Saúde

IMUNIDADE: Anticorpos induzidos por Covid-19 leve podem durar “toda vida”, diz estudo

Foto: mattthewafflecat/Pixabay

Por meio de um estudo com amostras de sangue e de medula óssea de pacientes, pesquisadores da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, especulam que pessoas que tiveram casos leves de Covid-19 podem continuar produzindo anticorpos contra o coronavírus por toda a vida.

A descoberta foi publicada na última segunda-feira (24) na Revista Nature e sugere que surtos repetidos da doença são provavelmente incomuns. Isso porque 11 meses após a infecção com sintomas leves, os participantes do estudo ainda apresentaram células imunológicas capazes de fabricar anticorpos.

Em 2020, algumas pesquisas indicaram que a quantidade dessas imunoglobulinas caía rapidamente após a infecção pelo coronavírus. Mas, de acordo com Ali Ellebedy, coautor do estudo, o problema foi a itnterpretação disso. “É normal que os níveis de anticorpos diminuam após a infecção aguda, mas não chegam a zero; eles se estabilizam. Encontramos células produtoras de anticorpos em indivíduos 11 meses após os primeiros sintomas. Essas células viverão e produzirão anticorpos pelo resto da vida das pessoas”, afirma, em comunicado.

O novo estudo contou com amostras de sangue de 77 participantes, coletadas em intervalos de três meses a partir de um mês após a infecção pelo vírus da Covid-19, o Sars-CoV-2. A maioria dos pacientes teve casos leves da doença, mas seis deles precisaram ser hospitalizados.

Amostras de medula óssea de 18 pessoas do grupo também foram coletadas, entre sete e oito meses após a infecção. Depois de quatro meses, cinco participantes passaram por novas coletas. Por fim, os cientistas também recolheram amostras desse mesmo tecido em 11 pessoas que nunca tiveram Covid-19.

Como já era esperado, os níveis de anticorpos no sangue dos participantes com a doença caíram nos primeiros meses, estabilizando-se depois. Mas a novidade foi que havia células produtoras dessas substâncias em 15 das amostras de medula óssea de pessoas com Covid-19 leve.

Essas células fabricantes de anticorpos apareceram inclusive após quatro meses nas cinco pessoas que forneceram uma segunda amostra de medula. E nenhum dos 11 participantes que nunca teve Covid-19 apresentou essas “fábricas”.

Tais células operam da seguinte maneira: primeiro, multiplam-se durante a infecção viral no sangue. Depois, exercem sua função até morrerem e então o nível de anticorpos finalmente cai.

Mas uma pequena parcela, chamada de células plasmáticas de longa vida (LLPCs, na sigla em inglês), migra para a medula óssea. Lá, elas secretam continuamente níveis baixos de anticorpos na corrente sanguínea.

“Essas células não estão se dividindo. Elas estão sossegadas, apenas paradas na medula óssea e secretando anticorpos. Elas têm feito isso desde que a infecção foi resolvida e continuarão fazendo isso indefinidamente”, explica Ellebedy.

Galileu

Opinião dos leitores

  1. Pois bem, se o indivíduo teve COVID leve, mas foi praticamente obrigado a tomar a vacina e, eventualmente, tenha efeitos colaterais decorrentes da vacina, que o leve a óbito, quem deverá ser responsabilizado, sobretudo pela tentativa de criarem restrição sanitária até para frequentar transportes públicos, escolas etc, em certos lugares.

  2. Gostaria que o posto acima fosse verdade absoluta, porém, já existem relatos de pessoas reinfectadas que foram a óbito, pessoas que foram infectadas e imunizados com a segunda dose, e mesmo assim vieram a óbito pelo covid. Tudo nessa história tem muito achismo, todos buscam efetivamente certezas, e oro que elas aconteçam, mais muito ainda há para ser revelado. Tornaram política uma questão de saúde pública, brincam com o nossa ignorância, tripudiam da nossa inteligência, e aí, muitos navegam no mar da ignorância, assim, manter todos os cuidados preconizados é a conduta mais correta.

