as mulheres entendam que não estão completamente protegidas quando há ingestão de bebidas alcoólicas e tomem outras precauções, como o uso de preservativos ”, diz Ana Lúcia.

Ana Lúcia ainda explica que existe uma relação direta entre o risco e o volume alcoólico ingerido, ou seja, quanto mais álcool, maior a chance de o fígado ficar sobrecarregado. “Em geral, bebidas destiladas são mais perigosas por oferecerem uma concentração maior de álcool, mas tudo depende da quantidade. Não adianta optar pela cerveja e beber uma quantidade enorme, pois o efeito no final sobre os anticoncepcionais será o mesmo”, explica.

Além disso, a hidratação também protege o fígada de sobrecarga, evitando outros danos causados pelo álcool. É importante não descuidar da ingestão constante de água e outros líquidos não-alcoólicos, mesmo no meio da folia.

IG

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Saúde

Problema global, álcool falsificado é uma preocupação crescente para turistas, mais comum do que se pode imaginar – além de já ter causado diversas mortes

As notícias sobre as mortes trágicas de diversos turistas norte-americanos na República Dominicana, em maio de 2019, criaram alarde e um frenesi da mídia. Até 30 de junho, houve ao menos nove mortes com circunstâncias semelhantes. O FBI e as autoridades dominicanas estão investigando, e uma das teorias é que álcool falsificado foi o causador das mortes.

O FBI coletou amostras de álcool para testagem, e os hotéis nos quais alguns turistas morreram removeram o álcool dos frigobares de quartos de hotel. Mas as preocupações estão crescendo, e o Senador de Nova York, Chuck Schumer, Partido Democrata, recomendou no dia 20 de junho que o Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos e os Centros de Prevenção e Controle de Doenças tomassem conta da investigação.

Muitos acham estranho que álcool, especialmente adulterado ou falsificado, possa ter causado essas mortes. Mas alguns especialistas parecem concordar que os sintomas e circunstâncias se encaixam nos indicativos de morte causada por álcool adulterado.

Como professora de saúde pública, preciso notar que pesquisas agora mostram que nenhuma quantidade de álcool é considerada segura em termos de saúde, e que o álcool está relacionado a muitos cânceres e doenças do coração, além de ser um fator de risco chave para acidentes de trânsito, violência e suicídio.

Ainda assim, álcool falsificado ou produzido ilegalmente traz um novo nível de risco, por não ser monitorado para segurança e poder incluir ingredientes como metanol, conhecido por ser extremamente prejudicial para a saúde.

Falso, ilegal e adulterado

Graças à regulação rigorosa de álcool, os norte-americanos talvez não vejam ou escutem muito sobre álcool falsificado nos EUA, mas em muitas outras partes do mundo álcool falsificado ou “ilegal” é mais comum e uma preocupação de saúde pública crescente.

Álcool falsificado ou ilegal é parte de uma categoria maior descrita como álcool não registrado, porque não é revelada em estatísticas oficiais e não é monitorada para qualidade ou impostos. A Organização Mundial da Saúde estima que 25% do álcool consumido no mundo não é registrada.

Álcool falsificado geralmente é feito para parecer álcool legítimo, como vinhos finos e destilados caros, em termos de aparência, gosto e embalagem. Mas existem também outros tipos de álcool que são tipicamente considerados ilegais, como “moonshine” ou “bootleg”, ou simplesmente álcool feito com processos menos rigorosos e que tiveram ingredientes adicionados para produzir o álcool de forma mais rápida e barata.

Um dos aspectos-chave de álcool falsificado ou ilegal é que produtores destilam o álcool de forma mais barata e rápida usando atalhos perigosos no processo, como acrescentar água e metanol, também conhecido como álcool mefítico, que é altamente tóxico. Metanol não é adequado para consumo humano e pode causar danos ao fígado, cegueira e morte se consumido. No início do ano, álcool tóxico matou ao menos 154 pessoas na Índia por estar batizado com metanol.

Álcool com ingredientes especiais adicionados é geralmente descrito como álcool adulterado. Às vezes, quem produz álcool falsificado acrescenta ingredientes não só para torná-lo mais barato, mas também para melhorar o gosto ou fortalecer a embriaguez. Os ingredientes adicionados podem variar.

