Saúde

Como Belo Horizonte manteve baixa letalidade por Covid-19

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) Amira Hissa/PBH/Divulgação

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), começa nesta segunda-feira, 25, a começar a tirar a cidade da quarentena. Ele, no entanto, afirma que não dá para baixar a guarda: “Se todo mundo for para a rua, sem cuidado, a explosão de contaminação ocorre em duas semanas. Quem achou que estava tudo bem foi o prefeito de Milão, que abriu antes da hora e, depois, viu 14.000 caixões saindo da cidade”, afirmou o prefeito a VEJA.

Belo Horizonte foi a primeira capital brasileira a decretar isolamento social como forma de combate à pandemia do novo. Desde 18 de março, apenas atividades essenciais têm permissão para funcionar, o que incluiu a indústria de transformação, além de supermercados, farmácias, hospitais, serviços de transportes e entrega de comida.

O distanciamento precoce é considerada a principal razão do baixo número de mortes contabilizado na capital mineira até agora: 39. O recolhimento da população em casa, antes de o vírus circular livremente em um território, foi o que permitiu o chamado “achatamento da curva”, ou seja, a redução da velocidade de propagação do vírus, explicam os infectologistas. Foi o que aconteceu em Belo Horizonte, pelo menos por enquanto, que tem uma das menores taxas de letalidade do país.

A reabertura do comércio, a partir desta segunda, ocorrerá sob uma série de regras de horários de funcionamento e de distanciamento entre funcionários e clientes, além do uso obrigatório de máscaras e protocolos de higienização. A flexibilização ainda impede que pessoas que pertençam ao grupo de risco para Covid-19 voltem ao trabalho. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, sem uma vacina ou tratamento para a doença, é possível que a cidade tenha de conviver com alguma restrição pelos próximos dois anos.

Leia os principais trechos da entrevista:O que o senhor achou da declaração do governador Romeu Zema (Novo), que afirmou na rádio Jovem Pan que o senhor é um prefeito “fora da curva” e que toma “medidas extremas para chamar atenção”?

Considerei uma agressão gratuita. Parafraseando o Winston Churchill, em um livro atual para o momento que vivemos, o Memórias da Segunda Guerra Mundial, digo que o governador vai em um estranho paradoxo, decidido só a não decidir; resolvido só a não resolver; firme na deriva, sólido na fluidez, onipotente na impotência.

O governador também disse que a prefeitura de Belo Horizonte fez pouco em relação à pandemia.

Eu posso dizer que Belo Horizonte criou três centros para tratamento da Covid-19 para atender quem precisar de atendimento e todo mundo que precisou teve atendimento até agora. A taxa de letalidade da cidade esta em 2,81% de óbitos, enquanto o resto do estado está em 3,41%, e isso porque os números da capital estão ajudando a derrubar a letalidade do estado. Nós distribuímos 628 mil cestas básicas nesses dois meses, uma para cada aluno da rede municipal de ensino. A gente sabia que as pessoas iam ficar sem dinheiro para ir ao mercado. A nossa secretaria de Ação Social distribuiu tudo sem filas, porque nós temos o cadastro das pessoas das vilas, das favelas e fizemos a distribuição pelo CPF das pessoas, que retiraram as cestas nos mercados dos seus bairros. Nós compramos 2 milhões de máscaras laváveis para distribuir para as pessoas que mais precisam.

Belo Horizonte foi a primeira capital a decretar quarentena no país e agora está iniciando a abertura. Como foram essas tomadas de decisão?

A gente teve o primeiro caso confirmado em 16 março. Eu liguei para o meu secretário de Saúde, o Jackson Machado, que é médico, e pedi uma reunião com os melhores infectologistas que ele pudesse chamar. Fizemos a reunião no dia seguinte, ouvi tudo o que eles tinham a dizer e assinei o decreto de quarentena em 24 horas. Quem decidiu isso, portanto, foi meu secretário de Saúde, que entende do assunto, que está discutindo com infectologistas, epidemiologistas e, claro, todos nós da prefeitura. Eu não tenho capacidade para decidir e não vou fazer nada na base do achismo. Se fosse um caso de engenharia urbana, como aconteceu na tempestade que ocorreu aqui na cidade no início do ano, aí, sim, eu poderia decidir, porque sou engenheiro e conheço o assunto. Mas nessa pandemia a gente tem de ter juízo e tem de delegar para quem entende. A responsabilidade é minha, mas tenho de ouvir quem domina o assunto. Isso é ter autoridade. Isso é saber delegar. Quem sabe delegar não tem menos poder. Delega porque tem poder.