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Denúncia

FOTO: Rua Dr. José Gonçalves com a Poty Nóbrega, no bairro Lagoa Nova, em Natal, não tem uma solução após anos; CAERN diz que responsabilidade é da Prefeitura

Foto: Cedida

Desabafo de moradores do bairro Lagoa Nova, na Zona Sul de Natal, destaca queixa de um problema de vários anos que a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) mexe, mas não consegue resolver. Rua Dr. José Gonçalves com a Poty Nóbrega, que ficou interditada para obras por 1 anos e 11 meses. A Prefeitura do Natal também é alvo de crítica dos reclamantes.

“Seis anos de obras coordenados pela CAERN. É um absurdo essa falta de responsabilidade com o dinheiro público”, desabafou um morador, relatando a situação neste momento no trecho, após chuvas.

CAERN diz que responsabilidade é da Prefeitura do Natal

Em relação à notícia “Rua Dr. José Gonçalves com a Poty Nóbrega, no bairro Lagoa Nova, em Natal, não tem uma solução pela CAERN após anos”, a Caern esclarece que as situações de alagamentos de vias públicas, decorrentes de água de chuva, a exemplo do que ocorre na rua Dr. José Gonçalves, não são de responsabilidade desta empresa. A Companhia atua no segmento de abastecimento de água e esgotamento sanitário. O serviço de Drenagem de águas pluviais é de responsabilidade do Poder Executivo Municipal. Ainda cabe esclarecer que a Caern não executou obra recente no referido endereço.

Opinião dos leitores

    1. Tem que privatizar sim, afinal NUNCA tivemos problemas com telefonia, planos de saúde e Cosern…privatiza tudo que melhora!

    2. Tem que privatizar TUDO! Os aborrecimentos com a CAERN são em dobro, pois além dos problemas que ela causa, a população ainda tem que pagar pelos prejuízos que ela causa… É uma pena que nem o governo do MINTO, que foi eleito prometendo privatizar muito, não fez nada! Nem mesmo as empresas estatais que ele poderia privatizar com uma canetada (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), a Empresa Gestora de Ativos (Engea), a Casa da Moeda, o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), a EBC (famosa Tv Lula), ele não o fez!

  1. Ops! A César o que é… O problema aí é de drenagem. Nada a ver com CAERN. A responsabilidade é da PMN e SEMOV.

  2. Os políticos perdem tempo em criticar uns aos outros. Não se vê, pelo menos o povo não tem conhecimento, de nenhum programa para acabar com esses alagamentos. Não se tem conhecimento de levantamento de pontos críticos de alagamento feito por nenhum vereador visando a solução do problema. Se esse levantamento é feito é para ser usado nas propagandas políticas da próxima eleição. Enquanto isso, o IPTU não falha.

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Clima

Ano de 2020 foi um dos mais quentes já registrados, aponta relatório da ONU

Foto: Carlos Monteiro/Enquadrar/Estadão Conteúdo

O ano de 2020 foi um dos três mais quentes da história, segundo um novo relatório do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado na segunda-feira (19). De acordo com a ONU, a temperatura média global esteve 1,2ºC acima dos níveis pré-industriais. Para a organização, nem mesmo a desaceleração econômica devido à pandemia freou os fatores que impulsionam a mudança climática e seu avanço.

Além disso, as temperaturas se elevaram no último ano, mesmo com o resfriamento devido ao fenômeno La Niña. O documento ainda afirma que, a última década também foi a mais quente da história do planeta. O ano mais quente até agora foi 2016.

A análise envolveu indicadores do sistema climático, como concentrações de gases de efeito estufa, aumento da temperatura terrestre e do oceano, nível do mar, derretimento do gelo e recuo das geleiras e condições climáticas extremas.

Na divulgação do relatório, o secretário geral da ONU, Antônio Guterres, alertou sobre a urgência de agir agora para proteger as pessoas dos efeitos desastrosos das mudanças climáticas. Guterres reiterou que os países precisam se comprometer com emissões líquidas zero até 2050, apresentar planos mais ambiciosos antes da COP26 em Glasgow.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. BG
    O detran-rn administrado por pelegos sindicais não funciona nada, nem pela internet, paguei ontem as taxas no sistema on-line do Banco do Brasil e até agora não consigo gerar o CRLV 2021. Só incompetentes, ainda bem que 2022 vem ai para retirarmos esses preguiçosos e INCOMPETENTES de lá.