Por exemplo, no Quênia, um dos álcoois ilegais populares é chamado Chang-aa, ou “mate-me rápido”. Isso porque ele geralmente tem uma concentração de álcool muito alta e também é frequentemente adulterado com ingredientes danosos, como combustível de aviões ou fluido de embalsamamento de funerárias. Esse tipo de álcool é geralmente consumido nas favelas por pessoas pobres e vulneráveis que querem o álcool mais barato com o efeito mais potente.

Sifonando as vendas de bebida legítima

A Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) afirma que álcool falsificado é umas das maiores preocupações em todo o mundo. Em 2018, durante uma operação, ela reportou que “16 mil tonéis e 33 milhões de litros de comidas e bebidas falsas potencialmente perigosas foram apreendidas, num total de US$ 117 milhões”. Na Europa, vinho e bebidas estão nos cinco principais setores de perda de vendas.

Vinho falsificado está se tornando mais comum e agora representa um mercado bilionário. Na China, por exemplo, vinho falsificado é tão comum que tem sido considerado uma epidemia, especialmente em termos de vinhos mais finos.

De acordo com a Forbes, compradores asiáticos são os maiores compradores de vinhos finos (60%) em leilões da Sotheby’s ao redor do mundo. Uma garrafa de vinho muito cara vendida na Christie’s, em Londres, por US$ 157 mil, que quebrou um recorde na época, em 1985, era falsa.

Mas mesmo mais recentemente, em maio, uma operação na Ucrânia apreendeu uma grande operação de bebidas falsificadas.

Mais do que dinheiro em jogo

Apesar das perdas em vendas ser uma grande preocupação para agentes da lei e negócios, recomendações de viagem para norte-americanos que viajam ao exterior volta e meia são emitidas por causa do risco de álcool falso. Uma orientação foi emitida em 2017 para um resort no México. Do mesmo modo, em junho de 2019, houve uma notificação de que 23 pessoas morreram e 10 pacientes estavam passando em tratamento por causa de álcool batizado com metanol na Nigéria.

A realidade é que álcool falsificado ou tóxico é comum em muitos lugares do mundo, até em lugares que você talvez não espere. Então, na próxima vez que viajar para o exterior e quiser uma bebida alcoólica, particularmente um vinho ou destilado mais fino, olhe com cuidado a garrafa.

Os especialistas em viagem do Overseas Security Advisory Council (Conselho de Aconselhamento de Segurança no Exterior, em tradução livre) dos EUA fizeram uma lista para consumir álcool no exterior. Eles recomendam que:

1. Não tome bebida feita em casa ou falsificada.
2. Não beba em excesso.
3. Não tente competir com locais e suas bebidas.
4. Não perca a sua bebida de vista.

Há também algumas dicas do Instituto de Padrões Comerciais do Reino Unido para identificar álcool falso. É fundamental lembrar de prestar atenção ao lugar, preço, embalagem e produto, os especialistas dizem. Mais importante, se o álcool tem gosto ou cheiro ruim, não beba.

A comunidade médica e de saúde pública está mais preocupada em relação aos efeitos perigosos do álcool, visto que novas pesquisas mostram que não há limite seguro para consumo. Dito isso, se você decidir beber, especialmente ao viajar para o exterior, tenha certeza de que o álcool em sua bebida é real, e mantenha-o chacoalhado e misturado, mas não envenenado.

Texto publicado originalmente no site The Conversation
Galileu

 

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Diversos

Levantamento alerta para consumo de álcool no país; mais de dois milhões de brasileiros têm traços de dependência

Mais de dois milhões de brasileiros têm traços de dependência da bebida alcoólica (Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O índice de consumo de álcool no Brasil é mais alarmante do que o do uso de substâncias ilícitas, segundo o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pesquisa revelou que mais da metade da população brasileira de 12 a 65 anos declarou ter consumido bebida alcoólica alguma vez na vida.

