Finanças

Odebrecht emprestou R$ 3,5 milhões a revista Carta Capital a pedido de Guido Mantega

Por interino

A Editora Confiança, responsável pela revista Carta Capital, foi citada na delação premiada da Odebrecht, como receptora de dois empréstimos da empreiteira no valor de R$ 3,5 milhões, entre 2007 e 2009, a pedido do então ministro da Fazenda, Guido Mantega. As informações foram publicadas pelo jornal O Globo desta terça-feira (13).

De acordo com o jornal, tais dados constam em um dos anexos da delação premiada do executivo paulo Cesena, que presidia até o mês passado a Odebrecht Transport, mas foi, antes disso, diretor financeiro da construtora.

Cerca de 85% do empréstimo já teriam sido quitados pela editora, de acordo com Cesena, por meio de eventos que tiveram o patrocínio da Odebrecht.

Cesena disse que recebeu a ordem de fazer um aporte de recursos para a Editora Confiança, em 2007, diretamente de Marcelo Odebrecht, então presidente da holding e atualmente preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba e também delator da Lava-Jato

“Marcelo Odebrecht me chamou para uma reunião em sua sala, no escritório em São Paulo, e me informou que a companhia faria um aporte de recursos para apoiar financeiramente a revista Carta Capital, a qual passava por dificuldades financeiras. Marcelo me narrou que esse apoio era um pedido de Guido Mantega, então ministro da Fazenda”, afirmou Cesena à Lava-Jato.

“Entendi que esse aporte financeiro tinha por finalidade atender a uma solicitação do governo federal/Partido dos Trabalhadores (PT), pois essa revista era editada por pessoas ligadas ao partido”, continuou Cesena.

Ainda segundo a delação, a primeira reunião para a negociação do empréstimo teria acontecido no segundo semestre de 2007, na sede da editora, em São Paulo. Participaram do encontro Cesena, o jornalista Mino Carta, diretor de redação da publicação, o economista Luiz Gonzaga Beluzzo, consultor editorial da Carta, e a diretora administrativa da editora, Manuela Carta. Nas reuniões posteriores, Cesena teria se encontrado apenas com Manuela.

Não foi bem um ‘empréstimo’, defende a Carta

Quando questionada sobre o empréstimo, Manuela afirmou que o delator se expressou mal e que a palavra ‘empréstimo’ não é adequada. O que aconteceu, segundo ela, foi um acordo de publicidade que previa um adiantamento de verbas. Ainda segundo ela, tudo já foi quitado, com páginas de publicidade e o patrocínio da Odebrecht a eventos. “Temos tudo contabilizado”, afirma.

Belluzo dia que procurou Marcelo Odebrecht que foi firmado um acordo financeiro. “Estávamos numa situação difícil e fizemos um mútuo que carregamos no nosso balanço por muito tempo, porque a revista estava precisando de financiamento”, disse ele. “Tudo está no balanço da empresa. Não tem nada escondido”, explica.

Depois, segundo ele, foi negociado que o pagamento seria feito por meio de páginas de publicidade na revista. Manuela e Beluzzo negam a participação de Mantega na operação e dizem que não sabiam que o dinheiro havia saído do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.

IG

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2016-12-13/carta-capital-odebrecht.html

Opinião dos leitores

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Jornalismo

Colunista da Carta Capital aponta farsas em matéria de capa da Veja

Essa é realmente impressionante! A colunista Cynara Menezes, da revista Carta Capital, derrubou praticamente toda a matéria da revista Veja dessa semana que tem como destaque (reportagem de capa mesmo) a chamada de como o PT se preparou para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para atacar adversários.

O blog que acompanha a Veja chegou a ler a matéria, não na íntegra, mas pode acompanhar vários indícios de um jogo político legal, porém sujo e baixo, do partido que está ocupando a Presidência da República Federativa do Brasil, mas se a matéria for, realmente, uma farsa é lamentável para a imagem do semanário, que mesmo com várias críticas, continua com credibilidade.