  2. 54 milhões de vacinas distribuídas pelo Governo federal . Apenas 33 milhões foram usadas pelos Estados e municípios

    1. As compradas por Dória estão incluídas nessa conta?

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Saúde

Covid-19: CEO da Moderna diz que proteção de vacina da companhia pode durar anos

Foto: JOSEPH PREZIOSO / AFP

O CEO do laboratório americano Moderna, Stephane Bancel, afirmou nesta quinta-feira que a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela companhia oferece proteção contra o novo coronavírus “por anos”. Ainda não há, contudo, dados científicos sobre a duração da imunidade gerada por imunizantes e pela infecção natural pelo Sars-CoV-2.

A fórmula da Moderna já foi aprovada pelos Estados Unidos, Canadá, Israel e União Europeia (UE). Segundo um estudo publicado na revista científica New England Journal of Medicine respaldou a eficácia de 94,1% calculada pelos ensaios clínicos da Moderna, mas não há dados sobre quanto tempo durará imunidade proporcionada pela fórmula.

A pandemia da Covid-19 impôs um grau de emergência no desenvolvimento de vacinas, aprovadas em regime emergencial em diferentes países. Como a condução de ensaios clínicos e os procedimentos de farmacovigilância demoram anos, a duração da imunidade desenvolvida pelas vacinas ainda não é conhecida por cientistas e pelas reguladoras de saúde.

— O cenário de pesadelo descrito na mídia há alguns meses, com vacinas funcionando por apenas um mês ou dois está, na minha visão, fora de cogitação — disse Bancel, em um evento organizado pelo grupo financeiro Oddo BHF. — O decaimento dos anticorpos gerados a partir da vacina em humanos ocorre de forma bem devagar. Acreditamos que haverá proteção por alguns anos, potencialmente.

Bancel disse, ainda, que a companhia deve apresentar em breve dados que comprovariam a eficácia de sua vacina contra as variantes do Sars-CoV-2 identificadas no Reino Unido e na África do Sul. O CEO da Moderna tambénm prevê que a oferta global de doses do imunizante pode chegar a 1 bilhão neste ano.

A previsão inicial para 2021 era de 500 milhões, e foi atualizada para 600 milhões na última segunda-feira. Bancel não detalhou, no entanto, como a companhia ampliaria a produção em 400 milhões de unidades. A declaração foi feita apenas um dia após a aprovação da fórmula pela União Europeia. A Moderna integra a Covax Facility, coalizão global liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa universalizar o acesso às vacinas.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. É simples. Dá audiência J.Dantas! Sabe aquela história de querer ver o circo pegar fogo? Nenhum dos que falam essas bobagens aqui, podem falar mal da "porralouquice" de Bolsonaro! É tipo, o sujo falando do mal lavado!

  2. Zezinho do gado fraco, quem deve vacinar alguém contra alguns políticos é o povo e a justiça, pelo que sabemos essa vacina foi instituída por 57 milhões de brasileiros, complementada pela justiça, o que foi feito parcialmente. Agora, a Vcs só resta a caminhada do voto, está difícil, quem sabe com argumentos e qualidade a coisa melhore.

  3. Essa vacina é muito boa, porém ela não tem eficácia contra o pior vírus, o vírus da bozolândia.
    Esse vírus da ignorância, será derrotado com a democracia.

    1. Será que ela curaria o maior ladrão do mundo, luladrao e faria com que ele devolvesse todo o dinheiro desviado, roubado, usado em corrupção??????
      Seria excelente essa vacina. Kkkk

    2. Fico me perguntando como um blog que se diz "sério e responsável", permite e da voz a idiotas 24h por dia????… Como se Lula e Bolsonaro, soubessem da existência desses robôs e contratados de suas militâncias…O auxilio e a pandemia está contribuindo para a proliferação de idiotas ideológicos. Isto não é liberdade de expressão, é lixo e idiotice nos olhos dos leitores sérios… lamentável!