A quarentena deu tempo de Belo Horizonte preparar a rede pública de saúde?

Olha, não dá para achar que está tudo bem. Nós, em BH, até temos uma situação mais controlada de mortes, nossos leitos de UTI destinados a Covid-19 estão com 40% de ocupação, os de enfermaria estão com 34%, mas a explosão de contaminação ocorre em duas semanas, se todo mundo for para a rua, sem cuidado. Aí, não tem o que fazer. Quem achou que estava tudo bem foi o prefeito de Milão e depois viu 14.000 caixões saindo da cidade. Nós temos que estudar o que aconteceu em outros lugares para decidir como agir aqui. Temos essa sorte de estar atrás deles. Se não fizermos melhor, é burrice.

Como o senhor avalia a posição do presidente Jair Bolsonaro, que foi contra o distanciamento social desde o início?

Não vai ter um CRM (médico com registro no Conselho Regional de Medicina) que assine isso (acabar com a quarentena)! O isolamento social é uma unanimidade não só brasileira, mas unanimidade planetária. Até agora não ouvi falar de nenhum outro remédio para essa pandemia, que não seja o isolamento social. Se tivesse uma banca médica de um lado, dizendo uma coisa, e grupos de cientistas de outro, defendendo uma posição diferente, aí seria um assunto a ser debatido. Aí, sim, o presidente poderia e deveria fazer o debate e depois tomar sua decisão. Mas não existem dois lados. São médicos ingleses, italianos, franceses, americanos, brasileiros, todo mundo dizendo a mesma coisa: se quiser ter menos mortes, tem de fazer isolamento social. É uma decisão unânime pela vida. Só conheço um médico contra o isolamento, que é o Osmar Terra. Não tenho nada contra ele, mas se só ele estiver certo, vai ser o próximo Prêmio Nobel da Medicina.

“Quem achou que estava tudo bem foi o prefeito de Milão e depois viu 14.000 caixões. Nós temos que estudar o que aconteceu em outros lugares para decidir como agir. Temos essa sorte de estar atrás deles. Se não fizermos melhor, é burrice”

O senhor discorda, então, da postura do presidente?

Olha, nós temos de ter juízo. Ninguém é culpado do que está acontecendo. A economia já foi embora, e foi no mundo inteiro, não só no Brasil. Se o Bolsonaro entendesse que ele não é culpado pela pandemia e que ninguém vai culpá-lo pela crise econômica, ele daria um grande passo e passaria a lidar melhor com a situação. O problema é que a gente só ouve que é preciso abrir, abrir, mas não tem um caminho, uma metodologia criada pelas autoridades federais de como essa abertura pode ser feita com segurança. A gente só vê a guerra de que tem que abrir porque a economia está acabando. Todo mundo sabe disso. Agora o que eu não quero é levar para o caixão a culpa de ter deixado uma pessoa morrer porque não fiz o que sabia que precisava ser feito.

O senhor que dizer que não poderia ter deixado de decretar o distanciamento social, é isso?

Isso é uma questão matemática. O único problema da Covid-19 é que eu preciso ter leito de hospital para atender os que que tiveram as formas mais graves da doença, porque os graves precisam de tratamento específico e ficam muito tempo na UTI. Se eu tivesse leito para atender todo mundo que se infectasse de uma vez, não teria problema. Mas isso é impossível, por isso que fazemos isolamento: para diminuir a velocidade de infecção e dar conta de ir atendendo quem ficar grave. Se BH tem 2,6 milhões de pessoas e só 1% dos infectados precisassem ir para a UTI, eu precisaria ter 26.000 leitos. Se isso acontecer ao mesmo tempo, vai morrer um monte de gente que não morreria se tivesse atendimento adequado. E ter leito não é só ter equipamento, não. Inclui ter profissional preparado, porque para entubar um paciente, o médico precisa ter prática. Meu filho, que é médico, me contou como foi quando ele entubou uma pessoa pela primeira vez: passou o resto do dia no banheiro. E a gente já sabe que a qualidade do atendimento conta muito para salvar um paciente dessa doença.