Cerca de 46 milhões (30,1%) informaram ter consumido pelo menos uma dose nos 30 dias anteriores. E aproximadamente 2,3 milhões de pessoas apresentaram critérios para dependência de álcool nos 12 meses anteriores à pesquisa.

O levantamento que ouviu cerca de 17 mil pessoas com idades entre 12 e 65 anos, em todo o Brasil, entre maio e outubro de 2015, é apontado como um dos mais completos por sua abrangência. Pesquisadores da fundação afirmam, inclusive, que os resultados são representativos inclusive de municípios de pequeno porte e de zonas de fronteira.

Álcool e violência

A relação entre álcool e diferentes formas de violência também foi abordada pelos pesquisadores que detectaram que, aproximadamente 14% dos homens brasileiros de 12 a 65 anos dirigiram após consumir bebida alcoólica, nos 12 meses anteriores à entrevista. Já entre as mulheres esta estimativa foi de 1,8%. A percentagem de pessoas que estiveram envolvidos em acidentes de trânsito enquanto estavam sob o efeito de álcool foi de 0,7%.

Cerca de 4,4 milhões de pessoas alegaram ter discutido com alguém sob efeito de álcool nos 12 meses anteriores à entrevista. Destes, 2,9 milhões eram homens e 1,5 milhão, mulheres. A prevalência de ter informado que “destruiu ou quebrou algo que não era seu” sob efeito de álcool também foi estaticamente significativa e maior entre homens do que entre mulheres (1,1% e 0,3%, respectivamente).

Percepção de Risco

A percepção do brasileiro quanto às drogas atrela mais risco ao uso do crack do que ao álcool: 44,5% acham que o primeiro é a droga associada ao maior número de mortes no país, enquanto apenas 26,7% colocariam o álcool no topo do ranking.

Segundo coordenador do levantamento e pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz, Francisco Inácio Bastos,os principais estudos sobre o tema, como a pesquisa de cargas de doenças da Organização Mundial de Saúde, não deixam dúvidas: o álcool é a substância mais associada, direta ou indiretamente, a danos à saúde que levam à morte”, afirmou Bastos.

“Tanto o álcool quanto o crack, porém, representam grandes desafios à saúde pública. Os jovens brasileiros estão consumindo drogas com mais potencial de provocar danos e riscos, como o próprio crack. Além disso, há uma tendência ao poli uso [uso simultâneo de drogas diferentes]. Por isso é tão importante atualizar os dados epidemiológicos disponíveis no país, para responder às perguntas de um tema como o consumo de drogas, que se torna ainda mais complexo num país tão heterogêneo quanto o Brasil”, advertiu.

Agência Brasil

 

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Diversos

Consumo moderado de álcool reduz hospitalizações, diz pesquisa

BEBER COM MODERAÇÃO PODE AJUDAR A REDUZIR A QUANTIDADE DE IDAS AO HOSPITAL (FOTO: MAX PIXEL/CREATIVE COMMONS)

Pessoas que consomem álcool moderadamente apresentam menos riscos de serem hospitalizadas em comparação com quem bebe muito e até com os abstêmios (que não ingerem nada de bebida alcoólica). A indicação é de um novo estudo realizado pelo Departamento de Epidemiologia e Prevenção do Instituto de Pesquisa, Hospitalização e Saúde (IRCCS) em Pozzilli, na Itália, em colaboração com o Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard, a T.H. Chan Escola de Saúde Pública, nos Estados Unidos.

A pesquisa, publicada na revista científica Addiction, envolveu 21 mil participantes e durou cerca de seis anos. Durante esse período, os hábitos de consumo dessas pessoas foram relacionados ao número de vezes que precisaram ir até o hospital.

“O consumo pesado de álcool está associado a maior probabilidade de hospitalização, especialmente para casos de câncer e doenças relacionadas ao álcool, confirmando o efeito nocivo de sua ingestão em excesso”, disse Simona Costanzo, autora da análise. “Por outro lado, quem bebe com moderação apresenta menor risco de hospitalização por todas as enfermidades e problemas cardiovasculares do que os abstêmios e ex-alcoólotras.”