    3. Fique em casa e só procure um médico quando você estiver sentindo falta de ar! Siga as orientações da esquerda e da imprensa, e a vacina vc toma o placebo chinês.

    4. Pode chorar que Bolsonaro assinou o decreto liberando as lágrimas da esquerda.
      O Véio é bom, o Véio é espetacular

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Diversos

BRINCANDO COM O DESCONHECIDO? Micróbios de 100 milhões de anos são “ressuscitados” em laboratório

(Foto: JAMSTEC/Nature)

Em um novo estudo publicado na terça-feira (28) na Nature Communications, pesquisadores da Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia Terra-Marinha (JAMSTEC) conseguiram “ressuscitar” microrganismos com mais de 100 milhões de anos. Eles foram coletados há 10 anos no sistema de correntes marítimas Giro do Pacífico Sul, a região desse oceano com menor produtividade e nutrientes disponíveis.

“Nossa principal pergunta era se a vida poderia existir em um ambiente com poucos nutrientes ou se essa era uma zona sem vida”, disse Yuki Morono, líder do estudo, em declaração. “E queríamos saber quanto tempo os micróbios poderiam sustentar sua vida quase sem comida.”

No fundo do mar, existem camadas de sedimentos orgânicos provenientes de poeira e partículas que são transportadas pelas correntes de vento e do oceano. Nesses detritos, ficam presos diversos tipos de microrganismos — e foram exatamente esses micróbios que os japoneses decidiram investigar.

Usando uma sonda, os cientistas perfuraram núcleos de sedimento por cerca de 100 metros, a quase 6000 metros abaixo da superfície do mar. Os cientistas descobriram que o oxigênio estava presente em todas as regiões exploradas, sugerindo que, se o sedimento se acumular lentamente no fundo do mar a uma taxa de não mais de um ou dois metros a cada 1 milhão de anos, o oxigênio estará presente nestas camadas.

As amostras de microrganismos coletadas foram incubadas e alimentadas durante um longo período — e aí veio a surpresa: a grande maioria dos micróbios ainda estavam vivos. “No começo eu estava cético, mas descobrimos que até 99,1% dos micróbios em sedimentos depositados 101,5 milhões de anos atrás ainda estavam vivos e prontos para comer”, contou Morono.

A equipe de pesquisa espera aplicar uma abordagem semelhante a esta em outros estudos geológicos. De acordo com Morono, a vida desses microrganismos é muito mais lenta que a nossa e, portanto, a velocidade evolutiva deles também é menor. “Queremos entender como ou se esses micróbios antigos evoluíram”, disse o pesquisador. “Este estudo mostra que [os sedimentos no fundo do oceano] são um excelente local para explorar os limites da vida na Terra.”

Galileu

Opinião dos leitores

  1. Não se deve manipular a natureza dessa forma… mexer no q tá quieto é perigoso… pode vir mais pandemias por aí… ninguém pode garantir a segurança desse tipo de pesquisa…

  2. Agora a terra veia quebra de vz.
    Daqui a pouco vai aparecer alien saindo dos bucho do povo e vão dizer q não sabiam de nada.
    Mexer no que tá quieto só dá prejuízo.
    Vamos aguardar os próximos capítulos

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Saúde

Imunidade ao coronavírus pode durar anos, diz novo estudo

Foto: (Robert Bonet/NurPhoto/Getty Images)

Uma pesquisa publicada na prestigiosa revista científica Nature na quarta-feira revela que o corpo humano pode ficar protegido contra o novo coronavírus por mais tempo que se imaginava.

Nas últimas semanas uma série de estudos mostraram que a imunização contra a covid-19 pode ser curta, com a carga de anticorpos desaparecendo após algumas semanas. Seria um desafio adicional para as vacinas que estão em testes mundo afora, inclusive no Brasil, além de colocar em xeque a possibilidade de chegarmos a uma imunização de rebanho — quando ao menos 60% das pessoas já têm proteção contra o vírus.