O senhor que foi dirigente de futebol, presidente do Atlético-MG, é a favor da volta dos campeonatos?

Em Belo Horizonte, não volta. Não dá para pensar nisso agora. O futebol vai voltar quando o cinema, quando teatro puderem voltar. Essa frase é batida, mas vou dizer: futebol é a coisa mais importante entre as coisas menos importantes do mundo. Vai voltar com protocolo, com tudo certinho. Mas temos de preparar protocolo para tudo, para todas as áreas, para o comércio, para a escola, para tudo. Estamos fazendo isso por parte, com participação dos empresários da indústria, do comércio, com a área de saúde. Agora é hora de pensar em leito de hospital, em cesta básica, em máscara, em respirador, em equipamento de proteção individual para o médico, o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o fisioterapeuta. Não é hora de pensar em futebol.

O senhor sofreu muitas críticas por causa do isolamento por algum setor da sociedade?

No começo, vinha gente buzinar todo dia na porta da minha casa. Passaram duas semanas buzinando sem parar. Mas eu já disse que não tenho medo de buzina. Quem tem medo de buzina é cachorro distraído atravessando a rua.

O secretário de Saúde disse que a flexibilização será feita em etapas e pode ser interrompida se a pandemia se agravar. Quais são as condições para que a abertura ocorra?

A abertura vai depender do comportamento da população. Se o número de casos subir muito e a disponibilidade de leitos cair, vamos ter de dar um passo atrás ou mesmo fechar mais ainda, até o lockdown. Aqui nós olhamos indicadores, não tem nada na base do achismo. A equipe da vigilância sanitária fez um trabalho grande para que a gente permita que os estabelecimentos voltem a funcionar, mas tudo tem de ser seguido. Lá atrás, quando começamos as restrições, a vigilância inspecionou gôndolas de supermercados e identificou a presença do vírus. Depois, estabeleceram protocolo de higienização e testou novamente. Aí, já não encontrou mais o vírus. Ou seja, a gente tenta sempre aplicar conhecimento técnico para padronizar as ações.

“A abertura vai depender do comportamento da população. Se o número de casos subir muito e a disponibilidade de leitos cair, vamos ter de dar um passo atrás ou mesmo fechar mais ainda, até o lockdown”

O presidente Bolsonaro já disse que teme que a economia piore ao ponto de haver saques em mercados e lojas. O senhor também teme isso?

Acho que se a população tiver comida em casa e segurança de que estamos trabalhando com seriedade em uma situação que não é culpa de ninguém e que pode custar a vida de qualquer um de nós, não vai ter convulsão, nada disso. Mas nós precisamos estar lutando pela mesma causa, precisamos ter um norte.

 

Opinião dos leitores

  1. Seria tão bom que os leitores que se acham intelectuais aqui do BG, lessem essa reportagem de um estadista, totalmente sereno e sábio com suas palavras. Uma vez vi o Kalil em outra reportagem questionado que por defender o isolamento e defender a vida aqui no Brasil é ser considerado comunista. O problema volto a repetir, acham que chamando alguém de esquerda pensam que é xingamento. A maior parte não sabe diferenciar esquerda de direita. Vai pelo debate super comprometido de face e whatsapp. Brasil se afunda pela própria ignorância!

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Meio Ambiente

Confinamento diminui poluição em SP, Rio e outros centros urbanos; veja imagens feitas com dados de satélite

Fotos: Diego Hemkemeier Silva/Divulgação/Via G1

Satélites que monitoram os poluentes na atmosfera registraram uma melhora do ar em grandes centros urbanos brasileiros, afirmam pesquisadores.

Com as regras de confinamento impostas pelos governadores estaduais para combater a Covid-19, diminuiu o trânsito de veículos.

Um dos poluentes que são emitidos quando há queima de combustíveis fósseis é o dióxido de nitrogênio. O satélite Sentinel 5P, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) registrou manchas desse composto químico menores nas regiões metropolitanas do Brasil.