O colunista Flávio Morgenstern, que sempre tem matérias reproduzidas nos blogs de Veja, tratou logo de responder às críticas feitas pela colunista da Carta Capital, mas as respostas não foram muito boas.  O colunista tenta convencer os leitores de que é difícil falsificar um documento pelo simples fato de haver um brasão da República Federativa do Brasil. Pelo que expressa Flávio, os brasões só são encontrados em documentos oficiais, não havendo outra possibilidade. Ora! Uma imagem do brasão é a coisa mais fácil do mundo de se encontrar. Basta ir ao Google. Em seguida, copiar e colar a imagem em um documento em branco. Essa explicação foi infeliz. Resta esperar a bomba que Veja deve estar preparando. Confira os dois artigos:

1) Cynara Menezes

“Control C + Control Veja

No centro do furacão desde que vieram à tona suas relações no mínimo pouco éticas com os bandidos da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, a revista Veja parece ter perdido toda a noção de ridículo.

Sua capa desta semana é uma farsa: o “documento” que a semanal da Abril alardeia ter sido produzido pelo PT como estratégia para a CPI de Cachoeira é, na verdade, um amontoado de recortes de reportagens de jornais, revistas e sites brasileiros.

Confira neste link (clique AQUI) os fac-símiles do suposto “documento” que a revista apresenta com “exclusividade” e compare com os outros links no decorrer deste texto.

Segundo a revista, os trechos que exibe fariam parte de um “documento preparado por petistas para guiar as ações dos companheiros que integram a CPI do Cachoeira”. Mas são na realidade pedaços copiados e colados diretamente (o manjado recurso Ctrl C+ Ctrl V dos computadores) de reportagens de terceiros, sem mudar nem uma vírgula.

O primeiro deles: “Uma ala poderosa da Polícia Federal, com diversos simpatizantes nos meios de comunicação, não engole há muito tempo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal” saiu de uma reportagem de 6 de abril do site Brasil 247, um dos portais de notícia, aliás, que os colunistas online de Veja vivem atacando com o apelido de “171″ (número do estelionato no código penal).

Mas quem é que está praticando estelionato com os leitores, no caso? (confira clicando AQUI).

Outro trecho do “documento exclusivo” de Veja é um “copiar e colar” da coluna painel da Folha de S.Paulo do dia 14 de abril: “Gurgel optou por engavetar temporariamente o caso. Membros do próprio Ministério Público contestam essa decisão em privado. Acham que, com as informações em mãos, o procurador-geral tinha de arquivar, denunciar citados sem foro privilegiado ou pedir abertura de inquérito no STF”. (Confira AQUI)

Mais um trecho do trabalho de jornalismo “investigativo” com que a Veja brinda seus leitores esta semana: “Em uma conversa entre o senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlinhos Cachoeira, gravada pela Polícia Federal (…)”, é o lead de uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo do dia 28 de abril (leia AQUI).

Pelo visto, os espiões da central Cachoeira de arapongagem, que grampeavam pessoas clandestinamente para fornecer “furos” à Veja, estão fazendo falta à semanal da editora Abril…

Para acessar o site da revista, clique aqui.

2) Flávio Morgenstern

” O novo furo (furado) da Carta Capital

A reportagem de capa da Veja dessa semana mostra que o PT distribuiu um “manual” para companheiros na CPI. É algo completamente legal, só um pouco vexatório, ainda mais para o partido que antes se arrolava o dono da ética – hoje já prefere advogar-se dono do país.

O braço midiático do PT não gostou de passar vergonha. Cynara Menezes, da Carta Capital, foi avisada por um seguidor no Twitter de que o “manual” continha material que estava no blog Brasil 247, aquele mistifório criado por Daniel Dantas para detonar seus adversários – e que acaba servindo bastante para municiar o PT. Sua conclusão veio antes de um raciocínio escorreito e passou reto por conseqüências que foi incapaz de calcular: para ela, seria uma prova “por A + B” de que “o jornalismo da Veja é ruim” e de que o documento é “suposto”, não sendo um “documento” sem aspas por ser “um amontoado de recortes de reportagens de jornais, revistas e sites brasileiros”.

Se tal fosse verdade, seria fácil processar Veja por forjar um documento oficial. O documento que a revista mostra vem com o brasão da República. Seu uso é obrigatório nos papéis de expediente, nos convites e nas publicações oficiais de nível federal, de acordo com a lei 5.700/71. Não é um papel que você pega em branco com o símbolo em qualquer xerox e escreve o que quiser embaixo. Tampouco pode-se usar o símbolo em qualquer informe comunicativo só pra ficar mais supimpa: apenas entidades governamentais federais podem fazer uso do brasão. Nem mesmo paraestatais, como Banco do Brasil ou Petrobrás podem utilizar o símbolo. Há inclusive decisão no sentido de coibir entidade de despachantes que utilizava o brasão da República em seus documentos sob pena de multa diária de 10 mil reais.