“As internações representam não apenas um sério problema para as pessoas, mas também têm forte impacto nos sistemas nacionais de saúde”, comentou Licia Iacoviello, chefe do Laboratório de Epidemiologia Molecular e Nutricional do IRCCS. “Nosso estudo confirma que o consumo moderado de álcool está associado a redução no risco de mortalidade, independentemente do tipo de doença.”

“Nós não estamos dizendo que qualquer abstêmio deveria começar a beber para melhorar sua saúde. No entanto, esta pesquisa reafirma que os efeitos do consumo de álcool não podem ser reduzidos a um único resultado”, afirmou Ken Mukamal, professor de medicina em Harvard.

Galileu

 

Opinião dos leitores

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Diversos

Estudo indica que a gente valoriza mais um elogio, que sexo, dinheiro, comida preferida, álcool, ou encontro com o melhor amigo

Convenhamos: o que não falta na vida é coisa prazerosa para fazer por aí. Pega essas que a gente citou no título do post e adiciona mais as que você quiser: a lista vai crescendo e crescendo, até ficar gigante. Mas, entre todos os itens gostosinhos que a gente consegue citar, qual deles é o que nos faz mais bem? Em dois estudos, pesquisadores pediram a estudantes universitários (282, no total) que avaliassem o quanto eles “desejavam” e “gostavam” de uma série de atividades numa escala de 1 a 5. E os resultados indicaram o quê? Que os voluntários dão mais valor para aqueles tapinhas na autoestima (como receber um elogio ou uma avaliação positiva) do que para, muita atenção: comer sua comida preferida, fazer sexo, beber, receber o salário do mês e até encontrar um melhor amigo.

“É um tanto surpreendente como esse desejo de se sentir valorizado triunfa sobre qualquer outra atividade prazerosa que a gente possa imaginar”, diz o líder do estudo, Brad Bushman, professor de comunicação e psicologia na Universidade de Ohio (EUA). E não tem nada errado com isso, é claro. Todo mundo quer se sentir bem consigo mesmo, e ser elogiado é parte fundamental disso. Mas tem o lado negro da história: os resultados do estudo sugerem que alguns jovens talvez estejam focados um tantinho demais nesse papo de receber elogios. Os voluntários tiveram que avaliar o quanto “desejavam” e o quanto “gostavam” dos itens, certo? Isso porque pesquisas sobre o vício sugerem que as pessoas viciadas tendem a reportar que “desejam” algo mais do que “gostam” daquilo. E, nesse estudo, os participantes “gostaram” de mais do que “desejaram” todas as atividades prazerosas citadas – mas, quando o papo mexia com a autoestima, a diferença entre os verbos foi a menor registrada, a mais próxima do “desejo”. “Não seria correto dizer que os participantes são viciados em autoestima”, diz Bushman. “Mas eles estavam mais próximos disso do que de serem viciados em qualquer outra atividade estudada”.

Super interessante

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Cidades

Depois do formol, álcool é encontrado em lotes de leite no RS

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Uma ação de inspeção do Ministério da Agricultura detectou a presença de álcool etílico no leite de duas cooperativas gaúchas: a Santa Clara e Petrópolis. A fiscalização foi feita no dia 24 de junho na Santa Clara e de 15 a 20 de julho na Petrópolis. O álcool é usado na tentativa de ocultar a adição de água, que dá maior volume ao leite. Segundo o Ministério, as quantidades encontradas não representam riscos para a saúde dos consumidores.

As duas cooperativas negam que tenha ocorrido qualquer irregularidade nas fases de recepção, processamento e distribuição do leite e sustentam que isso está comprovado por testes de controle de qualidade que fazem. Mesmo assim, a Petrópolis acatou determinação do Ministério da Agricultura e recolheu os lotes de leite UHT integral L02/2 e L2-3 embalados em 26 de junho, com prazo de validade até 26 de outubro, e de requeijão light L2 fabricado em 30 de junho com validade até 30 de setembro. Além de retirar os lotes do varejo, a cooperativa orientou consumidores que tenham unidades dos produtos em casa a telefonar para seu serviço de atendimento, anunciado que enviará funcionários ao endereço informado para efetuar a troca por leite e requeijão de outros lotes.