Os dados foram transformados em mapas por Diego Hemkemeier Silva, gerente de informações ambientais e geoprocessamento e Fábio Castagna da Silva, do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC).

Visualmente, os maiores impactos são nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

“A principal variável que influencia é a redução do fluxo de veículos”, diz Hemkemeier. Os carros não são os únicos emissores de dióxido de nitrogênio: usinas termelétricas que usam carvão mineral ou óleo pesado para gerar energia também dispersam o composto na atmosfera. Esse tipo de geração é pouco presente no Brasil –na Europa e na China, elas são mais comuns, e, por isso, as manchas nesses outros lugares retrocederam mais, diz ele.

Ainda não há tempo suficiente para fazer uma comparação com números, ele explica. Em um período curto, fatores como vento, chuva, umidade do ar podem influenciar os dados, então é preciso aguardar para poder fazer uma avaliação mais precisa. O pesquisador estima que sejam necessários 30 dias.

Leonardo Hoinaski, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, especializado em poluição atmosférica, diz que é difícil medir os benefícios desse tipo de redução de poluição. O dióxido de nitrogênio causa problemas de respiração, que podem, inclusive, agravar a condição dos pacientes da Covid-19.

“Se essa redução se mantivesse ao longo dos anos, os efeitos seriam nítidos”, diz.

Os carros emitem outros poluentes que também diminuíram, ainda que não apareçam no mapa, diz Honiaski.

G1

Opinião dos leitores

  1. isso que é pesquisa< impressionante, se tem poucos carros nas ruas , poucas pessoas transitando, é claro que a poluição tende a diminuir,querem reinventar a roda

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Polícia

PF faz buscas em endereços ligados à família de Aécio Neves em Belo Horizonte

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado/Arquivo

A Polícia Federal cumpre três mandados de busca e apreensão em endereços ligados à família do senador Aécio Neves (PSDB), nesta quinta-feira (20), em Belo Horizonte. Os locais são a casa da mãe do parlamentar, além de uma empresa de comunicação, que seria da jornalista Andrea Neves, irmã de Aécio, e do primo Frederico Pacheco, além da casa deste. Esta é segunda fase da Operação Ross, que investiga o recebimento de vantagens indevidas do grupo J&F, entre os anos de 2014 e 2017.

As buscas desta quinta-feira (20) foram determinadas pelo ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF). Devem ser recolhidos documentos em papel e arquivos digitais.

Atualmente senador, Aécio termina o mandato neste ano e, no próximo, assume uma vaga na Câmara dos Deputados.

O objetivo, segundo a PF, é coletar elementos que podem indicar lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

No dia 11 deste mês, com o apoio do Ministério Público Federal, foram cumpridas ordens judiciais em imóveis do senador e da irmã dele, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

A reportagem tenta contato com os advogados de Aécio, Andrea e da mãe. A defesa de Pacheco foi contatada e um retorno é aguardado.

A J&F disse que não se manifestar sobre esta fase da operação.

Delação de executivos da J&F

A Operação Ross teve início a partir de delação de executivos da J&F para apurar denúncias de compra de apoio político. Segundo a PF, Aécio Neves comprou apoio do partido Solidariedade por R$ 15 milhões, e empresários paulistas ajudaram com doações de campanha e caixa 2, por meio de notas frias. Outros partidos também teriam sido beneficiados.

Os executivos do grupo J&F relataram ao Ministério Público Federal o repasse de propina de quase R$ 110 milhões ao senador.

G1

 

Opinião dos leitores

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Jornalismo

Manifestante é estuprada durante ocupação da Câmara Municipal de Belo Horizonte

Um caso de abuso sexual foi registrado durante a ocupação da Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte, na última terça-feira (6). Uma jovem de 21 anos procurou a Delegacia de Mulheres para denunciar que foi abusada por outro manifestante durante a madrugada.

De acordo com o novo Código Penal, qualquer violência sexual pode ser considerada estupro. Anteriormente, apenas era considerado crime de estupro a penetração vaginal. Além disso, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o crime pode acontecer mesmo sem uma agressão física, com atitudes sutis como, por exemplo, o toque no corpo da vítima.