Não é o tipo de informação que Cynara pesquisou antes de afirmar, de estro próprio e inconseqüentemente, que era um papel “que utilizou selo da república na hora de xerocar. simplérrimo.” – idéia difícil de sustentar em uma realidade regida pela Constituição Federal e pelas Leis de Newton.

Em outras palavras, se a reportagem de Cynara Menezes tivesse algum pingo de veracidade, seria nitroglicerina prestes a explodir. Poderia ser o maior escândalo midiático do hemisfério. Não seria um erro como “fingir que um site financiado pelo PT é propaganda do próprio PT”. Seria um crime federal seríssimo capaz de fechar as portas da terceira revista mais lucrativa do planeta. Mas, para tristeza de Cynara, não é isso que ela tem em mãos.”

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Jornalismo

Carta Capital reage a editoral de O Globo em defesa de Veja

Essa é uma verdadeira briga de cachorro grande. Depois do jornal O Globo publicar um editorial em defesa da Veja (acerca do suposto envolvimento da publicação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira), chegou a vez da revista Carta Capital revidar.

Confira

O jornal O Globo toma as dores da revista Veja e de seu patrão na edição de terça 8, e determina: “Roberto Civita não é Rupert Murdoch”. Em cena, o espírito corporativo. Manda a tradição do jornalismo pátrio, fiel do pensamento único diante de qualquer risco de mudança.

Desde 2002, todos empenhados em criar problemas para o governo do metalúrgico desabusado e, de dois anos para cá, para a burguesa que lá pelas tantas pegou em armas contra a ditadura, embora nunca as tenha usado. Os barões midiáticos detestam-se cordialmente uns aos outros, mas a ameaça comum, ou o simples temor de que se manifeste, os leva a se unir, automática e compactamente.

Não há necessidade de uma convocação explícita, o toque do alerta alcança com exclusividade os seus ouvidos interiores enquanto ninguém mais o escuta. E entra na liça o jornal da família Marinho para acusar quem acusa o parceiro de jornada, o qual, comovido, transforma o texto global na sua própria peça de defesa, desfraldada no site de Veja. A CPI do Cachoeira em potência encerra perigos em primeiro lugar para a Editora Abril. Nem por isso os demais da mídia nativa estão a salvo, o mal de um pode ser de todos.

O autor do editorial 
exibe a tranquilidade de Pitágoras na hora de resolver seu teorema, na certeza de ter demolido com sua pena (imortal?) os argumentos de CartaCapital. Arrisca-se, porém, igual a Rui Falcão, de quem se apressa a citar a frase sobre a CPI, vista como a oportunidade “de desmascarar o mensalão”. Com notável candura evoca o Caso Watergate para justificar o chefe da sucursal de Veja em Brasília nas suas notórias andanças com o chefão goiano. Ambos desastrados, o editorialista e o líder petista.

Abalo-me a observar que a semanal abriliana em nada se parece com o Washington Post, bem como Roberto Civita com Katharine Graham, dona, à época de Watergate, do extraordinário diário da capital americana. Poupo os leitores e os meus pacientes botões de comparações entre a mídia dos Estados Unidos e a do Brasil, mas não deixo de acentuar a abissal diferença entre o diretor de Veja e Ben Bradlee, diretor do Washington Post, e entre Policarpo Jr. e Bob Woodward e Carl Bernstein, autores da série que obrigou Richard Nixon a se demitir antes de sofrer o inevitável impeachment. E ainda entre o Garganta Profunda, agente graduado do FBI, e um bicheiro mafioso.

Recomenda-se um mínimo de apego à verdade factual e ao espírito crítico, embora seja do conhecimento até do mundo mineral a clamorosa ignorância das redações nativas. Vale dizer, de todo modo, que, para não perder o vezo, o editorialista global esquece, entre outras façanhas de Veja, aquele épico momento em que a revista publica o dossiê fornecido por Daniel Dantas sobre as contas no exterior de alguns figurões da República, a começar pelo presidente Lula.

