Judiciário

Antes de sair, Janot quer finalizar inquérito-mãe contra 4 siglas e caciques na Lava Jato

PP, PT e PMDB estão na mira do procurador-geral, que deve deixar o cargo em setembro. Com o fim do recesso no Judiciário, STF também volta a analisar casos pendentes da operação, como a denúncia contra o senador Fernando Collor de Melo

Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil – Geraldo Bubniak/Ag. O Globo

O fim do recesso do Judiciário, na semana que vem, vai voltar a movimentar também a operação Lava-jato no âmbito do Supremo Tribunal Federal. Além de uma nova denúncia contra o presidente da República, o procurador-geral, Rodrigo Janot, está perto de finalizar as primeiras denúncias do inquérito-mãe da operação, aberto ainda em 2015.

Janot quer deixar o cargo, em setembro, já com essas denúncias encaminhadas. Os casos apuram a participação de partidos políticos como organizações criminosas que atuavam na Petrobras e tem como base as primeiras delações da Lava-jato, a do doleiro Alberto Youssef e a do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Devem ser oferecidas quatro denúncias, contra o PP, o PT e duas contra o PMDB – uma para o grupo da Câmara e outra para o do Senado. E as peças atingem nomes das cúpulas das legendas.

A do PT, por exemplo, tem entre os investigados o ex-presidente Lula e os ex-ministros Jaques Wagner e Antônio Palocci. Já nas denúncias do PMDB estão os caciques do partido, como os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros.

A doutora em direito penal pela Universidade de Brasília Soraia Mendes explica que o caso é complexo e por isso a dificuldade do Ministério Público em finalizar as denúncias mais de dois anos depois da abertura do inquérito.

‘A gente não pode nem dizer que há uma demora. O que temos é um processo que demanda uma complexidade, por um rito ainda na fase investigatória, que demanda uma ação e acompanhamento cotidiano da mais alta corte brasileira, e isso não é algo que se faz em dias ou horas, mas que realmente pode demandar meses para que uma autorização seja dada e para que uma autorização de desmembramento seja feita.’

Os partidos e políticos investigados negam qualquer tipo de irregularidade. O Ministério Público Federal também tem ainda algumas delações em negociação, como a do ex-deputado Eduardo Cunha, a do doleiro Lúcio Funaro, a do ex-ministro Antônio Palocci e a do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS. Casos pendentes que Janot também espera terminar antes de deixar o cargo em setembro.

O fim do recesso no Judiciário também movimenta o STF. O relator do caso, o ministro Edson Fachin, deve decidir sobre um pedido da defesa de Temer para ter acesso a sete áudios que foram recuperados do gravador do empresário Joesley Batista. A ideia da defesa de Temer é ter acesso a esses áudios antes do dia 2, data da votação da denúncia na Câmara.

Fachin também já liberou para julgamento da segunda turma da Corte uma denúncia contra o senador Fernando Collor, por supostas irregularidades na BR Distribuidora. A denúncia já foi liberada, mas ainda não tem data para o julgamento.

CBN – Globo

 

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