No caso do leite pasteurizado da Santa Clara, ainda não está informado se o volume colocado sob suspeita pelo Ministério da Agricultura foi descartado ou enviado ao mercado. Neste caso, não haveria como fazer recall porque o produto dura poucos dias e já teria sido consumido. A cooperativa reiterou, por nota, que submete toda a matéria-prima que recebe a análises, tanto nos postos de captação quanto na indústria. Como não tem registros de presença de álcool etílico no leite, anunciou que pedirá esclarecimentos ao Ministério da Agricultura.

No final da tarde desta terça-feira (5), o Ministério Público do Rio Grande do Sul convocou as cooperativas a prestarem esclarecimentos na sexta-feira sobre a contaminação de lotes de leite por álcool etílico. O objetivo do MP é investigar se a adulteração foi feita por entregadores ou nas unidades das próprias cooperativas, e se foi acidental ou proposital. Caso tenha sido intencional, o MP afirmou que vai investigar toda a cadeia, do produtor à entrega para o varejo.

Operação — O Ministério Público gaúcho desencadeou em maio a Operação Leite Compensado, com o cumprimento de nove mandados de prisão e treze de busca e apreensão nas cidades de Ibirubá, Guaporé e Horizontina, após apurar a contaminação do leite fabricado por cooperativas gaúchas. A ação constatou que uma das formas de fraude identificadas é a da adição de uma substância semelhante à ureia, e que tem formol em sua composição, na proporção de 1 kg deste produto para 90 litros de água e mil litros de leite. A adulteração consiste no crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios, previsto no artigo 272 do Código Penal. A simples adição de água, com o objetivo de aumentar o volume, acarreta perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia – produto que contém formol em sua composição – e é considerado cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Fonte: Veja com Estadão Conteúdo

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Diversos

Álcool sem ressaca? Cientista afirma que isso é possível

imagem.phpE se você pudesse encarar a sensação de alegria e euforia gerada pelo álcool, mas sem nenhum dos seus fatores negativos? Parece improvável, mas um pesquisador americano diz ter chegado à solução perfeita, que possibilitaria que as pessoas pudessem voltar para casa dirigindo em segurança e nem mesmo teriam que enfrentar ressaca no dia seguinte.

David Nutt, que já foi consultor do governo dos EUA, diz ter criado uma substância que recria os efeitos positivos já citados do álcool no corpo humano, mas sem os riscos de problemas de saúde e do vício, o que ele considera uma “séria revolução na saúde”.

A utilização da substância atinge o cérebro, causando as sensações de prazer e tontura que normalmente acompanham o consumo do álcool. Entretanto, outra informação importante: há um antídoto que a pessoa pode tomar a qualquer momento, que cura esta sensação em alguns minutos, o que, em tese, permitiria que ela dirigisse um carro ou realizasse outras atividades que alguém alcoolizado jamais deveria fazer.

“Parece ficção científica, mas estas ambições estão dentro dos limites da neurociência moderna”, explica ele no respeitado jornal britânico Guardian.

No artigo publicado, ele afirma ter identificado cinco compostos que precisam ser testados para saber se os usuários consideram seus efeitos tão agradáveis quanto os do álcool. “O desafio é criar drinks que sejam tão gostosos e atraentes quanto os alcoólicos. Provavelmente eles serão feitos em forma de um coquetel, então eu prevejo vários sabores diferentes”, conta ele.

Ele diz já ter testado com sucesso as suas fórmulas em si mesmo. Um dos compostos causou sensação de relaxamento e sonolência por uma hora. Após tomar o antídoto, ele voltou ao normal em alguns minutos e ficou pronto até mesmo para dar uma palestra sem nenhum tipo de dificuldade.

O pesquisador aponta que o álcool atinge um sistema neurotransmissor apelidado de Gaba (Ácido gama-aminobutírico), que relaxa o cérebro e, portanto, o seu usuário. Estas outras substâncias agem neste mesmo neurotransmissor, causando o mesmo efeito, mas sem os danos do álcool. Ele prevê que a droga poderia chegar ao mercado em dois anos, mas a pesquisa precisa ser bancada por alguém ou alguma empresa.