Concentro-me em outras miopias deO Globo. Sem citar CartaCapital, o jornal a inclui entre “os veículos de imprensa chapa-branca, que atuam como linha auxiliar dos setores radicais do PT”. Anotação marginal: os radicais do PT são hoje em dia tão comuns quanto os brontossauros. Talvez fossem anacrônicos nos seus tempos de plena exposição, hoje em dia mudaram de ideia ou sumiram de vez. Há tempo CartaCapital lamenta que o PT tenha assumido no poder as feições dos demais partidos.

Vamos, de todo modo, à vezeira acusação de que somos chapa-branca. Apenas e tão somente porque entendemos que os governos do presidente Lula e da presidenta Dilma são muito mais confiáveis do que seus antecessores? Chapa-branca é a mídia nativa e O Globo cumpre a tarefa com diligência vetusta e comovedora, destaque na opção pelos interesses dos herdeiros da casa-grande, empenhados em manter de pé a senzala até o derradeiro instante possível.

Não é por acaso que 64% dos brasileiros não dispõem de saneamento básico e que 50 mil morrem assassinados anualmente. Ou que os nossos índices de ensino e saúde públicos são dignos dos fundões da África, a par da magnífica colocação do País entre aqueles que pior distribuem a renda. Em compensação, a minoria privilegiada imita a vida dos emires árabes.

Chapa-branca a favor
 de quem, impávidos senhores da prepotência, da velhacaria, da arrogância, da incompetência, da hipocrisia? Arauto da ditadura, Roberto Marinho fermentou seu poder à sombra dela e fez das Organizações Globo um monstro que assola o Brazil-zil-zil. Seu jornal apoiou o golpe, o golpe dentro do golpe, a repressão feroz. Illo tempore, seu grande amigo chamava-se Armando Falcão.

Opositor ferrenho das Diretas Já, rejubilado pelo fracasso da Emenda Dante de Oliveira, seu grande amigo passou a atender pelo nome de Antonio Carlos Magalhães. O doutor Roberto em pessoa manipulou o célebre debate Lula versus Collor, para opor-se a este dois anos depois, cobrador, o presidente caçador de marajás, de pedágios exorbitantes, quando já não havia como segurá-lo depois das claras, circunstanciadas denúncias do motorista Eriberto, publicadas pela revista IstoÉ, dirigida então pelo acima assinado.

Pronta às loas mais desbragadas a Fernando Henrique presidente, com o aval de ACM, a Globo sustentou a reeleição comprada e a privataria tucana, e resistiu à própria falência do País no começo de 1999, após ter apoiado a candidatura de FHC na qualidade de defensor da estabilidade. Não lhe faltaram compensações. Endividada até o chapéu, teve o presente de 800 milhões de reais do BNDES do senhor Reichstul. Haja chapa-branca.

Impossível a comparação entre a chamada “grande imprensa” (eu a enxergo mínima) e o que chama de “linha auxiliar de setores radicais do PT”, conforme definem as primeiras linhas do editorial de O Globo. A questão, de verdade, é muito simples: há jornalismo e jornalismo. Ao contrário destes “grandes”, nós entendemos que a liberdade sozinha, sem o acompanhamento pontual da igualdade, é apenas a do mais forte, ou, se quiserem, do mais rico. É a liberdade do rei leão no coração da selva, seguido a conveniente distância por sua corte de ienas.

Acreditamos também que entregue à propaganda da linha auxiliar da casa-grande, o Brasil não chegaria a ser o País que ele mesmo e sua nação merecem. Nunca me canso de repetir Raymundo Faoro: “Eles querem um País de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo”. No mais, sobra a evidência: Roberto Civita é o Murdoch que este país pode se permitir, além de inventor da lâmpada Skuromatic a convocar as trevas ao meio-dia. Temos de convir que, na mídia brasileira, abundam os usuários deste milagroso objeto.

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Jornalismo

#ForaMicarla na Carta Capital desta semana

Na Edição 652, desta semana, a revista Carta Capital fala sobre “#protestos convocados pela Internet e sem mediação de partidos ou sindicatos, manifestações explodem de Norte a Sul”. A revista também cita, em suas páginas destinadas ao assunto, o #ForaMicarla como tendo saído das redes sociais, um dos movimentos mais fortes contra um governo.

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