Saúde

Pacientes sem identificação dificultam à assistência no Hospital Walfredo Gurgel

Foto: Ilustrativa

Uma das situações que mais preocupam e causam diversos transtornos as rotinas das equipes assistenciais do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) são as internações de pacientes que dão entrada e permanecem durante longos períodos sem identificação. Em sua grande maioria, o perfil desse tipo de paciente é caracterizado por ser do sexo masculino, acima dos 25 anos, morador de rua, vítima de acidente de trânsito ou da violência urbana e que no momento da ocorrência, não portava qualquer documento pessoal com foto.

Quase sempre trazidos pelo Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), as vítimas geralmente chegam com quadro agravado de saúde, inconscientes e necessitando de atendimento médico de urgência. “Estes são os pacientes de maior risco e que chegam a permanecer muito tempo em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Isso dificulta ainda mais o trabalho do Serviço Social porque não temos nem como conversar com o paciente para extrair dele alguma informação que possa nos orientar para encontrar algum parente, amigo ou conhecido”, explica a chefe do Serviço Social, Sandra Moura.

Estar em um ambiente de tratamento intensivo, porém, não é o único fator que pode dificultar a identificação do paciente. Os traumas decorrentes dos acidentes também podem causar confusão, agitação e perda de memória. Outras vezes, o acidentado não possuiu documentos pessoais, não sabe o nome dos parentes, não lembra um número de telefone, nem do endereço residencial. “Enfrentamos as mais diversas situações. Já tivemos casos de pessoas que nos davam o nome do bairro e da rua, mas nenhum morador afirmava conhecer o paciente”, relembra Sandra. Demais situações como não lembrar o próprio nome, o do pai ou da mãe, nunca haver possuído sequer uma certidão de nascimento, não são raras.

A situação se complica ainda mais quando o paciente, após meses de internação, recebe alta médica. Sem ter para onde ir e sem familiares que o recebam, o doente permanece por longos períodos ocupando um leito nas enfermarias do Walfredo Gurgel, impedindo que outro paciente, em uma maca no corredor, receba essa vaga.

A diretora geral do HMWG, Maria de Fátima Pereira Pinheiro, diz que “apesar de não ser a principal causa da superlotação dos corredores do Pronto Socorro Clóvis Sarinho (PSCS) a desocupação de um leito em enfermaria (por um paciente não identificado e já de alta) faz toda a diferença para quem precisa de um melhor atendimento e cuidado”.

Sandra chama a atenção para a falta de espaços públicos onde estes pacientes possam ser recebidos quando precisam se desligar do hospital. “O município de Natal não tem unidades para assistir pessoas que precisam de guarida depois que saem de alta. E este é um problema gravíssimo que já devia ter sido resolvido pelos gestores do município”. Ela ainda conta que, sem ter para onde encaminhar o paciente, este permanece no HMWG recebendo alimentação, atenção das equipes assistenciais e passando a usar as instalações do hospital como hotelaria e não mais para cuidados médicos.

Quando o paciente vai a óbito, outro problema surge: o enterro sem identificação. Se vítima de violência, o corpo é encaminhado para o Instituto Técnico de Polícia (Itep) que adota as medidas cabíveis do sepultamento como indigente. Mas, quando o doente vem a falecer de causas naturais, o corpo é doado a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que, após um período de 30 dias, cede o cadáver para o departamento de biociências para fins científicos.

Diante de tanto, a assistente social alerta: “é imprescindível que todo cidadão ao sair de casa porte seus documentos pessoais de identificação, além do Cartão SUS. Não sabemos o que vai acontecer conosco ao sairmos para trabalhar, para ir ao médico, ao shopping. Até mesmo para fazer alguns exames pelo Sistema Único é preciso estar identificado. Por isso, sempre que precisar deixar seu lar, por qualquer razão, porte seus documentos”.

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Esporte

Turistas podem ficar sem atendimento médico nas Olimpíadas, dizem entidades

22-jun-2015-vista-aerea-do-parque-olimpico-do-rio-de-janeiro-as-construcoes-do-local-ja-podem-ser-vistas-do-alto-1435017224080_615x300A rede pública de saúde do Rio de Janeiro não está preparada para atender os milhões de turistas que virão para as Olimpíadas, afirmaram hoje (11) os dirigentes do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) e do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SindMed/RJ).

“Hoje há uma falência decretada no setor da saúde pública, e precisamos interromper um ciclo de impunidade na saúde do Rio de Janeiro”, disse o presidente do sindicato, Jorge Darze, em coletiva de imprensa nesta tarde. Ele adiantou que vai ajuizar uma ação contra o governo do estado por crime de responsabilidade pelo quadro atual da saúde no Rio.