Olhar Digital UOL

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Social

Padastro e enteada morrem atropelados por bêbado em Areia Branca

Mais um caso de completa irresponsabilidade no trânsito. Um rapaz de 26 anos, embriagado, atingiu com seu carro de passeio uma bicicleta, na noite de ontem, em Areia Branca. Nela estavam um homem de 44 anos e a sua enteada de apenas nove anos.  Os dois morreram no local.

O motorista do carro fez o teste do bafômetro e foi comprovado que ele estava com teor de álcool no organismo quatro vezes acima do permitido. O homem foi preso e levado para a delegacia de plantão da cidade de Mossoró. A PRF não divulgou o nome dos envolvidos.

 

 

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Educação

Mantida proibição para venda de bebidas próximo a escolas

O juiz Geraldo Antonio da Mota, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Natal, reconheceu a legalidade do ato administrativo do Município de Natal que os proibiu dois comerciantes de comercializarem bebidas alcoólicas e cigarros nas proximidades de estabelecimentos de ensino. Na ação, eles defendiam que o ato viola norma constitucional, especialmente, que trata da livreconcorrência, ou seja, pediam a declaração de inconstitucionalidade do art. 1º da Lei Estadual n. 6.368/1993.

O ato praticado pela Secretária de Serviços Urbanos de Natal proibindo a comercialização de bebidas alcoólicas e cigarros, foi em cumprimento da sentença proferida pelo juízo da 3ª Vara da Fazenda Pública de Natal, com fundamento na Lei Municipal n. 5.631/2005, na Lei Estadual n. 6.368/1993 e no Decreto Municipal n. 5.660/1995.

Porém, os comerciantes sustentaram que a decisão judicial, bem assim as legislações de regência, não comportam a proibição imposta, pelo que pleitearam provimento jurisdicional que declare a nulidade do ato administrativo.

O Ministério Público opinou afirmando que “o Poder Público deve, realmente, ser rigoroso com o que pode ser comercializado nos arredores dos estabelecimentos de ensino, para dar cumprimento à Constituição Federal”.

Ao se ater aos fatos dos autos, o magistrado observou que sentença proferida pela mesma 3ª Vara da Fazenda Pública de Natal impôs ao Município de Natal, dentre outras, as obrigações de “interditar e retirar, com invalidação das licenças eventualmente concedidas, todos os quiosques, bancas, barracas, cigarreiras e feiras que estejam localizadas nas calçadas e a menos de 50 metros de quaisquer escolas públicas estaduais instaladas na circunscrição municipal, e nas escolas municipais”. Ainda determinou a fiscalização em tais estabelecimentos.

O juiz comprovou nos autos que os autores são proprietários dos estabelecimentos comerciais localizados nos arredores da Escola Estadual João Tibúrcio e da Escola Estadual Atheneu. Neste caso, constatou que a atividade comercial desenvolvida por eles, bem assim a localização, estão entre àqueles cuja instalação, nos arredores de escolas públicas, devem ser proibidas; ou no mínimo, fiscalizadas, no tocante à venda de bebida alcoólica e cigarro.

Com efeito, a Lei Estadual nº Estadual n. 6.368/1993 fixa vedação em prol da salubridade de estudantes que ficam expostos, inclusive, às pessoas que fazem uso de bebidas alcoólicas em ambiente que põe risco à salubridade. Ele explicou que a atuação do Poder Público, nesse particular, é perfeitamente possível, e plausível, independentemente de atuação do Poder Judiciário, em razão de sua prerrogativa de autotutela, devendo agir, inclusive, “ex officio”, sempre em prol do interesse público.

Desta forma, decidiu que os autores não possuem direito líquido a ser objeto de proteção, quando se trata de venda de bebida alcoólica e cigarros, nas proximidades de escolas públicas, em pura violação à norma estadual. Quanto à declaração de inconstitucionalidade do art. 1º, da Lei Estadual nº 6.368/93, se declarou ser incompetente para tanto, devendo tal alegação ser questionada junto ao Supremo Tribunal Federal.

 

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