Judiciário

Documento mostra que Henrique Alves atuou junto ao TCU para favorecer OAS, diz MPF

O ex-ministro Henrique Eduardo Alves, preso pela PF em sua casa em Natal (RN) – Estadão Conteúdo

Uma troca de mensagens entre Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, mostra que o ex-parlamentar se comprometeu a atuar junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) em favor dos interesses da empreiteira em um processo que poderia barrar financiamento do BNDES para a Arena das Dunas. É isso o que aponta a denúncia feita nesta terça-feira — e informada nesta quarta — pelo Ministério Público Federal (MPF).

“Seg, em BSB, vou pra cima do TCU. Darei notícias!”, escreveu Alves ao empresário.

Em outro trecho da denúncia, os procuradores apresentaram uma mensagem em que Léo Pinheiro pergunta a Eduardo Cunha se foi aprovada a rolagem da dívida no município de São Paulo. Cunha respondeu, segundo a investigação:

“Sim”; “Aprovamos”.

Na denúncia, que reúne mensagens de celulares, prestações de contas eleitorais, dados bancários e telefônicos, depoimentos e documentos, o MPF do Rio Grande do Norte acusa os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Manus, um dos desdobramentos da Lava-Jato. Os dois estão presos.

Além dos dois ex-deputados, também foram denunciados pelo MPF José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, presidente da construtora OAS, mais outras três pessoas.

Henrique Eduardo Alves também foi ministro do Turismo no início do governo do presidente Michel Temer. Ele foi preso no início deste mês. Cunha está preso em Curitiba e já foi condenado pelo juiz Sergio Moro.

Os dois peemedebistas são acusados pelos procuradores de de terem recebido propinas disfarçadas de doações eleitorais, oficiais e não oficiais, entre 2012 e 2014. Em troca, afirma o MPF, eles teriam atuado para favorecer empreiteiras como OAS e Odebrecht, que fez acordo de delação premiada.

O Ministério Público pede que os acusados sejam condenados ao pagamento de R$ 15,5 milhões por danos materiais e morais para ressarcir os crimes que teriam cometido.

O Globo

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