“Os estrangeiros que vierem para as Olimpíadas precisam saber que, se ficarem doentes, terão dificuldade de serem atendidos e que encontrarão uma situação gravíssima. Tememos que haja mortes por conta desse problema e os médicos não poderão ser responsabilizados por isso”, acrescentou.

Para o vice-presidente do Cremerj, Nelson Nahon, um dos motivos do fracasso da saúde pública no Rio de Janeiro é o modelo de gestão adotado no sistema público de Organizações Sociais (OSs), que segundo ele é caro, ineficaz e antiético.

“O Tribunal de Contas [do município] avaliou 12 contratos de nove OSs e encontrou irregularidades de R$ 80 milhões”, disse. Ele afirmou que o estado enfrenta hoje déficit de cerca de 150 leitos, diariamente. “E quando se fala em oncologia, no Rio, a fila é de cerca de 600 pacientes por dia. Morre gente todo o dia no Rio de Janeiro por falta de condições nos hospitais”, declarou.

O governo do estado informou, por meio da assessoria, que não se pronunciaria sobre as críticas e declarações feitas na coletiva.

Estado de emergência

No dia 23 de dezembro, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, decretou Estado de Emergência no Sistema de Saúde. Dias depois, o Ministério da Saúde criou um gabinete de crise e anunciou envio de R$45 milhões ao governo fluminense para amenizar a crise na saúde.

Na semana passada, os hospitais estaduais Albert Schweitzer, em Realengo, e Rocha Faria, em Campo Grande, foram municipalizados. Nesta manhã, funcionários do Rocha Faria protestaram contra a municipalização do hospital, alegando que o hospital está sendo privatizado, e não, municipalizado, já que vai ser gerido por uma organização social (OS).

Fonte: Agência Brasil

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Diversos

Discentes da FACISA, UFRN Santa Cruz, realizaram grande manifesto em prol de melhorias pela assistência estudantil

Ontem por volta das 18h30, discentes da FACISA, UFRN Santa Cruz, realizaram grande manifesto em prol de melhorias pela assistência estudantil. Em rede social, a coordenadora do Diretório Central dos Estudantes da UFRN, Daniella Araújo, expõe o pensamento da coletividade acadêmica em desabafo:

“PROTESTO NA FACISA: ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL CADÊ VOCÊ?

Tem gente que ainda não se tocou que o povo está cansado de demagogias, instrumento de credibilidade comumente utilizado pela velha classe política para ambições eleitorais. Na UFRN em Santa Cruz -FACISA não é diferente, os estudantes sentem na pele o uso eleitoreiro das *bolsas* que deveriam ser Assistência Estudantil mas, não passam de programas que servem para elastecer os problemas vésperas as eleições, demonstrando como ainda funciona aquela velha política dos coronéis que dominavam a região, com aquele toma lá da cá. Assistência estudantil é uma coisa, assistencialismo barato é outra. A primeira liberta, a segunda escraviza. Assistência estudantil é direito, não é favor!”

Segundo nota dos discentes, acadêmicos de todos os cursos ofertados pela instituição, tentam trazer à tona a verdadeira face de uma realidade maquiada, mostrando a real situação dos estudantes nas precárias condições atuais, entre eles a estudante de Enfermagem Luana Medeiros publica pauta sobre alguns (dos vários) motivos apontados na realização da manifestação:

“Em virtude do descaso ao abandono sofrido pelas instâncias as quais deveriam nos gerir, formulamos a presente pauta apontando as reais necessidades nas quais passam despercebidas aos olhos dos que do alto do poder não conseguem enxergar.

”Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes… III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;…”

“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”

* AUXILIO ALIMENTAÇÃO

O valor em repasse (CENTO E CINQUENTA REAIS), é insuficiente para suprir necessidades básicas nutricionais dos estudantes, pedimos uma avaliação de valores, assim como maior transparência sobre a regulamentação de data precisa para repasse deste auxílio estudantil;

* ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL
Pedimos maior participação da direção na vida estudantil para maior observação dos problemas enfrentados tanto em sala de aula, como fora dela que se entrelaça no ramo acadêmico. Pedimos assistência:

* Para os estudantes estagiários: Em virtude da necessidade prática dos cursos ofertados pelo campus, somos lesados financeiramente e moralmente com prejuízos que cobrem desde a locomoção municipal para os estabelecimentos de saúde, até com o esgotamento físico/psicológico ocasionado pela falta de centro para descanso e alimentação extra nos campus localizados em outros municípios, englobando não apenas residentes, mas todos os alunos do campus que necessitam desta atenção.