Um estudo divulgado na segunda-feira pelo King’s College, de Londres, mostrou que os níveis de anticorpos contra a covid-19 atingem o pico três semanas após o início dos sintomas, mas depois diminuem rapidamente nas semanas seguintes.

Agora, a descoberta apontada na Nature mostra que pode haver uma “lembrança” longa do corpo humano em outra frente. O estudo não mirou o novo coronavírus, mas um vírus semelhante, o coronavírus responsável pela Sars, uma síndrome respiratória aguda que se espalhou entre 2002 e 2003. Pesquisadores de Singapura descobriram que um tipo de células de defesa, as células T, ainda estão ativas contra o vírus 17 anos depois.

A descoberta, segundo os pesquisadores, “apoia a noção de que pacientes com covid-19 desenvolverão imunidade a longo prazo pelas células T”. As células T, em linhas gerais, são especialistas em atacar invasores que estão dentro das células, fazendo um trabalho que complementa os anticorpos, especialistas em parasitas do lado de fora.

O estudo também esquenta um debate em curso há meses: o de que a proteção contra outros tipos de vírus possa, de forma cruzada, agilizar a resposta do organismo ao Sars-Cov-2.

Paulo Lotufo, epidemiologista da USP, afirmou em entrevista à GloboNews que a descoberta é sem dúvida uma notícia positiva, mas ressaltou que o novo coronavírus atua de forma mais ampla no organismo. “Em termos de virulência, os vírus são bem diferentes”, afirmou.

Exame

 

Opinião dos leitores

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Economia

Economia global vai sofrer por anos até se recuperar do coronavírus, afirma OCDE

Foto: Getty Images/BBC

O mundo vai levar anos para se recuperar do impacto da pandemia do novo coronavírus, avaliou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, ou clube dos países ricos).

Angel Gurría, secretário-geral da entidade, afirmou em entrevista à BBC que o choque econômico já é maior do que a crise financeira de 2008 ou a de 2001, após os ataques de 11 de Setembro daquele ano. Um crescimento global previsto para este ano de 1,5%, disse, já soa otimista demais.

Para ele, é quase uma confusão de desejo com realidade acreditar que os países vão se recuperar rapidamente, mesmo que não se saiba estimar direito qual será o tamanho do desemprego e das falências empresariais.

Gurría prevê que quase todas as grandes economias do mundo entrarão, nos próximos meses, em recessão, ou seja, sofrerão declínio econômico por ao menos dois trimestres consecutivos.

A entidade tem pregado aos países-membros que, como estratégia contra a pandemia, priorizem e ampliem maciçamente os gastos em diagnóstico e tratamento de pessoas infectadas.

Choque imenso

Gurría afirmou que a incerteza instalada pela pandemia é a maior em décadas. “A razão é que não sabemos o quanto demandará a recuperação dos empregos porque não sabemos quantas ficarão desempregadas ao fim disso tudo. Também não sabemos o que precisaremos para resgatar as milhares de pequenas e médias empresas que já estão sofrendo.”

Governos ao redor do mundo têm tomado medidas sem precedentes para apoiar trabalhadores e empresários durante a pandemia, que mais infectou mais de 300 mil pessoas.

O Reino Unido, por exemplo, anunciou que pagará parte dos salários dos trabalhadores impossibilitados de atuar em razão da doença.

Gurría defendeu que os governos ignorem os preceitos dominantes sobre endividamento público e utilizem “tudo o que for possível” para lidar com a crise.

Ele alertou, por outro lado, que esses déficits públicos e montanhas de endividados pesarão muito para os países nos próximos anos.

Sem recuperação rápida

Segundo Gurría, autoridades do G20 (outro clube de países ricos) acreditavam semanas atrás que a recuperação econômica seria como a letra “V”, ou seja, queda brusca da atividade econômica seguida de recuperação acentuada.

“Ali isso já era uma confusão de desejo e realidade”, afirmou.