Conforme a assessoria de imprensa da Polícia Militar (PM), a jovem relatou que, por volta de 0h30, ela encontrou um rapaz que estava sem lugar para dormir. Por conhecê-lo de outras manifestações, ela o convidou para dormir em sua barraca. Durante a madrugada, o jovem tentou beijar a moça na boca, mas ela recusou e ele saiu da barraca. Pouco depois, ele teria voltado e obrigado a vítima a pegar em seu órgão genital. Segundo a jovem, ela tirou a mão, porém o suspeito insistiu e novamente a forçou a tocá-lo. Ele também teria passado a mão em suas coxas e costas. A jovem disse aos militares que não reagiu porque estava cansada e sonolenta. O rapaz, então, saiu da barraca.

No Facebook, a vítima agradeceu a demonstração de carinho e conforto que recebeu depois do fato. “Reconheço o quão frívolo é esse tipo de demonstração de gratidão, mas que fique registrado aqui o calor de um milhão de abraços que sinto com todo o apoio e tentativa de conforto diante do abuso que sofri (…), enquanto eu dormia, durante a ocupação da Câmara Municipal de Belo Horizonte”, afirmou. Ela disse, ainda, que as “medidas jurídicas já foram tomadas”.

A delegada Elizabeth de Freitas Assis Rocha, da Delegacia da Mulher, informou que a investigação está em andamento, porém ainda não há novidades.

Nota do movimento

Em nota publicada no Facebook, representantes da Assembleia Popular Horizontal informaram que após o fato ocorrido nesta terça, outros casos de violência, sutis e graves, chegaram ao conhecimento do movimento. Segundo eles, foi convocado um círculo de segurança entre mulheres para que o assunto fosse discutido. A decisão tomada foi que os agressores saíssem da ocupação, entretanto, a maioria dos manifestantes desconsiderou a ideia e chegou a duvidar da veracidade das histórias.

Uma outra reunião teria sido realizada na quarta-feira (7), mas, de acordo com o comunicado, “a questão do machismo e da violência continuou sendo tratada com ironia e escárnio, demonstrando total falta de respeito e crítica frente a questões tão graves e urgentes”.

Por fim, os representantes afirmaram que atitudes machista ou intolerante não serão aceitas no movimento.

O Tempo

Opinião dos leitores

  1. No mínimo esses vagabundos irão colocar a culpa na oposição fascista e reacionária que infiltrou baderneiros no meio ocupação para prejudicar a imagem do movimento. Cadeia neles!

  2. Essa moça deve entender que isso é parte do comportamento de uma minoria que não representa o movimento e relevar. Bom foi a explicação: não reagiu porque estava cansada e sonolenta. Uma mulher que é vítima de tentativa de estupro ainda conseguir manter o sono é de lascar! Parece que a reclamação se baseia no fato do cara não ter ligado na manhã seguinte, mandado flores ou um email.
    Pesando melhor e sob a ótica do pessoal do setor de humanas da Federal, isso é uma forma de se manifestar contra os preceitos impostos pela sociedade alienada e manipulada pela mídia elitista que só quer a opressão da classe virgem em favor do capital que escraviza quem não consegue arrumar uma namorada e ter seus momentos de prazer sem correr o risco de ser considerado criminoso sexual.
    Esses terroristas sem causa são um misto de palhaços emaconhados e bandidos sem punição. Só fazendo piada.
    PS: Na próxima vez, além de bandeiras, bombas e pedras não esqueça o preservativo e um estimulante para não sentir sono, vai que o amigo rebelde aparece de novo.

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Política

Ministro Fernando Pimentel desviou R$ 5 mi de prefeitura, diz Procuradoria

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), um dos mais próximos da presidente Dilma Rousseff e cotado para coordenar sua campanha à reeleição, é acusado pela Procuradoria-Geral da República de ser “autor de delitos” e ter “concorrido ativamente” para o desvio de R$ 5 milhões da Prefeitura de Belo Horizonte em 2004, quando era prefeito da cidade.

A Folha teve acesso ao inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). O caso está sob a relatoria do ministro José Dias Toffoli. Ele deve apresentar seu voto ao plenário do tribunal, que decidirá se abre ação penal.