* Para os estudantes de outros municípios que por sua vez, são forçados a passar o dia fora de suas casas sem nenhum amparo para suas necessidades privativas entre horários que deveriam ser de descanso para todos os estudantes e funcionários da instituição;

* Para os residentes que enfrentam problemas diários que vão desde estrutura física do prédio até ao prejuízo intelectual por falta da assistência que nos é negada.

* MANUTENÇÃO DO PATRIMÔNIO

Apesar de recém-inaugurada, a Residência Universitária já se encontra em estado crítico resultante do mau planejamento e instalações precárias que se mostram no decorrer dos ambientes, representando um risco a integridade física e intelectual dos residentes.

* SEGURANÇA

Pedimos também maior segurança para o patrimônio e para os estudantes em virtude dos crescentes assaltos ocorridos pela cidade inclusive aos arredores da residência. Ano passado, 2013, nos foi prometido verbalmente a instalação de câmeras de vigilância, assim como disponibilização de armamento para vigilantes, ainda aguardamos pacientemente por alguma resposta sobre o assunto.

* AUXILIO TRANSPORTE
Consideramos a possibilidade de auxilio transporte em virtude da necessidade de novas vivências acadêmicas assim como para retorno as respectivas cidades de origem, fazendo parte integral a saúde mental dos estudantes.

* PARTICIPAÇÃO ESTUDANTIL

Queremos também maior participação estudantil sobre tomadas de decisões que abordem a todos para evitar maiores inconveniências, prejuízos esses que vão desde uma “simples porta de vidro” até na escolha e classificação de professores substitutos, afinal, esses e muitos outros são assuntos voltados diretamente ao interesse do corpo estudantil e estamos cansados de embates e consequências perceptíveis ao longo dos períodos letivos com desfragmentação de conteúdos e consequente quebra de desenvolvimento intelectual.

* AMPARO AOS ESTUDANTES

‘Vai e vem’ Chega de sermos tratados como brinquedo de criança, aqui exigimos respeito pelos superiores, exigimos rapidez na construção de espaço de convivência para os alunos, exigimos salas de monitoria fixas, exigimos sala para reuniões (projetos, grupos de estudo), salas abertas antes das aulas, exigimos por fim espaço para acolhimento, troca de experiências, convivência integrada pois “nem só de pão vive o homem”, precisamos de relações sociais que transcendam relações acadêmicas, pois sem isso a universidade deixa de ter esse título para virar instituição de ordem mecânica, para moldar “peças” e jogá-las no mercado de trabalho, como exigir de nós, como futuros profissionais de saúde a tão discutida humanização na assistência se isso passa a distância do modo da formação a qual é nos fornecida?

* AUXÍLIO XEROX
Decorrente ao precário acervo bibliográfico, onde a falta de literatura recomendada é predominante em todos os cursos.

* ATENÇÃO PSICOLÓGICA

Devido ao modo de vida acadêmico sobrecarregado ao qual estamos inseridos, sem nenhum aporte emocional, individual ou coletivo.

Opinião dos leitores

  1. Recebem bolsa de tudo e ainda fazem greve esses servidores pretenciozos, vão trabalhar fazer greve é bom demais.

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Jornalismo

Deputado propõe criação de unidade móvel da Central do Cidadão

O deputado Leonardo Nogueira – DEM propôs à governadora Rosalba Ciarlini e ao secretário da Justiça e da Cidadania Kércio Pinto a implantação de uma unidade móvel itinerante da Central do Cidadão, para oferecer, em um mesmo local, diversos serviços de natureza pública ao cidadão distante dos grandes centros.

A ideia do parlamentar é que a permanência da unidade móvel em cada localidade dependerá do número de habitantes e da demanda pelos serviços, variando de 3 a 15 dias. O horário de funcionamento também deverá ser diversificado, devido ao tempo de deslocamento dos funcionários da cidade-sede até o local de atendimento. Nas cidades-sede, por exemplo, o atendimento deverá ser realizado por 12 horas consecutivas, de segunda a sábado.

“Nas unidades móveis serão prestados serviços como emissão de RG, Carteira de Trabalho, Atestado de Antecedentes Criminais, além de uma série de serviços públicos eletrônicos disponibilizados como consulta de débitos de IPVA, DPVAT, multas de trânsito, pontos na CN H, registro de boletim de ocorrência, entre outros.

O deputado Leonardo Nogueira disse ainda que a unidade móvel da Central do Cidadão consistirá em carreta e ou ônibus especialmente adaptados para o atendimento da população, tendo como objetivo principal atender a população residente em bairros e municípios distantes dos postos fixos.

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