“Eu discordo da ideia de um fenômeno em ‘V’. No melhor dos cenários, será como um ‘U’, com uma longa linha na base até atingirmos um período de recuperação. Nós podemos evitar que ele se pareça com um ‘L’, se tomarmos hoje as decisões certas.”

A OCDE, entidade a qual o Brasil tenta ingressar com apoio dos Estados Unidos, defende que o mundo adote um plano com quatro pilares para enfrentar a pandemia atual. Ele inclui exames gratuitos para diagnosticar a doença, melhores equipamentos para profissionais de saúde, transferências de recursos para trabalhadores, incluindo os autônomos, e adiamento da tributação para empresas.

Gurría compara o nível de ambição ao Plano Marshall, que ajudou a bancar a reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Impacto econômico no Brasil

Desde janeiro, as análises sobre o impacto do surto na economia do Brasil apontam um cenário cada vez mais negativo. Mas isso tem mudado com rapidez.

Inicialmente, em fevereiro, o governo Jair Bolsonaro falava em impacto de menos de 1 ponto percentual no crescimento previsto em torno de 2% do PIB. Na sexta-feira (20), o governo cortou sua projeção oficial de 2,1% para 0,02%.

Analistas e pesquisadores apontam que o Brasil pode enfrentar um recuo da economia, em patamar que lembra a crise financeira de 2008 e a greve dos caminhoneiros em 2018.

Segundo estudo da Fundação Getulio Vargas, o PIB brasileiro pode recuar 4,4% em 2020. Para o banco Itaú, se a economia brasileira sofrer uma paralisação tal qual ocorreu na China durante as quarentenas impostas, o PIB pode cair 0,7% neste ano.

As expectativas econômicas têm desabado ao redor do mundo.

No início deste mês, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) previu que a pandemia poderia custar à economia global até US$ 2 trilhões neste ano (cerca de R$ 10 trilhões).
Países que dependem da venda de matérias-primas, como o Brasil, estão em uma situação delicada, alertou a UNCTAD.

R7, com BBC Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. E quanto tempo precisaremos para nos recuperar da perda das pessoas, dos nosso entes queridos, dos seres humanos nossos irmãos?

  2. O Governo neste momento serve para isso também, não é só alimentar e manter as mordomias de um grupo minoritário de aproveitadores bancados a custa de impostos que o povo paga. Eu praticamento tenho certeza, quem vai sofrer muito também são os que vivem de investimentos e ações nas costas do sofrimento do povão, estão sem saber onde especular. O pobre não tem essa dor de cabeça, não tem nada mesmo, a perda financeira é insignificante.

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Jornalismo

Inconformado com separação, homem mata filhos de 10, 11 e 12 anos

Simplesmente um absurdo daqueles que você para e pensa: “que mundo é esse que estamos vivendo?”. Supostamente inconformado com a separação da esposa, um trabalhador rural de 34 anos matou os filhos de 10, 11 e 12 anos e depois se suicidou no município de Diorama (GO), distante 264km de Goiânia. Os crimes foram cometidos na fazenda São Domingos, de propriedade do irmão de Vanderley Rodrigues da Silva, pai das crianças, às margens do rio Caiapó, na manhã desta quinta-feira (12).

Segundo informações da Polícia Militar (PM) de Diorama, Vanderley disse ao irmão que ia levar os filhos para o rio. Os corpos das crianças foram encontrados dentro do carro do pai, com ferimentos nas cabeças, e o homem estava caído do lado de fora do veículo. Com ele estava um revólver calibre .38.

Ainda de acordo com a PM, o casal estava separado há um mês e a mãe das crianças teria se mudado para Caiapônia (GO) porque não queria ficar com os filhos. Ao saber da notícia, ela foi levada ao hospital da região em estado de choque.

O irmão de Vanderley contou à polícia que o parente não tinha histórico de violência, nem problemas mentais, afirmou o cabo Fábio. “O irmão acha que foi crime passional mesmo, para repreender a esposa pela separação, já que ele estava inconformado”, relatou o militar.

A polícia irá investigar se houve algum tipo de abuso contra as crianças antes do assassinato. O laudo deve sair dentro de 30 dias.

Fonte: O imparcial

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