O inquérito analisa as circunstâncias da contratação, pela Prefeitura de Belo Horizonte, da Câmara dos Dirigentes Lojistas local para implantar o projeto “Olho Vivo”, que previa a instalação de 72 câmeras para coibir crimes no centro da cidade.

O documento da Procuradoria, datado de março de 2012, é assinado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e sua mulher, Cláudia Sampaio, e acusa diretamente o ministro: “O denunciado [Pimentel] concorreu ativamente para o desvio dos R$ 5 milhões em favor da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte”.

A acusação contra Pimentel é de “apropriação de bens ou rendas públicas”, com pena de até 12 anos de prisão.

Diz ainda a Procuradoria: “A denúncia contém clara e concisa descrição do fato criminoso e dos indícios de autoria, que permitem com segurança apontar o denunciado como autor dos delitos”.

Em síntese, a Procuradoria afirma que o convênio com a Câmara dos Dirigentes Lojistas foi uma forma simulada de contratação sem licitação, e que o dinheiro foi parar em uma empresa-fantasma.

A Procuradoria corroborou as conclusões do Ministério Público de Minas, que em 2010 denunciou o ex-prefeito e o ex-secretário de Coordenação e Gestão Regional, Fernando Viana Cabral, entre outros. No ano passado, “O Globo” divulgou que Pimentel havia sido denunciado pela Procuradoria, mas não revelou em que termos.

Da Folha

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Política

Vereador trabalha só de cueca em Câmara de BH

A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) pode abrir processo por quebra de decoro parlamentar contra o vereador Gêra Ornelas (PSB), que aparece despachando em seu gabinete de cueca samba-canção. Ornelas também aparece acariciando os cabelos de uma mulher que aparenta ter boletos de cobrança nas mãos. As imagens foram feitas pelo próprio parlamentar, que usa uma caixa de papelão para camuflar a câmera, e fazem parte de um processo por improbidade administrativa movido contra Ornelas pelo Ministério Público Estadual (MPE).

O vídeo, divulgado pelo jornal Hoje em Dia, foi entregue aos promotores por um ex-assessor do socialista, que acusa o vereador de exigir parte do salário do então funcionário para mantê-lo trabalhando no gabinete. O parlamentar está no quarto mandato e a ação civil pública foi encaminhada ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

No processo, o MPE acusa Ornelas de receber indevidamente pouco mais de R$ 600 mil. Durante as investigações, os promotores conseguiram na Justiça a quebra do sigilo bancário do vereador e constataram que o dinheiro foi depositado diretamente em sua conta. No depoimento prestado ao MPE, o parlamentar não conseguiu explicar a origem dos recursos e os promotores pedem à Justiça seu afastamento, bem como o sequestro de bens de Ornelas e a devolução dos valores, que teriam sido fruto de propinas.

Mas, além da questão legal, as atitudes de Ornelas também devem ter desdobramentos políticos, principalmente por causa das imagens do parlamentar despachando de cuecas em seu gabinete. A mesa diretora da CMBH encaminhou representação ao corregedor, vereador Edinho Ribeiro (PTdoB) para que o caso seja apurado.

“Foi desrespeitosa a atitude do vereador. Vamos tratar (a questão) com muita seriedade, mas ele (Gêra Ornelas) terá amplo direito de defesa”, afirmou Ribeiro. “Nós precisamos agora ver os autos dessa investigação. Precisamos que o Ministério Público nos envie esses autos”, acrescentou o vereador, que assumiu, porém, não ter feito requisição oficial da documentação ao MPE.

Estado tentou falar com Gêra Ornelas, mas ele não foi encontrado. O advogado do vereador, Francisco Patente, atendeu a ligação, mas pediu que a reportagem ligasse um pouco mais tarde pois não poderia falar no momento. Depois, o telefone permaneceu desligado e, até o fechamento dessa edição, ele não havia retornado os recados deixados em sua caixa postal.

Fonte: Radar Político, do Estadão

Opinião dos leitores

  1. @Diegob10 Boa noite, amigo blogueiro de tudo agente ver mesmo neste mundo de hoje em até vereador trabalhador de cueca sacanagem isso cara !!

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