A um ano e 21 dias da abertura das Olimpíadas de 2016, no Rio, a cidade de Toronto inaugura hoje oficialmente a 17ª edição dos Jogos Pan-Americanos, embora algumas modalidades, como o polo aquático e o nado sincronizado, já tenham começado suas competições. O Canadá e mais 40 países tomarão parte de um festival esportivo que deverá reunir 7,5 mil atletas, a um custo de 2,5 bilhões de dólares canadenses (cerca de R$ 6,3 bilhões) — de acordo com a imprensa local —, o que tornaria este o Pan mais caro da história.
Esta é a terceira oportunidade em que os canadenses sediam o evento — Winnipeg recebeu os Pans de 1967 e 1999. Embora não seja de se esperar um clima de carnaval esportivo como ocorreu no Brasil em 2007 e na Copa de 2014, os cidadãos de Toronto deverão se entusiasmar mais pelo evento a partir desta cerimônia de abertura e à medida em que os atletas canadenses se envolverem mais intensamente nas disputas pelos pódios. A venda de ingressos aumentou nos últimos dias. Autoridades calculam que 250 mil visitantes virão a Toronto e a outras cidades da província de Ontário que irão sediar eventos. Quem chega ao aeroporto é recebido por jovens voluntários de camisa amarela:
— Bem-vindos a Toronto!
Para a abertura hoje, são aguardadas 60 mil pessoas no Rogers Centre, rebatizada para o megaevento como arena de abertura, hoje, e de encerramento, no dia 26. Ao redor dela e ao lado da CN Tower, principal ponto turístico local, a cidade está mais enfeitada para o evento.
Tecnicamente, o Pan sofre com alguns desfalques. Entre as ausências mais notáveis estão o homem mais veloz do mundo, o velocista jamaicano Usain Bolt, o nadador Michael Phelps, recordista de medalhas olímpicas (22), e o astro do basquete LeBron James, ambos dos Estados Unidos. Brasileiros como Cesar Cielo, dono de três medalhas olímpicas em provas de velocidade, e a craque Marta, do futebol, também farão falta. O nadador priorizou o Mundial de Kazan, em agosto, e Marta cumpre agenda de treinos do Rosenborg, seu time na Suécia.
Isto não quer dizer que o evento será fraco. Dele farão parte a nadadora americana Nathaline Coughlin, dona de 12 medalhas em três Olimpíadas; Idalys Ortiz, destaque do judô cubano; os brasileiros Robert Scheidt, medalhista no iatismo em Olimpíadas e Mundiais; Arthur Zanetti, ouro em Londres-2012 na ginástica (argolas); e Thiago Pereira, da natação, que tem 18 medalhas pan-americanas (12 de ouro) e pode superar o recorde nacional, que pertence ao também nadador Gustavo Borges (que tem 20). O maior de todos os recordistas é o ginasta cubano Eric López, com 22. Hoje, Thiago será o porta-bandeira verde-amarelo.
— Recebi a ligação no sábado e confesso que fiquei muito emocionado. Um baita reconhecimento por tudo que já fiz e acho que não há honra maior para um atleta do que carregar a bandeira do seu país numa competição da tamanha importância — declarou o atleta de 29 anos, na véspera de seu quarto Pan.
Neste ensaio para 2016, o Brasil mandou a Toronto 590 atletas a fim de ser, de novo, top 3 em medalhas. No Pan-2011, em Guadalajara, os americanos ficaram em primeiro, com 237 pódios (92 ouros, 79 pratas e 66 bronzes); Cuba foi segunda, com 126 (58; 35; 43), e o Brasil, terceiro, com 136 (48; 35; 43). Quinto em 2011, com 119 (30; 40; 49), o Canadá quer voltar a ser top 3, competindo em casa, com 720 atletas. Cuba traz 460, e os EUA, 623.
Ontem, no polo aquático, os brasileiros garantiram o primeiro lugar da Chave B: 22 a 9 sobre o México. No feminino, a seleção derrotou a Venezuela por 18 a 1.
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Há um ano…*